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09/05/2017 às 08h07min - Atualizada em 09/05/2017 às 08h07min

Minas está em alerta para chikungunya

QUANTIDADE DE CASOS NO ESTADO AUMENTOU DE 298 PARA 13.332 NA COMPARAÇÃO COM MESMO PERÍODO DE 2016

Walace Torres - editor
Da Redação
Mutirão de limpeza feito em toda a cidade tem contribuído para reduzir os focos do mosquito transmissor

O número de casos de dengue em Minas Gerais caiu expressivamente em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto que a preocupação agora é com a chikungunya, que teve um acréscimo de mais de 4.300% no Estado.

Segundo o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde, Minas Gerais está em situação de alerta para chikungunya. O número de casos suspeitos passou de 298 nos primeiros quatro meses de 2016 para 13.332 casos no mesmo período de 2017. O número de casos prováveis de chikungunya ultrapassou o número de casos prováveis de dengue nas semanas epidemiológicas 11 e 12 (março). Somente este ano, o estado de Minas Gerais registrou 11 óbitos suspeitos por chikungunya que estão sob investigação.

Até o momento, foram registrados 22.753 casos suspeitos de dengue em Minas, ante 517.141 casos no mesmo período do ano passado. Em 2016, foram confirmados 254 óbitos por dengue e 48 óbitos permanecem em investigação. Em 2017, foram notificados 19 óbitos de pacientes com suspeita de dengue, sendo que 18 estão em investigação e um óbito do município de

Ibirité foi confirmado por dengue.

Em Uberlândia, também houve aumento dos casos de chikungunya, porém, numa proporção inferior. São 24 notificações este ano contra nenhuma no mesmo período do ano passado. Em relação a dengue, o município havia registrado 6.150 casos entre janeiro a abril em 2016. Já este ano foram registradas 1.216 notificações de dengue. Houve duas mortes por dengue ano passado na cidade.

Em relação a Zika, foram registrados 646 casos prováveis este ano em Minas, sendo 117 em gestantes. O número de casos prováveis em 2017 está muito inferior ao número de casos prováveis notificados em 2016 (13.709 casos). Em Uberlândia são 17 casos suspeitos este ano, sendo 9 em gestantes.

Segundo o coordenador do programa de controle do Aedes aegypti em Uberlândia, José Humberto Arruda, dos casos suspeitos de chikungunya, quatro já foram confirmados. “Ainda é possível fazer o acompanhamento caso a caso por ser um número pequeno”, diz Arruda. Ele acredita que o aumento dos casos de chikungunya pode ter relação com o fato da doença ter surgido somente em 2014 e ser transmitida pelo mesmo vetor da dengue, com sintomas também bastante parecidos. “É muito comum notificar um caso de chikungunya e ao longo da investigação verificar que era dengue. Já o contrário é mais raro, mas pode acontecer também”, diz.

Além da intensificação dos mutirões de limpeza, as equipes têm reforçado as ações de bloqueio dos casos notificados, ou seja, é feito um trabalho de busca e eliminação dos mosquitos e de possíveis criadouros no entorno da residência da pessoa infectada. “O bloqueio tem sido uma ação com resposta muito positiva”, conta Arruda.

 

BRASIL

Cai número de casos suspeitos de zika, dengue e chikungunya

 

O número de casos de dengue, zika e chikungunya no Brasil caíram de forma expressiva em relação ao ano passado. Dados do Ministério da Saúde divulgados ontem indicam que até dia 15 de abril foram contabilizadas 113.381 infecções suspeitas por dengue - 90% a menos do que o registrado no mesmo período de 2016. A queda de registros de chikungunya também foi significativa: 68%. O anúncio aponta redução de 135.030 casos suspeitos para 43.010. Já a zika teve uma queda de 45% de casos em relação ao mesmo período, chegando a 7.911 suspeitas neste ano.

O diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, afirmou que a maior atenção neste ano é para o aumento de casos de chikungunya no Tocantins, Rio Grande do Norte e Roraima. Apesar da elevação, o número ainda não caracteriza epidemia.

No Tocantins, por exemplo, a proporção de casos é de 109,5 a cada 100 mil habitantes, um terço do que é considerado nível epidêmico. No Rio Grande do Norte, por sua vez, a proporção é de 189,8 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto, em Roraima, a incidência é de 80,5 a cada 100 mil. Toledo informou que equipes do Ministério da Saúde foram encaminhadas para a região a fim de auxiliar nos trabalhos de prevenção.

Mesmo com a redução de casos, a dengue está presente em todos os Estados do País, embora não seja identificada com nível epidêmico em nenhuma região. A maior concentração de casos está no Centro-Oeste, com 160 casos a cada 100 mil habitantes, com incidência de 281 a cada 100 mil em Goiás.

Em 2017, foram confirmadas 17 mortes provocadas por dengue no País, enquanto o número chegou a 507 em 2016.

Quanto à zika, as maiores incidências foram registradas no Tocantins, com 49,6 casos a cada 100 mil habitantes e em Roraima, com 23,5 a cada 100 mil. No Estado de São Paulo, foram informadas 344 infecções pelo vírus, o que equivale a uma incidência de 0,8 a cada 100 mil. Ano passado, o número era de 8,9.


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