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17/12/2019 às 09h30min - Atualizada em 17/12/2019 às 09h30min

Um mergulho na vida e na obra de Alceu Valença

Ocupação destaca uma dimensão temporal do cantor pernambucano

ADREANA OLIVEIRA
Arte de Alceu Valença está na Ocupação Itaú Cultural até 2 de fevereiro | Foto: Antonio Melcop/Divulgação
Os uberlandenses que tiverem planos para visitar São Paulo até o dia 2 de fevereiro e são fãs de Alceu Valença, terão a oportunidade de visitar a 48ª mostra da série Ocupação Itaú Cultural, que em sua última edição do ano é dedicada ao múltiplo artista, cantor, compositor, instrumentista e advogado, natural de São Bento do Una, agreste de Pernambuco.

A exposição tem ferramentas de acessibilidade e tecnológicas para levar ao maior número de pessoas o imenso acervo do artista, permitindo um passeio por todos os seus mundos - dos versos às rimas, do baião ao frevo, do circo ao cinema, perpassando toda a sua vida e obra.

A curadoria é da equipe do instituto, formada pelos núcleos de Artes Cênicas e de Música. A consultoria é de Julio Moura, autor de “A luneta do tempo”, um diário dos bastidores do filme de Alceu Valença, e a cenografia leva a assinatura do artista Leopoldo Nóbrega, criador no Carnaval de 2019 e no próximo da figura do Galo da Madrugada, um dos maiores blocos da folia pernambucana.

A série Ocupação surgiu em 2008 para celebrar artistas brasileiros que influenciaram e influenciam gerações, figuras essenciais da arte e cultura do país. No caso de Alceu Valença, o fio condutor é uma das principais questões do cantor e compositor: o tempo, que não para. A exposição apresenta ao público fotografias, poemas, músicas, audiovisuais, objetos e produções literárias de sua autoria.

Há ferramentas de acessibilidade e conteúdos digitais, entre QR Codes e uma experiência imersiva em realidade virtual em 360 graus narrada pelo próprio músico.

Para chegar a esse resultado, a pesquisa começou no acervo de dona Adelma Valença, mãe do músico, que faleceu em outubro de 2018 aos 104 anos. Ela foi um forte estímulo na carreira musical do filho. Foi quem lhe deu, por exemplo, o seu primeiro violão, a contragosto do marido que queria ver o filho diplomado doutor em direito.

 Quando a sua carreira começou a acontecer e depois deslanchou, ela passou a guardar tudo o que dizia respeito ao seu menino. São muitos os mundos que ele percorreu nestas cinco décadas de carreira, aos quais o público tem acesso na Ocupação dividida em seis eixos.

Nascido na Fazenda Riachão, em São Bento do Una, no agreste pernambucano, o pequeno foi cravado pela cultura de sua terra natal – a feira da cidade, o circo, o cinema, a vaquejada, os aboiadores e violeiros. Suas primeiras influências vieram dos cantadores de feira, de Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês. Eles são a base de sua personalidade musical. Valença subiu pela primeira vez ao palco aos seis anos para concorrer em um concurso de talentos mirins de sua cidade. Ficou em segundo lugar com a música Meu bem, de Capiba. Aos 26, em 1972, disparou na carreira com o disco de estreia gravado em parceria com Geraldo Azevedo. Até hoje gravou 31 deles.

Alceu Valença chegou a cursar a Universidade Federal de Pernambuco e se formou advogado. Foi para Harvard, selecionado pela Associação Universitária Internacional graças à resposta que escreveu para “estabeleça a relação entre Cristianismo e Marxismo” – ela está estampada em um dos eixos da Ocupação.

VISITAS
A Ocupação Alceu Valença está na sede do IC (Av. Paulista, 149, São Paulo), com visitação de terça a sexta das 9h às 20h e sábado, domingo e feriado das 11h às 20h. Entrada franca. Pela internet é possível encontrar material inédito em textos e vídeos, desta e de outras ocupações: itaucultural.org.br/ocupacao.










 

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