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01/07/2022 às 09h56min - Atualizada em 01/07/2022 às 09h56min

Uberlândia Esporte avalia implementação da SAF no clube

Reunião inicial aconteceu nesta quinta (30) e esclareceu dúvidas sobre o projeto

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Possibilidade de adesão ao projeto foi debatida no MPE com a presença da diretoria e conselheiros do clube I Foto: FOTO: REPRODUÇÃO/UEC
A possibilidade de transformar o Uberlândia Esporte Clube (UEC) em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi alvo de discussão na noite desta quinta (30), em reunião realizada na sede do Ministério Público Estadual (MPE). O encontro reuniu a diretoria, conselheiros do clube e os responsáveis pela formulação do projeto original da SAF no país.
 
De acordo com o presidente do Verdão, Rênio Carlos Garcia, a primeira reunião teve como objetivo o esclarecimento de dúvidas sobre a implementação da SAF na instituição, com panoramas sobre o mercado e quais são os impactos da adesão ou não do projeto no Uberlândia Esporte.
 
Em entrevista cedida ao Diário, o executivo afirmou que o clube já possui investidores interessados, mas o momento é de cautela, já que para a implementação da Sociedade Anônima de Futebol serão necessárias mudanças no Estatuto.
 
“A todo momento alguém entra em contato para sondar, isso é natural, mas nós não temos pressa. Essa parte de interessados vem em um segundo momento, o nosso foco agora é estruturar o Uberlândia para que caso a assembleia opte pela SAF, nós tenhamos tudo documentado. Depois, a gente vai ficar atento ao mercado para ver as propostas, algo que seja bom para o futuro da instituição”, disse.
 
Ainda conforme dito por Rênio, a diretoria do Verdão deve adequar o Estatuto para a realidade de uma SAF nos próximos 60 dias. “O próximo passo é levar em votação para os associados decidirem ou não. A minha parte enquanto executivo do clube estou fazendo, agora cabe a assembleia decidir qual caminho eles querem para a instituição”, explicou.
 

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POTENCIAL DE INVESTIMENTO
O advogado Tiago Gomes também esteve presente na reunião desta quinta. O jurista visitou as instalações do UEC juntamente com José Francisco Manssur, um dos responsáveis pela formulação do projeto da SAF no Brasil, e elogiou a infraestrutura desportiva do clube e da cidade como um todo.
 
“Uberlândia tem uma força inacreditável, é uma potência do esporte. O Praia Clube já é consolidado no cenário esportivo nacional em várias modalidades e tem um projeto municipal da Futel que tem mais de 21 mil crianças matriculadas, isso deveria ser motivo de um orgulho imenso”, disse.
 
Especialista em Direito Societário, Gomes afirma que o Verdão está pronto para receber potenciais investidores pela estrutura apresentada tanto no CT Ninho do Periquito quanto no Estádio Parque do Sabiá. “Os vestiários são de primeiríssimo mundo e o CT é muito qualificado”, comenta. Apesar disso, o caminho para a implementação da SAF ainda é longo.
 
“A reunião foi muito inicial, apenas para apresentar o modelo SAF. Caso implementado, o futebol vai se beneficiar de algo que já é utilizado em outros setores da economia, com governança, capacidade de organização institucional. Futebol é um negócio caro que exige investimento, tendo investimento é possível que clubes se reestruturem e voltem ao lugar de onde nunca deveriam ter saído, como é o caso do Cruzeiro, do Vasco, do Botafogo e do próprio Uberlândia”, disse.
 
SAF
A Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) entrou em vigor no Brasil em agosto de 2021. O projeto permite que os clubes de futebol se transformem em empresas S.A. A implementação da SAF tem ganhado repercussão no país após times tradicionais aderirem à ideia, tais como o Vasco da Gama, o Botafogo e o Cruzeiro, que hoje é comandado pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno.
 
Com o projeto, clubes de futebol vão poder passar não apenas a ter lucros, mas também a receber recursos de investidores, vender ações e, em caso de endividamento, vão poder acionar a lei de falências, o que pode ajudar na recuperação judicial ou extrajudicial. Além disso, a SAF prevê o recolhimento de impostos, algo que os clubes com formatos tradicionais são isentos.
 
A migração dos times do formato de empresas para Sociedade Anônima não é obrigatória e cada clube pode escolher seu formato de gestão. Ao sancionar a lei no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro vetou alguns trechos, incluindo os que impactavam na arrecadação de impostos, como limitar o pagamento mensal à Receita Federal a 5% pelos próximos cinco anos e a isenção de impostos sobre a venda de jogadores.

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