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03/09/2019 às 07h46min - Atualizada em 03/09/2019 às 07h46min

Um olhar para a pluralidade artística

Edital Rumos 2019-2020 do Itaú Cultural tem inscrições abertas de hoje a 18 de outubro; previsão de investimento é de R$ 15 milhões

ADREANA OLIVEIRA
Aninha de Fátima, Eduardo Saron e Vânia Leal durante coletiva de imprensa, ontem, em São Paulo | Foto: Denise Andrade/Divulgação

 
Entre os editais de fomento às artes e à cultura, o do Itaú Cultural (IC), o Rumos, é um dos mais longevos. São 22 anos e 18 edições, que já receberam mais de 64 mil projetos, e, desses, mais de 1,4 mil foram contemplados em todas as regiões brasileiras, impactando 17 milhões de pessoas.

Esses números logo serão ampliados. Foram abertas hoje e seguem até o dia 18 de outubro as inscrições para a 19ª edição do programa, que mais do que um patrocinador, é um parceiro de seus realizadores. Uberlândia já foi contemplada em mais de uma oportunidade.

Na manhã de ontem, na sede do IC, na Avenida Paulista, em São Paulo, 43 jornalistas convidados participaram do lançamento do edital, que deve investir algo em torno de R$ 15 milhões, valor semelhante ao aplicado na edição anterior em 109 projetos.

Segundo Aninha Duarte, gerente de comunicação do IC, o programa é marcado pela liberdade desde a forma de inscrição, bem menos burocrática que outras iniciativas semelhantes, à curadoria, que permite a leitura de cada projeto por pelo menos um especialista da área.

Entre as novidades desta edição, ela destaca que a partir de agora o nome social do candidato será aceito na inscrição, uma forma de inclusão entre várias outras que o IC já adota, e o valor máximo para projetos de pessoa física será de R$ 70 mil. “Percebemos que por uma questão de tributação diferente da pessoa jurídica, os projetos de pessoa física sempre solicitavam verbas que não passam desse número, por isso a mudança. Os demais projetos de pessoa jurídica seguem sem valor máximo estipulado”, explica ela, que ainda completa que desta vez não será mais permitido iniciar o processo como pessoa física e mudar para jurídica.

“Também passamos a recomendar para proponentes da categoria audiovisual um roteiro e ficha técnica da produção porque muitas vezes não conseguimos visualizar o projeto sem eles, mas é algo optativo, não obrigatório.”

A seleção segue no mesmo formato. Os projetos passam por uma primeira fase seletiva, realizada pela Comissão de Avaliação formada por 40 profissionais contratados pelo instituto entre as diversas áreas de atuação e regiões do país. Os nomes desta comissão serão revelados juntamente com os contemplados. A segunda fase do processo é uma análise mais profunda por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 24 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores do IC.

Os critérios de ambas as fases são a singularidade do projeto, a sua relevância e consistência. Não há número mínimo ou máximo de projetos, propostas ou obras a serem contemplados. Esta decisão é de exclusiva atribuição da Comissão de Seleção do Rumos.

DIVERSIDADE
A professora e pesquisadora Vânia Leal volta integrar a curadoria do Rumos na fase final de avaliação depois de ter participado também como curadora de duas edições seguidas. Natural de Belém (PA), ela afirma que está no cerne do edital trazer à tona a diversidade cultural, não só em conceito, mas principalmente na prática. A inclusão é temática rotineira no Rumos.

“Tem o olhar respeitoso sobre cada comunidade que participa do projeto dando a elas possibilidade de divulgação, propagação e principalmente no protagonismo em suas cenas. Nasci, vivo e trabalho na Amazônia, me alegra quando vejo comunidades indígenas, por exemplo, como protagonistas em suas comunidades, não estão ali só para acompanhar a arte contemporânea. Nossas experiências cotidianas ali são bem complexas e poder trabalha-las mudou a minha geografia humana, elas me pegam pelos sentidos”, disse.
 
SARON
Brasil carece há décadas de políticas para as artes


Eduardo Saron é o diretor do Itaú Cultural | Foto: Denise Andrade/Divulgação
 
Há 17 anos no Itaú Cultural e desde 2010 como diretor, Eduardo Saron faz questão de lembrar que o Brasil carece de política para as artes há décadas, não é algo novo no setor. Para ele, o Rumos tem sido um retrato de sua época.

“Sempre olhamos com cuidado para projetos que têm potência artística sobre os quais podemos colocar alguma luz, independentemente de quanto custa. Tem muita energia nisso e muito risco. E apoiar esses processos, garantir sua fruição e risco é parte inerente do processo, assim como faz parte do processo de criação do artista”, comentou.

Para ele, independentemente do cenário que enfrentamos política e culturalmente, o edital vem reafirmar sua mobilização ao fazer o possível para chegar a todas as regiões do país, como na Caminhada Rumos, que visitará as 27 capitais brasileiras com encontros que levam o Rumos para perto de seus possíveis protagonistas em todas as regiões.

“Reafirmo ainda a importância do jornalismo cultural nesse diálogo que possibilita essa mediação entre o público, a cultura e a sociedade e nosso compromisso com os artistas.”

SPOILER
Saron adiantou na coletiva de ontem que a carência na área de documentação da arte e cultura brasileiras levou o IC a criar uma nova modalidade de fomento para projetos de memória, que continuarão a ser inscritos no Rumos, mas que terão mais um incentivo para realização. O processo será voltado para digitalização, catalogação e disponibilização de acervos.

“Não há inovação sem conservação e a partir do próximo ano estaremos com algo próprio para essa área”, finalizou o diretor.
 
SERVIÇO

O QUE: inscrições Rumos 2019-2020
QUANDO: de hoje a 18 de outubro
SITE: www.rumositaucultural.org.br
RESULTADO: 25 de maio de 2020 pelo site www.itaucultural.org.br
INSCRIÇÃO GRATUITA
 
CAMINHADA RUMOS
SETEMBRO
Dia 5: Cuiabá (MT)
Dia 6: em Porto Velho (RO)
Com Tânia Rodrigues, gerente do Núcleo Enciclopédia, e Marcos Cuzziol, gerente do Núcleo de Inovação.
 
Dia 9: São Paulo (SP)
Com Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento, e Edson Natale, gerente do Núcleo de Música.
 
Dia 11: Teresina (PI)
Dia 12: São Luís (MA)
Dia 13: Belém (PA)
Com Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento e Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento.
 
Dia 16: Rio Branco (AC)
Com Edson Natale, gerente do Núcleo de Música, e Adriana Moreira, gerente do Núcleo Financeiro e Controladoria
 
Dia 17: Goiânia (GO)
Dia 18: Belo Horizonte (MG)
Dia 19: Vitória (ES)
Com Tânia Rodrigues, gerente do Núcleo Enciclopédia, e Anna Paula Montini, gerente do Núcleo de Consultoria Jurídica.
 
Dia 20: Brasília (DF)
Dia 21: Palmas (TO)
Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura, e Gilberto Labor, gerente do Núcleo Infraestrutura e Produção.
 
Dia 23: Rio de Janeiro (RJ)
Dia 24: Natal (RN)
Dia 25: João Pessoa (PB)
Dia 26: Recife (PE)
Dia 27: Maceió (AL)
Com Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento, e Edson Natale, gerente do Núcleo de Música.
 
Dia 30: Macapá (AP)
Com Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento, e Gilberto Labor, gerente do Núcleo Infraestrutura e Produção.
 
OUTUBRO
 
Dia 1: Curitiba (PR)
Dia 2: Porto Alegre (RS)
Com Tatiana Prado, gerente do Núcleo de Memória e Pesquisa, e Edson Natale, gerente do Núcleo de Música.
 
Dia 3: Florianópolis (SC)
Dia 4: Campo Grande (MS)
Com Tatiana Prado, gerente do Núcleo de Memória e Pesquisa, e Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento.
 
Dia 7: Aracaju (SE)
Dia 8: Salvador (BA)
Dia 9: Fortaleza (CE)
Dia 10: Manaus (AM)
Dia 11: Boa Vista (RR)
Edson Natale, gerente do Núcleo de Música, e Sofia Fan, gerente do Núcleo de Artes Visuais.


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