Mais de 200 alunos de escolas municipais e estaduais participaram de atividades em alusão ao Dia Mundial da Água, celebrado ontem, com ações promovidas no Parque Municipal Victório Siquierolli. O objetivo foi despertar a conscientização quanto ao uso adequado e aos cuidados necessários em relação aos recursos hídricos.
Para despertar o assunto de forma lúdica e interativa, os organizadores realizaram o plantio de árvores no Parque, caminhadas ecológicas, uma divertida caça ao tesouro e exibiram curta-metragens cujo tema era preservação. Também estimularam as crianças a falar sobre o assunto e mostrar o que pensam com relação à água.
“Temos que cuidar dela para termos o que beber e comer. É o que faz crescer as plantas, abastece os rios e permite a vida existir”, disse Marília Amâncio Bernardes, estudante do oitavo ano da Escola Cruzeiro do Sul. Ela e seus colegas participaram ativamente das recreações no Siquierolli.
Preservar
O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico destacou a importância do uso consciente para garantir o abastecimento permanente. “Temos que observar nossas ações no dia a dia e reproduzir boas práticas em relação aos recursos naturais. A preservação do planeta depende de cada um de nós e isso é urgente”, afirmou.
Já o diretor-geral do Dmae, Sérgio Vieira Attiê, destacou que o órgão tem como função garantir o abastecimento de água e, desta forma, a vida. Ele aproveitou para estimular reflexões. “Cada pessoa deveria imaginar como seria ficar sem água, mesmo que por alguns dias”, disse.
UNICEF
Escassez de água deve afetar milhares de crianças
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou ontem que 660 milhões de crianças vão viver em regiões com escassez de água até 2040. O relatório "Sede do Futuro: Água e Crianças num Clima em Mudança" foi lançado ontem para marcar o Dia Mundial da Água.
O documento analisa as ameaças à vida e ao bem-estar das crianças causadas pelo esgotamento das fontes de água potável e a forma como as mudanças climáticas vão intensificar esses riscos no futuro. O relatório afirma ainda que atualmente mais de 660 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a recursos hídricos adequados e quase 1 milhão fazem suas necessidades a céu aberto.
Mais de 800 crianças com menos de cinco anos morrem diariamente de diarreia porque não têm acesso à água potável, saneamento básico e condições adequadas de higiene. Segundo os especialistas do Unicef, mulheres e meninas gastam 200 milhões de horas carregando baldes de água todos os dias no mundo inteiro.
O relatório diz ainda que o impacto das mudanças climáticas pode ser evitado e faz uma série de recomendações. Entre elas, pede que os governos planejem as alterações na disponibilidade e demanda de água pelos próximos anos.
MINAS
Governo consolida ações para preservação
Garantir o acesso universal à água de qualidade já é considerado, por vários especialistas em todo o mundo, como o grande desafio do século 21. No Brasil não é diferente. O País convive há cinco anos com uma das piores secas nas regiões mais áridas do Nordeste, que vem devastando economias locais e colocando em risco a sobrevivência da população.
Minas Gerais também enfrenta ameaças hídricas. Há dois anos, por exemplo, uma longa estiagem ameaçou o abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – algo impensável há décadas atrás.
A crise de 2015, contudo, também deixou claro que somente a gestão planejada e criteriosa dos recursos hídricos é capaz de garantir o acesso permanente à água para milhões de pessoas.
A principal iniciativa do Governo de Minas Gerais foi resgatar a importância do planejamento da gestão hídrica e de ações coordenadas entre órgãos como Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Copasa, Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Secretaria de Estado de Cidades e Integração Regional (Secir) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor). Com ações planejadas, o Governo começa a formar uma nova realidade no estado.