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16/07/2017 às 04h11min - Atualizada em 16/07/2017 às 04h11min

Atrasado, viaduto da Olegário segue sem previsão de entrega

As obras estão 95% concluídas, mas Prefeitura não definiu prazo de liberação

VINÍCIUS ROMARIO | REPÓRTER
Viaduto tem custo de R$ 7,1 milhões e ligará o Centro a bairros das zonas leste e sul / Foto: Vinícius Romario

 

Com mais de 95% das obras concluídas, ainda não há data para a liberação do trânsito no viaduto da rua Olegário Maciel sobre a avenida Rondon Pacheco, de acordo com o secretário municipal de Obras, Norberto Nunes. Segundo ele, o viaduto deve ser entregue em breve, mas, ainda não é possível estipular o prazo.

“Não queremos trabalhar com uma data certa, porque depende muito da construtora. O importante é que, em pouco tempo, essa obra trará um grande benefício para a população de Uberlândia”, disse Nunes.

Ainda de acordo com ele, faltam poucas intervenções para que o viaduto seja entregue. “Resta a passagem de alguns fios, como o de energia, e também passaremos mais uma camada de asfalto no viaduto”, afirmou Nunes.

A ordem de serviço para execução do viaduto foi assinada em março de 2016 e a previsão era que a obra fosse entregue ainda em novembro daquele ano. Esse prazo não foi cumprido e houve prorrogação para março deste ano. Novamente, a obra não foi concluída. Segundo Nunes, mudanças nos projetos foram as principais causas desses atrasos. “Antes não estava prevista a iluminação sobre o viaduto, e um novo projeto contemplou isso, como um dos exemplos”, disse.

Nunes afirmou ainda que o viaduto estava orçado inicialmente em cerca de R$ 6,2 milhões, havendo acréscimo de mais aproximadamente R$ 880 mil. O recurso para as obras foi viabilizado por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana, do Governo Federal. “Atualmente o valor do viaduto está em R$ 7,1 milhões e a prefeitura é responsável por arcar somente com 5% desse valor”, ressaltou Nunes.

 

TRÂNSITO

O viaduto da rua Olegário Maciel, que ligará o setor central da cidade às zonas leste e sul, tem 130 m de extensão e 11 m de largura. A obra também contará com passagens para pedestres. De acordo com a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran), por hora, cerca de seis mil veículos deverão passar pelo viaduto. Outro estudo da Settran aponta que, com essa obra, o trajeto para quem vai de carro do setor central da cidade para a zona leste diminuirá em 6 minutos e será 5 minutos mais rápido para quem utilizar o transporte público.

 

PROBLEMAS

Moradores e lojistas recorrem à Justiça

Moradores próximos à obra do viaduto da Olegário Maciel e lojistas do Griff Shopping, paralelo ao viaduto, estão cobrando na Justiça indenizações da Prefeitura de Uberlândia. Segundo os moradores, a forma como a obra foi conduzida e a desvalorização dos imóveis são os principais pontos de cobrança ao município.

A empresária Cecília Gomes Carneiro mora ao lado do viaduto, já ingressou com ação indenizatória contra a Prefeitura e disse que ingressará também contra a Caixa Econômica Federal, que financiou 95% das obras, e contra a construtora que realiza os serviços. “Desde que começaram a construir esse viaduto ficamos sem água e sem luz inúmeras vezes, e nunca nos comunicaram com antecedência. Não pensaram na gente, que havia moradores nessas casas. Sem contar as vezes que despejaram areia na porta da minha casa”, afirmou Cecília Carneiro.

O engenheiro José André Fernandes também tem uma casa na esquina do viaduto, do lado central da cidade, e, de acordo com ele, a forma como a obra foi conduzida foi o principal problema. Ele também ingressou com uma ação indenizatória contra o município. “Faltou e falta comunicação e respeito com os moradores. Deveríamos ter sido chamados para uma conversa antes mesmo antes de começarem as obras, para nos explicarem como seria o cronograma, o que seria feito e as interferências que seriam feitas em nossas casas, mas isso não aconteceu e continua assim”, afirmou Fernandes.

 

GRIFF SHOPPING

O subsíndico do Griff Shopping, Lucídio Guerim, afirmou que o estabelecimento resolveu não entrar com ação contra a Prefeitura, mas, de acordo com ele, lojistas do local resolveram entrar por contra própria. “Conversamos com os responsáveis pelo viaduto e pedimos para que as áreas, como calçada e outras partes estruturais que fossem afetadas pela obra, fossem reformadas, e vem sendo feito assim”, afirmou Guerim.

Já a lojista Kenya Berger entrou com ação indenizatória contra o município há seis meses. “Meu movimento caiu 70%. Trabalho muito com condicional, então o cliente chegava e como minha loja fica próxima à porta lateral, logo eles pegavam o produto e saíam. Agora, com o viaduto, isso não é mais possível. Comprei essa loja justamente pela mobilidade que ele permitia e agora perdi isso”, disse Kenya Berger.

Por meio de nota, a Prefeitura de Uberlândia informou que “já está avaliando a situação dos moradores do entorno do viaduto da Olegário Maciel”.


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