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29/09/2019 às 08h00min - Atualizada em 29/09/2019 às 08h00min

Remake de “Éramos Seis” estreia segunda (30) na Globo

Novela contou com muita pesquisa para caracterização dos figurinos e ambientes das décadas de 1920 a 1940

DA REDAÇÃO
Marlene (Walderez de Barros ), Júlio (Antonio Callon ), Isabel (Maju Lima), Lola (Gloria Pires), Carlos (Xande Valois), Alfredo (Pedro Sol), Julinho (Davi de Oliveira) e o cachorro Jagunço | Foto: Raquel Cunha/Globo/Divulgação

Estreia nesta segunda-feira (30), na faixa das 18h da Globo, mais uma produção de época da emissora. “Éramos Seis”, ambientada entre as décadas de 1920 e 1940, traz texto de Angela Chaves, baseada na novela original escrita por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, livremente inspirada no livro de Maria José Dupré. Com direção artística de Carlos Araújo tem no elenco nomes como Gloria Pires, Susana Vieira, Antonio Calloni, Ricardo Pereira, Eduardo Sterblitch, Walderez de Barros, Ellen Rocche, entre outros.

A trama conta a história de uma grande família cuja matriarca luta para que se mantenha unida frente às dificuldades sociais e econômicas do início do século 20. Para além dos juros altos do financiamento bancário de seu primeiro bem imobiliário, o casarão do casal Lola (Gloria Pires) e Júlio Lemos (Antonio Calloni) na Avenida Angélica, em São Paulo, custa mais do que podem calcular. Com uma vida financeira limitada e apesar do amor que sentem um pelo outro, eles entram em conflito por sonharem juntos sonhos diferentes. Para ela, a casa é a alma da família e para ele, ficar rico é a principal ambição.

O casal tem quatro filhos: Carlos (Xande Valois/ Danilo Mesquita), o mais velho e mais responsável, muito educado, prestativo e bom aluno, ele é motivo de orgulho para os pais; Alfredo (Pedro Sol/ Nicolas Prattes), que é o oposto de Carlos, vai mal na escola, é o pivô de confusões em casa e com os vizinhos, e tem raiva da perfeição do irmão, com quem vive em pé de guerra; Isabel (Maju Lima/ Giullia Buscacio), determinada e independente, por ser a única mulher é o xodó do pai, que tende a fazer as suas vontades; e Julinho (Davi de Oliveira/ André Luiz Frambach), o mais novo, carinhoso com todos, principalmente com a mãe, e que desde criança demonstra habilidade para lidar com dinheiro.

Lola é responsável pela educação dos quatro e pela ordem da casa, onde conta com a ajuda de Durvalina (Virgínia Rosa). Mas também na vizinhança ela tem amizades que a ajudam a superar pequenos percalços do dia a dia, como Afonso (Cássio Gabus Mendes), dono do armazém, com quem vira e mexe compra fiado. Ele é casado com Shirley (Barbara Reis), uma mulher amargurada por conta de acontecimentos de seu passado.

Enquanto Lola segura as pontas no dia a dia da Avenida Angélica, Júlio, como era comum na época, é o principal responsável pelo provento que mantém as contas pagas.

“A novela conta a trajetória de Lola para manter a união e a harmonia familiar, mesmo tendo muitas dificuldades o tempo todo. É sobre a força dessa mulher e de sua família, que vive com poucos recursos, mas cercada de afeto”, diz Angela Chaves, autora do remake. Carlos Araújo, diretor artístico, destaca o que o público deve esperar desta versão. “Além de uma dramaturgia mais contemporânea, temos personagens mais complexos, nos quais nos aprofundamos. Lola, embora ainda seja uma personagem de 1920, vem um pouco à frente de seu tempo, tem pensamentos mais atuais”.

VIAGEM NO TEMPO

Caracterização e figurino enriquecem a produção
Investimento não faltou nas áreas de figurino e caracterização, cujas equipes desenvolveram trabalho minucioso para marcar as três fases de “Éramos Seis”. Para ambientar a trama houve uma pesquisa desenvolvida pelas equipes de figurino, caracterização, produção de arte e cenografia sobre os costumes e modismos do período.

As equipes de produção de arte e cenografia deram ao bonde e à Avenida Angélica, em São Paulo, o tratamento de personagens especiais. Através deles a passagem de tempo será identificada facilmente. No início da trama, os arredores da Avenida Angélica terão uma inspiração bucólica, com direito a carroça e animais. Conforme o tempo passa, o bonde — que estará presente desde o início da trama, tem capacidade para 20 pessoas e anda numa velocidade máxima de 20km/h — ganhará cada vez mais prédios ao seu redor, mostrando a verticalização que a cidade sofreu no início da década de 1930.

Naquela época, a arquitetura era eclética, com uma mistura de estilos. Na casa de Lola, por exemplo, há uma coluna grega misturada com uma influência renascentista, com alguns detalhes barrocos. Já a casa da tia Emília é inspirada no Palácio de Versalhes, na França. O casarão utilizado nas gravações foi construído em 1922, no bairro Ipiranga, em São Paulo, e chama-se Palácio dos Cedros. É uma das mansões de uma rica família de origem libanesa e foi o primeiro local de gravação da novela.

Segundo a figurinista Labibe Simão, as roupas dos anos 1920 são marcadas pelas estampas simétricas e por costuras um pouco mais largas, que não marcam a cintura e não exibem a silhueta, evitando que o corpo das mulheres fique em evidência. Já a década de 1930 chega mais ousada, com uma marcação da silhueta e peças mais justas, embora ainda com comprimento longo. Nas estampas, cores mais vivas e mais pigmentação. Através dos tecidos, de fibra, mais sintéticos, é possível reconhecer os sinais da industrialização.

Na caracterização, por ser uma dona de casa sem muita vaidade, Lola (Gloria Pires) não usa maquiagem, a não ser um batom quando tem um compromisso mais longe de casa. Já sua irmã Olga (Maria Eduarda de Carvalho) é o oposto. Além de se maquiar diariamente, tem o corte de cabelo mais badalado da época, o chanel, inspirado na estilista francesa Coco Chanel, um sucesso a partir de 1918.

Com uma condição financeira melhor, Emília (Susana Vieira) e Justina (Julia Stockler) usam muitas roupas importadas da Europa, onde Adelaide (Joana de Verona) mora. As estampas têm formas assimétricas e mais contraste. Adelaide, quando chega, na década de 1930, já demonstra no modo de vestir como absorveu os ideais feministas que estavam em ebulição na Europa daquela época. Ela veste calça e blazer, algo absolutamente incomum no Brasil entre as mulheres. Ainda assim, é uma personagem feminina e, mesmo para a época, sexy.

 
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