Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
08/01/2023 às 08h30min - Atualizada em 08/01/2023 às 08h30min

Produtores comemoram reconhecimento do Queijo Minas Artesanal de Casca Florida

Queijo é conhecido por ter cobertura com fungos filamentosos, conhecidos como mofos ou bolores

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Assim como acontece com outros pratos, a expectativa é que Minas Gerais seja reconhecido mundialmente pelo queijo | Foto: DIRCEU AURÉLIO/IMPRENSA MG
Os produtores do Queijo Minas Artesanal das 10 regiões reconhecidas pelo Governo de Minas Gerais se reuniram, nesta semana, para agradecer o reconhecimento do Queijo Minas Artesanal de Casca Florida. Esse tipo de queijo é considerado quando há uma cobertura com presença ou dominância de fungos filamentosos, popularmente nomeados de mofos ou bolores.

O governador Romeu Zema afirmou que o estado vai continuar trabalhando na valorização e na agregação de valor de produtos genuinamente mineiros. “Assim como temos o presunto Parma e a baguete francesa, por exemplo, queremos que o queijo minas artesanal seja reconhecido mundialmente”, explicou.

Com o reconhecimento, o Governo de Minas atesta ao mercado que o queijo é especial e que suas características não oferecem riscos à saúde. Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a reconhecer o Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida. Outros estados já formalizaram a produção de queijos industrializados com casca florida a partir do leite pasteurizado e de fundos industriais.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, explicou que com a caracterização o próximo passo será a regulamentação do queijo de casca florida por meio de um trabalho da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). “Queremos ver o queijo formalizado e regulamentado nas prateleiras de Minas Gerais, do país e do mundo, mostrando a qualidade do queijo mineiro”.


• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram

GANHOS
“É o ordenamento da produção, da maturação e da comercialização do queijo. Temos que criar as normas para essa cadeia produtiva funcionar até chegar na mesa do consumidor, e é isso que nós vamos fazer agora no IMA”, explicou João Carlos Leite, produtor da marca Roça da Cidade, de São Roque de Minas, da região produtora da Canastra.

O processo de legitimação desse queijo foi lembrado desde o início por um dos queijeiros presentes, Túlio Madureira. “Em 2016, tivemos a oportunidade de iniciar a pesquisa na minha queijaria, junto à Universidade Federal de Lavras (UFLA), quando identificamos os fungos Geotrichum Candidum, o mesmo presente em queijos famosos, como o camembert francês, e hoje esse queijo chega ao mercado graças ao trabalho conjunto da Seapa, do IMA e das universidades que fizeram as pesquisas”, disse o produtor do Queijo do Gir, no Serro, da região produtora de Diamantina.

Madureira destacou também o papel da regulamentação para garantir a qualidade e a integridade dos produtores que forem credenciados. “Agora, vamos trabalhar para determinar como se dará a inoculação. Dentro da regulamentação vão constar os passos para a produção, quantos dias para maturação, as variedades de fungo, para termos o acabamento perfeito para esse queijo, a fim de atender às características sanitárias para chegar ao consumidor final”, explicou.

Também da região de Diamantina, o produtor Richard Wagner Andrich, da Queijo Datas Guzerá, espera incrementar o faturamento e o chamariz gastronômico. “Hoje, 50% dos clientes ou mais querem o queijo de casca florida. Por isso, é muito importante a regulamentação, pois será mais um atrativo para os turistas”, prevê.

FORÇA MINEIRA
Atualmente, Minas Gerais conta com 30 mil produtores de queijos, sendo que 9 mil são produtores de Queijo Minas Artesanal com produção aproximada de 40 mil toneladas anuais. Hoje, 112 queijarias estão registradas no IMA com o Selo Arte, o que permite a comercialização em todo país.
O objetivo do Governo de Minas é ampliar o número de queijarias registradas, retirando o produtor da informalidade, e aumentar o número de microrregiões reconhecidas como produtoras de queijo artesanal. As 10 regiões reconhecidas pela produção do Queijo Minas Artesanal são: Araxá, Canastra, Campos das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras da Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça.

Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90