Gabriel Bandeira faz parte da equipe de natação paralímpica do Praia Clube e foi contemplado pelo programa federal | Foto: Praia Clube/DivulgaçãoO programa nacional Bolsa Atleta 2023 beneficiou 101 atletas de Uberlândia. O número de contemplados é 55% maior do que o divulgado no ano passado, quando 65 esportistas da cidade foram escolhidos para receber o benefício. O valor da bolsa varia de acordo com a categoria de competição, podendo chegar a R$ 15 mil mensais.
De acordo com a lista divulgada pelo Governo Federal no Diário Oficial da União, dos atletas beneficiados em Uberlândia, 64 são homens e 37 mulheres, incluindo atletas olímpicos e paralímpicos. As modalidades dos esportivas são: natação paralímpica, tênis em cadeira de rodas, halterofilismo, vôlei de praia, basquete 3x3, vôlei de quadra, atletismo paralímpico, bocha paralímpica, carabina, paraciclismo estrada, breaking, tênis de mesa paralímpico, atletismo, handebol e natação.
Além de Uberlândia, outros 35 atletas da região do Triângulo Mineiro também foram contemplados com o auxílio, sendo 16 de Uberaba, sete de Patrocínio, seis de Araxá, um de Araguari e um de Ituiutaba.
Gabriel Bandeira faz parte da equipe de natação paralímpica do Praia Clube, em Uberlândia, e está entre os beneficiados do município. Segundo ele, que já conquistou quatro medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2021, o incentivo é muito importante para sua preparação.
“O Bolsa Atleta faz total diferença na minha preparação, com toda certeza é o diferencial para se ter resultados no alto rendimento. Ajuda a cobrir todos meus gastos com alimentação, suplementação, materiais de treino, trajes para competição, entre outros”.
O paratleta sabe da importância dos investimentos nos esportes e, mesmo com outras fontes de receita, como salário do clube e patrocínios, o programa federal ajuda muito na preparação para competir em alto nível.
“Hoje recebo, além do Bolsa Atleta, o salário do meu clube, que é o Praia Clube, e o patrocínio de empresas. Mas, o diferencial é o Bolsa Atleta, que é necessário para qualidade no meu treinamento”.
A paratleta de atletismo, Allana Karollayne da Silva recebe o Bolsa Atleta desde 2018. Conforme dito por ela, sem o auxílio, dificilmente conseguiria se manter para competir em alto nível.
“Ficaria complicado de permanecer no esporte, porque, querendo ou não, eu estudo, teria que procurar alguma coisa por fora e dificilmente continuaria no esporte. As contas chegam, precisamos ter condições. Não deixa de ser um emprego, trato como trabalho”.
Atualmente, Allana recebe o benefício na categoria Nacional, para esportistas que se mantêm entre os três primeiros colocados nas categorias que competem. A paratleta recebe cerca de R$ 925 mensais, porém, o valor não cobre todos os gastos dela com o esporte.
“Me ajuda, se precisar pagar academia ou um fisioterapeuta. Infelizmente, o Bolsa Atleta não cobre muita coisa, faz tempo que não tem reajuste e está tudo muito caro. Demora mais um pouco se eu, por exemplo, precisar de fisioterapeuta, nutricionista e academia, não consigo fazer de uma vez. Tenho que intercalar. O valor ajuda, mas não cobre tudo que precisamos. Não cobre material, uma sapatilha de atletismo já vai metade da bolsa. Ela ajuda, com certeza, mas, atualmente, não é o suficiente”.
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BOLSA ATLETA
O Bolsa Atleta é um programa do Governo Federal criado em 2005, que beneficia esportistas de alto rendimento que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais de sua modalidade. O orçamento para execução do programa em 2023 é de mais de R$ 120 milhões.
O Bolsa Atleta 2023 atingiu seu maior número de beneficiados desde o início do programa, com 7.868 atletas, quase 20% maior que o do edital de 2022, quando foram contemplados 6.419 esportistas. Neste ano, são 5.898 atletas olímpicos e 1.970 representantes de modalidades paralímpicas. Do total, 3.478 (44,2%) são mulheres e 4.390 (55,8%), homens.
A distribuição da bolsa é feita em seis categorias e valores diferentes, todos em 12 parcelas. Atleta de Base é de R$ 370, Estudantil, R$ 370, Nacional, R$ 925, Internacional, R$ 1.850, Olímpico/Paralímpico, R$ 3,1 mil, e Pódio, destinada a atletas de elite, posicionados entre os 20 melhores em seus rankings mundiais, que recebem benefícios entre R$ 5 mil e R$ 15 mil mensais.
O processo de indicação dos atletas elegíveis ao Bolsa Atleta é feito pelas entidades nacionais de administração do esporte, como o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) e outras confederações, a partir de resultados esportivos obtidos no ano anterior.
