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22/12/2019 às 09h30min - Atualizada em 22/12/2019 às 09h30min

Primeira edição do Citu teve mais de mil espectadores em Uberlândia

Segunda temporada já está em fase de discussão para 2020

ADREANA OLIVEIRA
A sede da Escola Livre do Grupontapé recebeu todos os espetáculos do Citu 2019 | Foto: Divulgação
Em abril deste ano, o Diário de Uberlândia acompanhava o surgimento de um projeto que tinha como objetivo não só movimentar a cena teatral da cidade, mas trazer pulsação a ela, criar um sentimento de pertencimento entre plateia e artista, criar uma rede autossuficiente mesmo em tempos nebulosos. No bate-papo com a atriz, professora e produtora cultural Maria De Maria, a atriz, advogada e uma das fundadoras do Grupontapé de Teatro, Katia Bizinotto e a atriz Camila Tiago ficou evidente a paixão pelo fazer teatral e a vontade de ver essa paixão fluir.

Estava inaugurada a primeira temporada do Circuito Independente de Teatro de Uberlândia (Citu), encerrada no último final de semana com um público estimado de 1,4 mil pessoas, segundo os organizadores, em 23 espetáculos.

Em uma parceria inédita com o Diário de Uberlândia, leituras de cenas dos espetáculos feitas por profissionais da área foram publicadas sempre no final de semana seguinte ao espetáculo. “Essa ação foi muito positiva para o Citu e principalmente para os grupos. A partir dessas resenhas eles podem ver onde acertaram e onde erraram e ainda é um importante registro para os artistas”, disse Maria de Maria.

Camila afirma que no início, claro, o objetivo era ter casa cheia todas as noites, o que não aconteceu em todos os finais de semana, mas em muitos deles. “O segundo semestre foi muito movimentado, teve final de semana com cinco apresentações teatrais no mesmo dia. Consideramos o Citu um grande ganho para nós e para cidade, mas a próxima edição deve ser um pouco menor”, afirmou.

Outro ponto a se destacar para Camila foi o diálogo estabelecido dentro da própria classe teatral, que segundo ela, estava um pouco “abandonada por nós mesmos”.

Para Maria de Maria, só o fato de estar “na boca do povo” agregou muito à cena local, representada por artistas, técnicos e produtores que trabalharam para realização de cada espetáculo. “Só o fato de as pessoas conhecerem o projeto, saberem do que se trata já é positivo. A programação chegou onde tinha que chegar”.

E todo mundo quer saber: no próximo ano teremos uma nova temporada do Citu? A resposta é sim. Porém, modificações são feitas. Os envolvidos começam a pensar no formato, que deve ser melhor, e também tem a possibilidade de circular por diferentes lugares. Uma coisa é certa: a diversidade de espetáculos será mantida e as mulheres seguem exercendo papéis fundamentais nos desenvolvimentos dos trabalhos, sempre da forma mais democrática possível.

“Teremos rodízio na coordenação a cada temporada, isso é muito saudável para o projeto e para a cena e já posso adiantar que a próxima já tem maioria feminina”, disse Maria de Maria.

O público pode esperar surpresas. Os trabalhos de pré-produção acontecem entre janeiro e fevereiro para o início da nova temporada ser definido a partir de março. Além de Maria de Maria e Camila Tiago, entre os idealizadores do Citu estão Rafael Michalichem, Mario Leonardo, Giovanna Parra e Tamara Garcia.

A CASA
Convidado a ser a “casa” da primeira temporada, a Escola Livre do Grupontapé de Teatro faz também um balanço extremamente positivo do Citu 2019 para o espaço. “Ver esse movimento acontecer no nosso palco foi uma oportunidade de manter o espaço ativo, o que sempre foi nossa ideia, aberto a diferentes grupos e propostas. Queremos ser esse espaço de atividade cultural pulsante dentro da nossa cena, é um espaço para o coletivo”, disse Katia Lou.

Todas as apresentações tiveram cobrança de ingresso, por isso, outro objetivo do Citu, sustentabilidade, foi alcançado. Os valores foram R$ 40 a inteira e R$ 20 meia-entrada. “Além do público que normalmente tem direito à meia-entrada, a mesma foi oferecida também para quem tinha o flyer do circuito, para a classe artística, houve uma democratização do acesso”, explicou Katia.

Parte da bilheteria foi destinada a melhorias no espaço, como na iluminação, que beneficiou todos os grupos. “Mesmo não sendo a sede para o Citu em 2020 continuaremos com a parceria, estaremos presentes nas discussões ativamente para continuar com esse movimento que tão bem fez ao teatro uberlandense”, finalizou Katia Lou.










 

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