O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais caiu 2,6% no ano passado em relação a 2015. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (6) pela Fundação João Pinheiro (FJP). Mesmo com a retração, o decréscimo do Estado foi menor que o registrado pelo PIB nacional, que apresentou queda de 3,6% em 2016. O único resultado positivo da pesquisa se refere ao setor agropecuário, que cresceu 6,6% no ano passado em relação a 2015. Esse é o terceiro ano seguido em que Minas Gerais aponta queda no PIB.
O setor de serviços, responsável por aproximadamente dois terços do PIB de Minas, caiu 2,1% em 2016, com os quatro subsetores em queda: comércio (-5,4%), transporte (-3,9%), outros serviços (-3,1%) e administração pública (-0,1%).
No caso do setor industrial, a retração foi de 6,0% em 2016 comparada a 2015, menor do que a registrada em 2015 em ralação a 2014 (7,8%). No ano passado, os principais subsetores que contribuíram com essa desaceleração foram: extrativa mineral (-11,2%), construção civil (-8,9%) e transformação (-5,5%). Porém, o subsetor de saneamento e energia apresentou aumento de 7,8%.
O setor agropecuário foi o principal responsável pela desaceleração na tendência de queda do PIB de Minas Gerais, tendo sido o único setor a apresentar variação positiva. Ainda assim, a FJP ressalta que o comportamento do setor agropecuário é irregular, no sentido de que nem sempre acompanha a trajetória de desempenho das outras atividades econômicas, pois depende da ocorrência ou não de intempéries climáticas ao longo dos anos e se relaciona com o nível dos preços e de estoques das commodities agrícolas.
O resultado positivo do setor agropecuário em 2016, cujo pico de produção ocorreu no segundo trimestre do ano, pode ser creditado à expansão na quantidade produzida dos dois principais produtos da pauta agrícola mineira: o café arábica e a soja. A maior parte dos demais produtos agrícolas apresentou variação negativa, à exceção do alho, batata inglesa, cana-de-açúcar e feijão.
Os dois produtos que impulsionaram o setor agropecuário em Minas também estão entre os mais fortes em Uberlândia e região, juntamente com o milho. O vice-presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Gustavo Galassi, disse que essa melhoria foi notada na cidade. “Temos aumentado o número de sacos colhidos por hectares nos últimos anos e a confiança do produtor também tem aumentado”, afirmou.
Ainda de acordo com Gustavo Galassi, a área de plantio desses produtos também aumentou. “O clima vem ajudando muito. Em 2016, o tempo foi bom para o plantio e para a colheita. Mas Uberlândia também é muito forte na agropecuária, e, somando esses dois segmentos, com certeza, contribuímos para esse número positivo do PIB”, disse.
OTIMISMO
Agricultor tem boa expectativa para este ano
O agricultor Claudionor Nunes de Morais cuida atualmente de 1,3 mil hectares de soja e 800 hectares de milho. Segundo ele, com bons números de produção registrados em 2015 e 2016, a expectativa para esse ano também é boa.
“Acredito que a colheita de soja e milho foi 10% maior em 2016 em relação a 2015. São bons números e com um clima que vem ajudando, devem melhorar ainda mais”, ressaltou.
Ele disse ainda que a tecnologia tem sido aliada nessa positividade. “Com uma produção e arrecadação maior, o produtor rural tem tido condições de investir em sementes e formas de plantio melhores, assim, a qualidade só aumenta”, finalizou Claudionor.
ARTE
Resultado do PIB de Minas Gerais de 2016, segundo a FJP
- Queda de 2,6%
Por setores
- agronegócios: 6,6%
- indústria: -6%
- serviços: -2,1%
PIB Nacional de 2016
Queda de 3,6%
*Pelo terceiro ano seguido o PIB mineiro apresentou retração