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24/02/2022 às 17h56min - Atualizada em 24/02/2022 às 17h56min

Presidente dos EUA e primeiro-ministro britânico anunciam sanções à Rússia

Joe Biden informou que será “a maior sanção econômica já vista na história”

AGÊNCIA BRASIL

Durante coletiva realizada na Casa Branca, em Washington, o presidente norte-americano Joe Biden anunciou sanções à Rússia após a invasão na Ucrânia, iniciada na madrugada desta quinta-feira (24). Segundo Biden, essa é “A maior sanção econômica já vista na história.”

 

O presidente disse que as medidas terão início nos próximos dias. “A Rússia não poderá negociar nem em dólares, nem em euros nem em ienes”. Segundo Biden, os títulos do governo russo já caíram mais de 30%. A moeda do país, o rublo, também segue em desvalorização perante o mercado internacional.

 

Biden anunciou que todos os ativos dos bancos russos nos Estados Unidos (EUA) serão congelados. “Temos US$ 1 trilhão em ativos congelados; um terço dos bancos russos serão cortados do sistema financeiro SWIFT”, revelou. O sistema SWIFT é uma cooperação internacional que conecta instituições financeiras em mais de 200 países, e que é controlado pelos bancos centrais dos países que integram o G-10 - grupo das 10 maiores economias do mundo.

 

Biden disse que os EUA reduzirão o acesso da Rússia à tecnologia e a financiamentos em setores estratégicos, como o aeroespacial. “Nossas ações afetarão mais da metade das exportações de alta tecnologia”, complementou.

 

O presidente norte-americano destacou ainda que “Os EUA não estão fazendo isso sozinhos. Há meses estamos construindo uma coalizão de parceiros”, disse, citando França, Austrália, Reino Unido, e Nova Zelândia. Momentos antes da entrevista, Biden já havia alinhado as sanções anunciadas com os outros líderes do G7 - grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. “Estão todos aliados”, informou.

 

Sobre os fornecimentos de combustíveis e gás natural, o político pediu para que as petrolíferas norte-americanas não se aproveitem da situação para aumentar preços. Ele garantiu que os EUA estão se coordenando com produtores de petróleo para garantir o fornecimento de energia global, e que há reservas de petróleo disponíveis.

 

Defesa de aliados

“Este foi um ataque premeditado”, disse Biden. Ele lembrou que, durante muitas semanas vinha alertando o mundo do que ocorreria. E, segundo ele, quando o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), estava prestes a se reunir, Putin atacou a Ucrânia.

 

De acordo com Joe Biden, o presidente russo, Vladimir Putin, usou diversas desculpas para invadir o país vizinho, mas nenhuma se mostrou verossímil. “A escolha de Putin não se justifica. Nunca foi uma questão de se defender mas de proteger o império”, disse. 

 

Biden disse ainda que a verdadeira intenção de Putin seria a recriação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). “É disso de que se trata essa guerra”, disse.

 

Joe Biden disse que, em conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, realizada na quarta-feira (23), garantiu que ajudaria na condução do país oferecendo “alívio militar”, mas não explicou o que significaria isso.

 

Um encontro de 30 aliados da Organização do Atlântico Norte (Otan) deve acontecer nesta sexta-feira (25) para definir os próximos passos em relação às ações de guerra da Rússia. Na hipótese de futuras agressões a nações já integradas no tratado, Biden afirmou que “os Estados Unidos vão defender os aliados com toda sua força. A Otan está mais unida do que nunca.”, disse.

 

O presidente disse que ainda não está pronto para revelar qual posicionamento foi negociado com a China sobre o conflito.

 

REINO UNIDO

Em declaração dada no Parlamento inglês na tarde desta quinta-feira (24), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que agirá fortemente contra a Rússia após a invasão na Ucrânia. Ele disse ainda que sanções também serão impostas a Belarus por seu papel no conflito.

 

"O Reino Unido está lançando o maior pacote de sanções econômicas que a Rússia já viu, com novas medidas para atingir as finanças russas e os bancos, que já sofreram sanções nessa semana. Também vamos implementar um congelamento financeiro. Esses poderes vão nos permitir excluir os bancos russos do sistema financeiro do Reino Unido, que é o maior da Europa, impedindo-os de acessar os pagamentos e fazer pagamentos através do Reino Unido".

 

Johnson disse ainda que, juntamente com União Europeia e Estados Unidos, o Reino Unido vai criar restrições comerciais e controles de exportações. "Vamos criar uma nova legislação para banir a exportação de itens para a Rússia, incluindo componentes tecnológicos e de setores na área de eletrônica, telecomunicações e setores aereoespaciais. A legislação será promulgada na semana que vem", afirmou.

 

De acordo com o primeiro-ministro britânico, as ações russas caíram hoje mais de 45%, o que representa US$ 250 bilhões, recorde de declínio em um dia. E concluiu: "vamos continuar apertando a Rússia, tirando-a da economia mundial, dia a dia, semana a semana".

 

Johnson disse que irá proteger os britânicos de qualquer ameaça, inclusive no ciberespaço. "Esse país [Rússia] está tentando redesenhar o mapa da Europa à força. Esperamos que Putin fracasse e seja visto fracassando, não importa o quanto isso custe, essa será a empreitada do Reino Unido", concluiu.

 
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