Ainda com considerável desigualdade entre brancos e negros, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em Uberlândia apresenta resultados mais elevados comparados a Minas Gerais e ao Brasil. Enquanto em 2010 o IDHM da população negra da maior de cidade do interior do Estado era de 0,749, considerado alto, em Minas Gerais o índice era de 0,693 e no Brasil, 0,679, ambos considerados médios.
Já o IDHM da população branca de Uberlândia em 2010 era de 0,826, considerado muito alto. No Estado, o índice era de 0,775 e no Brasil 0,777.
Esses dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP), divulgado nesta semana. Os pesquisadores utilizaram de levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até 2010. A intenção é estudar e criar programas para que a desigualdade diminua em todas as esferas da sociedade.
A renda per capita média da população negra de Uberlândia também era maior comparada com Minas Gerais em 2010. Na época, a renda per capita do negro na cidade era de R$ 731,62, no Estado era de R$ 535,12. Já a renda per capita dos brancos em 2010 era de R$ 1.215,29, em Uberlândia, e de R$ 1.006,29 em Minas Gerais.
Outro fato de desigualdade que chama atenção em Uberlândia é que em 2010 o salário médio do empregado negro acima de 18 anos era cerca de 55% menor que o salário do empregado branco da mesma faixa etária. Enquanto o negro recebia em média R$ 1.146,52 na cidade, o salário médio do branco era de R$ 1.783,68.
Ainda em 2010, da população negra da cidade, 8,3% tinha ensino superior completo e 24,1% tinha ensino médio completo e superior incompleto. A porcentagem de brancos com ensino superior completo em Uberlândia era de 21,3% e com ensino médio completo e superior incompleto a porcentagem era 29,2%.
Sobre a expectativa de vida, em 2010 o negro de Uberlândia tinha média de 77 anos e o branco de 79 anos. Em Minas Gerais, em 2010, a expectava de vida do negro ao nascer era de 74,9 anos e a do branco era de 76,2 anos.
IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso de um determinado grupo a longo prazo, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
RETRANCA: GÊNERO
Diferença salarial entre homens e mulheres é expressiva
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da população feminina, em 2010, é de 0,762, o que situa essa parcela da população de Uberlândia na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). O IDHM da população masculina é de 0,813, que a situa na faixa de Desenvolvimento Humano Muito Alto (IDHM entre 0,800 e 1). Em números absolutos, a diferença entre ambos é de 0,051.
O IDHM Longevidade também tem bons índices na cidade, 0,948 para as mulheres e 0,823 para os homens. Ou seja, a população feminina ao nascer tem expectativa de vida 81,8 anos e a masculina de 74,3 anos.
Já no quesito IDHM Renda, a diferença é grande, sendo 0,622 para as mulheres e 0,902 para os homens. A renda per capita para homens empregados acima de 18 anos é de R$ 1.796,39 aproximadamente 50% maior que a renda das mulheres na mesma situação, que é de R$ 1.133,84.
Trabalho
Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 71,48% em 2000 para 72,50% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada) passou de 12,90% em 2000 para 4,98% em 2010.
Economia
Renda cresce 70% em 20 anos
A renda per capita média de Uberlândia cresceu 70,03% nas últimas duas décadas, passando de R$ 588,98, em 1991, para R$ 768,83, em 2000, e para R$ 1.001,45, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 2,83%. A taxa média anual de crescimento foi de 3,01%, entre 1991 e 2000, e 2,68%, entre 2000 e 2010. A proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 12,50%, em 1991, para 9,01%, em 2000, e para 2,98%, em 2010. A evolução da desigualdade de renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, que passou de 0,53, em 1991, para 0,56, em 2000, e para 0,50, em 2010.
- Dados comparativos do IDHM entre negros e brancos*
IDHM 2010
Brancos Negros
Uberlândia 0,826 0,749
Minas Gerais 0,775 0,693
Brasil 0,777 0,697
IDHM Renda 2010
Brancos Negros
Uberlândia 0,807 0,726
Minas Gerais 0,777 0,675
Brasil 0,791 0,667
Renda per capita 2010
Brancos Negros
Uberlândia R$ 1.783,68 R$ 1.146,52
Minas Gerais R$ 535,12 R$ 1.006,29
- Dados comparativos do IDHM entre homens e mulheres*
IDHM 2010
Homens Mulheres
Uberlândia 0,813 0,762
Minas Gerais 0,717 0,727
Brasil 0,696 0,756
IDHM Renda 2010
Homens Mulheres
Uberlândia 0,902 0,622
Minas Gerais 0,818 0,611
Brasil 0,740 0,737
Renda per capita 2010
Homens Mulheres
Uberlândia R$ 1.796,39 R$ 1.133,84
Minas Gerais R$ 913,59 R$ 1.349,15
*Quanto mais perto de 1 melhor