A pedagoga uberlandense Dandara Tonantzin, que ficou nacionalmente conhecida após ser vítima de racismo durante uma festa de formatura de alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em abril deste ano, foi recebida pelo governador Fernando Pimentel na última quarta-feira (14). O objetivo a audiência, que aconteceu no Palácio da Liberdade em Belo Horizonte, foi debater o tema em Minas Gerais.
Acompanhada por representantes do movimento contra o racismo no estado, Dandara apresentou ao governador propostas que podem auxiliar no combate ao crime, como a criação de um programa de enfrentamento ao racismo dentro das instituições públicas e um mapeamento que aponte a incidência do problema.
“O Estado foi muito receptivo. Para nós é muito importante perceber que o governo está caminhando no mesmo horizonte estratégico que sonhamos e acreditamos. O governador acolheu as nossas sugestões. Foi muito bom saber que o nosso slogan 'Minas sem Racismo' não é só um slogan, mas sim um programa de governo”, afirmou Dandara.
Segundo o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, Minas Gerais tem procurado desenvolver políticas que levem à discussão do racismo em todas as esferas da sociedade.
“Com os Fóruns Regionais, o governo tem ido aos territórios para fazer a discussão sobre temas como o racismo com toda a sociedade. Não só o racimo, mas também a questão da igualdade das mulheres, o preconceito contra a mulher indígena, os direitos LGBT, ou seja, é importante levar essa discussão e buscar inciativas para coibir episódios como o que aconteceu com a Dandara. Isso mais do que nunca é necessário”, reforçou.
AÇÕES DO GOVERNO
Desde 2015, o Governo de Minas Gerais tem investido em ações que buscam inibir e punir a prática do racismo. Uma delas foi a criação da Subsecretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial que, entre outras atribuições, é responsável por receber denúncias a serem encaminhadas para a Central de Recebimento, Monitoramento e Avaliação em Direitos Humanos.
Anteriormente, essas denúncias eram direcionadas para Ministério Público Estadual, à Defensoria Pública do Estado e para o Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes Raciais e de Intolerância (Navcradi). Este ano, a subsecretaria já recebeu seis denúncias, entre elas o caso envolvendo a própria Dandara.
Além do Navcradi, o Estado conta com a atuação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), organizado pela Polícia Militar e pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), além do Programa de Assistência Estudantil.
(*) Com informações da Agência Minas