Gosto muito de expressões populares pela capacidade que têm de transmitir, de uma forma bastante clara, conceitos valiosos. Dentre elas tem uma que ouvi do amigo Waldyr Bonnas, de tantas e tão boas passagens pela produção áudio visual de nossa cidade, que volta e meia me vem a memória: “o ridículo é igual mau hálito, quem tem não percebe!”.
Diante de tantas manifestações, posições e atitudes que estamos assistindo com intensidade, nada melhor do que ela para tentar entender porque tem pessoas que agem assim. Comportamentos totalmente impertinentes praticados com absoluta normalidade, sem o mínimo constrangimento. Com uma cara de pau que deixa até a própria madeira sem graça.
Com certeza, além da auto-avaliação, faltam amigos, colaboradores, parceiros que lhes falem a verdade. E o mais importante, que ao escutar, não justifiquem nem se defendam; pelo contrário, reflitam e avaliem. Da última vez que me lembrei desta expressão fiz um novo desdobramento, mudando ridículo para egoísmo. Cabe do mesmo jeito, “egoísmo é como mau hálito, quem tem não desconfia”.
Só que desta vez não me referi aos outros, mas a mim. Diante de uma situação vivida, minha consciência resolveu fazer esse papel de me mostrar a verdade. De como agi pensando exclusivamente com meu umbigo. Não foi nada sério e a pessoa com quem fui egoísta, não sei se por não ter percebido ou talvez por ter se acostumado, nem ficou aborrecida. Realmente foi uma situação banal, corriqueira e sem maiores desdobramentos.
Mas foi o bastante para me incomodar. E não acomodar. Não posso garantir que vou conseguir mudar totalmente, mas espero ficar mais atento. E diante de uma situação que estiver me aborrecendo avaliar se não sou eu que está agindo equivocadamente. E também ser menos crítico com o juízo que estiver fazendo sobre gestos de egoísmo dos outros. Ser mais tolerante e compreensivo. Até para não ter que lembrar de outro ditado igualmente contundente: “cuidado quando estiver achando uma pessoa chata, porque o chato muitas vezes não é ela: é você mesmo!”.
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