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17/03/2017 às 08h59min - Atualizada em 17/03/2017 às 08h59min

Oitenta leitos do Hospital Municipal são reabertos

Unidade tem 236 leitos, mas 33 ainda estão desativados e não têm data para funcionar

VINÍCIUS ROMARIO - REPÓRTER

Os usuários da rede pública de saúde terão à disposição mais 80 leitos do Hospital Municipal de Uberlândia, sendo dez deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O anúncio foi feito ontem, durante visita do prefeito Odelmo Leão e do secretário municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues, à unidade de saúde.

Segundo Gladstone, do total de 236 leitos da unidade, 33 ainda estão desativados. Ele afirmou também que as quatro alas de UTI, que somam 40 leitos, estão funcionando normalmente. Durante a entrevista coletiva, Odelmo Leão não informou qual o valor gasto para a reabertura desses leitos.

Em janeiro deste ano, em outra visita ao Hospital, o prefeito informou que 115 leitos estavam fechados, sendo 35 de internação e dez de UTI por falta de infraestrutura e manutenção nos equipamentos. Naquela época, outros 70 estavam inutilizáveis por ausência de materiais e medicamentos básicos.

Ainda durante a visita de ontem foi anunciada a recuperação de alguns equipamentos que não estavam sendo utilizados. São eles: um tomógrafo, 60 das 120 bombas de infusão e 11 monitores multiparâmetros dos 30 que estavam inoperantes. Também foram recuperadas duas autoclaves e duas termodesinfetadoras.

“Estamos trabalhando para levar a melhor saúde para a população de Uberlândia e vamos colocar todos os leitos do Hospital em funcionamento o mais rápido possível”, disse Odelmo Leão.

 

PACIENTES

 

A enfermeira particular Jamile Villaroel estava acompanhando a paciente dela, uma senhora de 90 anos, durante um exame no Hospital Municipal. Segundo ela, foi necessário esperar 12 dias de internação em uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI), para que a paciente conseguisse o exame. “Está muito complicada a saúde na cidade. Precisamos esperar vários dias para conseguir um exame simples, sem contar a precariedade das UAIs”, disse.

Já o auxiliar administrativo Charles Amaro Gomes disse que achou excelente o atendimento no Hospital. “Quebrei o punho no início de fevereiro e cinco dias depois conseguiram a cirurgia para mim, aqui no Hospital. Fui muito bem atendido e não esperava por isso”, afirmou.

 

Saia Justa

 

Durante a visita do prefeito Odelmo Leão ao Hospital Municipal, o marido de uma paciente o abordou cobrando atendimento médico para a mulher. Visivelmente alterado, o homem que não foi identificado, disse que a esposa estava passando mal há cerca de 30 minutos, mas que os enfermeiros diziam não haver médico para atendê-la.

Após esse momento, a equipe do Hospital informou que a paciente havia tido alta médica, e, após deixar a unidade, teria sofrido uma crise de ansiedade. A equipe disse também que ela não teria sido atendida na hora porque os médicos estariam ocupados com outros pacientes no momento, mas, que, após ser atendida, a paciente se encontrava estável e conversando normalmente.

 

DÉFICIT

 

Cidade ainda precisa de 750 leitos, sendo 10% de UTI

 

Uberlândia conta atualmente com 772 leitos na rede pública de saúde, somando Hospital Municipal e o Hospital de Clínicas da UFU.

Mas, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues, a rede ainda tem um déficit de 750 leitos. Desse total, cerca de 10%, ou seja, 75, deveriam ser de UTI. Ele disse também que no início do ano o déficit de medicamentos era de 50% e agora está entre 23% e 27%.

“A gente está trabalhando para que não falte nem 1%, mas o momento é de crise e a situação financeira não é boa. Para que eu conseguisse encher meu estoque e trabalhar prevendo situações futuras, seria necessário cerca de R$ 6 milhões, mas não temos esse dinheiro agora”, afirmou Gladstone.

 

 

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

 

Promotor diz que judicialização para atendimentos diminuiu

 

Em 2016, o promotor de Saúde do Ministério Público Estadual (MPE), Lúcio Flávio de Faria e Silva, havia informado que recebia diariamente, cerca de 12 pedidos de judicialização para atendimentos médicos em Uberlândia. Ele acompanhou a visita ontem e disse que esse número caiu para cinco nesse ano. “Estamos nos recuperando. A rede de atendimentos foi destruída nos últimos quatro anos. Precisamos melhorar a nossa atenção primária para que a saúde avance mais na cidade”, disse.

 


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