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23/03/2017 às 09h16min - Atualizada em 23/03/2017 às 09h16min

COLUNA CINEMA

“Jogo do dinheiro”

Quem lê o título desse filme e também assiste os primeiros minutos do longa pode pensar que esta produção não passa de mais um filme sobre economia, daqueles que vão nos dar inúmeros gráficos, números, contas, dicas de aplicações e todos os elementos sobre o mercado financeiro de Nova York. E por causa disso, a princípio alguns espectadores que não são muito fãs do gênero podem ficar meio desanimados em assistir o longa. Mas neste caso as aparências se enganam, e muito!

“Jogo do Dinheiro” vai muito além disso. Trata-se de um filme tenso, cheio de reviravoltas, que te prende do início ao fim. Com um roteiro inteligente e que usa o tema "economia" apenas como base para sua história envolvente. Caracterizado como suspense, o filme traz como personagem principal Lee Gates que é uma personalidade bombástica de TV que foi transformado no mago do dinheiro de Wall Street graças ao sucesso de seu programa financeiro. Mas depois de recomendar as ações de uma empresa de tecnologia que misteriosamente entram em colapso; um irado investidor toma como reféns Gates, sua equipe e sua astuta produtora Patty Fenn durante uma transmissão ao vivo. Com os desdobramentos transmitidos em tempo real, Gates e Fenn precisam encontrar uma maneira de se manterem vivos enquanto buscam desvendar a verdade por trás de um emaranhado de mentiras e muito dinheiro.

Esta trama é o grande chamariz para deixar qualquer telespectador com os olhos grudado na tela. A narrativa é crescente do início ao fim e não decepciona na conclusão deixando um gostinho de quero mais ao término dos aproximadamente 90 minutos de projeção. A direção é da atriz Jodie Foster (de “O silêncio dos inocentes”) que já se aventura neste cargo há um bom tempo na sétima arte. E o trabalho dela é feito com maestria! Por se tratar de um programa ao vivo, Foster nos deixa com a impressão de que somos espectadores de algo que se passa instantaneamente na TV e não que estamos vendo um filme. Com ótimos ângulo que parecem que estão sendo mostrados pelos próprios atores que fazem os cinegrafistas e usando os recursos que são comuns nas transmissões ao vivo nas emissoras de comunicação, tudo parece real. Aliás, temos inclusive momentos cômicos durante as cenas de perigo que servem como fuga para aliviar os momentos de tensão, mostrando o improviso que acontece sempre em frente às câmeras. O sequestrador com uma arma e um detonador de bomba, tomado pelo nervosismo no estúdio, é acalmado pelo produtor que coloca um microfone lapela nele para que o mesmo consiga passar melhor a mensagem ao telespectador.

No meio disso tudo há alguns exageros que não aconteceriam de forma alguma numa situação real. Ou que se acontecessem, com certeza teria como consequência a morte de alguém ou de todos no caso. Mas filme é filme não é mesmo?

E como uma boa história precisa de um elenco competente para ser bem contada, nada melhor do que ter George Clooney como ator principal. O astro interpreta de forma brilhante o apresentador de TV que no início se mostra arrogante por causa da fama, mas que na situação em que se encontra, vai se transformando ao longo do filme. E como coadjuvante, literalmente nos bastidores, temos Julia Roberts que também faz um ótimo trabalho. Aliás, essas qualidades podem ser expandidas a todo o elenco, já que até mesmo Lenny Venito rouba a cena como o cinegrafista leal à profissão. Destaque também para o ator Jack O'Connell que faz o sequestrador desesperado e inconsequente Kyle Budwell. A atuação dele é tão boa que com o passar do tempo o criminoso ganha nossa empatia.

“Jogo do Dinheiro” não é nenhum blockbuster mas é melhor que muitos que surgem por aí. Vale a pena!

Nota 8

 

FOTO: DIVULGAÇÃO


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