Em coletiva de imprensa ontem, os promotores do Ministério Público Estadual (MPE) detalharam a operação “100 anos de perdão”, deflagrada anteontem em Uberlândia, Patrocínio, Uberaba e Araguari e que resultou na prisão de quatro pessoas, sendo três policiais civis. Eles são suspeitos de integrarem uma organização criminosa que atuava no roubo de cargas ilícitas. Outros cinco suspeitos investigados no Paraná já estavam presos e outras oito pessoas, entre elas seis policiais civis, são consideradas foragidas.
De acordo com o promotor Daniel Marota, as investigações tiveram início após outra operação deflagrada em 2015, quando duas toneladas de maconha foram apreendidas, parte em Patos de Minas e parte vindo de Patrocínio para Uberlândia. “Dez dias antes, houve o registro de uma quantidade semelhante da mesma droga apreendida, também na região, por policiais civis. Isso levantou suspeita de que essa droga pertencia à mesma carga, mas, como a Polícia Federal já investigava esse caso, essas provas só nos foram passadas há algum tempo, o que possibilitou a deflagração dessa nova operação nessa semana”, afirmou Marota.
Segundo o MPE, a organização criminosa se dividia em dois núcleos: a célula paranaense e a célula mineira. O núcleo paranaense identificava as cargas que interessavam ao grupo e instalava rastreadores nos caminhões. O núcleo mineiro, por sua vez, aguardava a entrada dos caminhões no Estado e os integrantes, entre eles nove policiais civis, faziam a abordagem do veículo, a prisão do motorista e a apreensão da carga.
“Quando eles se apoderavam da carga, tentavam revender para o próprio dono, se não desse certo, tentavam vender para outra pessoa. Parte da carga era desviada e parte era apresentada em Boletim de Ocorrência falso, para tentar mascarar que havia acontecido uma apreensão legitima”, afirmou Marota.
