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12/12/2019 às 15h55min - Atualizada em 12/12/2019 às 15h55min

Minas vai produzir mapas para monitorar secas no Brasil

Instituto Mineiro de Gestão das Águas será responsável pelos conteúdos sobre a escassez hídrica

AGÊNCIA MINAS
 

Minas Gerais acaba de concluir capacitação para que possa ter participação autoral na produção do Mapa Monitor de Secas, plataforma da Agência Nacional de Águas (ANA). Com o novo treinamento, o estado, primeiro fora do Nordeste a compor a equipe de monitoramento, se junta a Pernambuco, Bahia e Ceará para analisar a evolução do fenômeno da seca em todo o país, partindo de indicadores climáticos e físicos.

Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) será a instituição do Governo de Minas responsável pela produção dos documentos e mapas. Técnicas do Igam finalizaram o treinamento nesta sexta-feira (13/12), em seminário promovido pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), sob a supervisão da Agência Nacional das Águas (ANA). 

Todo o material cartográfico produzido pelo Igam será publicado no site da agência nacional, mensalmente, com as informações sobre a escassez hídricas em cada uma das 27 unidades federativas. 

De acordo com a analista ambiental do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), Paula Pereira de Souza, o processo de elaboração do Mapa Monitor de Secas foi iniciado no Brasil em 2014. Pernambuco, Bahia e Ceará foram os primeiros a realizarem a autoria da base cartográfica. Além de Minas e dos três estados, o Espírito Santo também será integrado ao monitor. “A ideia é expandir para o Brasil como um todo” afirma Paula.

Minas no processo
Na última década, os anos sucessivos de baixa pluviosidade registrados em algumas regiões mineiras agravaram a situação da seca, provocando crises hídricas em bacias de relevância nacional, a exemplo da Bacia do Rio São Francisco, que tem cerca de 37% da sua área em Minas Gerais. Além disso, o Norte de Minas abrange municípios que integram o Semiárido Brasileiro, compondo, junto a outras cidades localizadas na Região Nordeste, a área historicamente mais afetada no país por eventos de seca.

Apesar de o Mapa Monitor de Seca de Minas ser publicado no site da ANA desde 2018, o Estado anteriormente, fazia apenas a validação do arquivo que era de autoria da Funceme. “O aprendizado foi muito além do que a gente imaginou. Se tudo der certo, já entraremos na escala de revezamento com os outros estados, em janeiro, para desenhar os mapas e fazer a publicação”, explica Paula. 

O coordenador de meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Hugo dos Anjos, acredita que a entrada de Minas Gerais e Espírito Santo na autoria do mapa pode resultar em ações conjuntas de enfrentamento à seca no Sudeste. “Passamos a ter uma ferramenta indicadora melhor. E nada melhor que desenvolver com Minas, porque são dois estados próximos geograficamente”, frisa Hugo. O hidrologista da Funceme, Gilberto Mobus explica que o mapa é um trabalho colaborativo entre as instituições ligadas a meteorologia nos estados e a ANA. 

Ele explica a mudança de função de Minas Gerais, que passou da validação para fazer também a autoria. “Os validadores têm a função de fornecer dados de sua rede de monitoramento, avaliar o traçado do mapa proposto pelos autores e coletar evidências sobre a situação da seca em seus estados. Quando um estado passa a participar da autoria, todo um trabalho de elaboração do mapa, manuseio de projetos em Sistema de Informações Geográficas, avaliação e interpretação dos produtos de apoio e indicadores e interação com os validadores é incorporado à rotina mensal da instituição envolvida. A participação no processo torna-se ainda mais técnica”, destaca.

Segundo o hidrologista, a expectativa é de que, em breve, o Mapa Monitor de Secas possa estar presente em todo o país. Em 2020, já deverão aderir Goiás e Rio de Janeiro.









 

 

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