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11/08/2019 às 10h00min - Atualizada em 11/08/2019 às 10h00min

Exame de sangue detecta Alzheimer 20 anos antes dos sintomas, diz estudo

FOLHAPRESS

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos, desenvolveram um exame de sangue que pode detectar sinais de Alzheimer até 20 anos antes de a doença começar a ter um efeito debilitante, como a perda de memória. Em um artigo publicado na quinta-feira (1) no periódico Neurology, os cientistas relataram que com exame eles podem medir os níveis da proteína beta-amiloide no sangue e prever se ela se acumulou no cérebro –uma das principais características da doença.

Os pesquisadores disseram que os grupos de proteínas começam a se formar no cérebro até duas décadas antes do início da perda de memória característica, sugerindo que os testes poderiam ser usados para prever antecipadamente esse tipo de demência. Segundo eles, ao combinar os níveis dessa proteína no sangue com outros dois principais fatores de risco do Alzheimer (a idade e a presença da variante genética APOE4), a precisão dos testes chega a 94%, sendo mais barato e mais simples do que uma tomografia computadorizada de PET, o exame que é mais usado atualmente para medir a quantidade de beta-amiloide no cérebro.

O problema da tomografia usada nos estudos da doença é o custo e a demora. "Com um exame de sangue poderíamos potencialmente rastrear milhares de pessoas por mês, o que nos ajudará a encontrar tratamentos mais rapidamente e poderá ter um impacto enorme no custo da doença, bem como no sofrimento humano que a acompanha", diz Randall Bateman, professor de neurologia e principal autor do estudo.

Como o estudo foi feito
-O estudo envolveu 158 adultos com mais de 50 anos e apenas 10 deles eram cognitivamente normais.
-Os participantes forneceram pelo menos uma amostra de sangue e foram submetidos a uma tomografia cerebral com PET. Os pesquisadores classificaram cada amostra de sangue e PET como "amiloide positivo ou negativo".
-Os resultados dos exames de sangue foram os mesmos do de PET em 88% dos casos.
-Para melhorar a precisão do teste, os pesquisadores incorporaram vários fatores de risco importantes para o Alzheimer, como a idade (quem tinha mais de 65 anos) e uma variante genética chamada APOE4, que aumenta o risco de desenvolver a doença de três a cinco vezes. O gênero também desempenha um papel: dois em cada três pacientes com Alzheimer são mulheres.
-Ao incluírem esses fatores de risco na análise, a precisão do exame de sangue para 94%. O sexo não afetou significativamente a análise.

Como prevenir o Alzheimer?
Coma de forma saudável Priorize o consumo de vegetais, frutas, sementes e peixes, além de limitar açúcar, carboidratos refinados, gordura saturada e trans. Estudos indicam que a dieta mediterrânea pode ser útil para a prevenção das demências. Alguns nutrientes específicos, como ômega 3, a vitamina E e o resveratrol (presente na uva), já foram associados à redução de risco, mas não há evidências de que tomar suplementos com essas substâncias diminua a possibilidade de ter Alzheimer.

Pratique atividades físicas - Além de preservar a saúde como um todo, os exercícios também têm um papel importante para as funções cognitivas.

Tenha hábitos saudáveis - Cuide de eventuais doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, depressão e hipercolesterolemia, e vá ao médico regularmente. Durma bem, não fume e evite o consumo de bebidas alcoólicas.

Cultive o lazer e tenha uma vida social ativa - Conversar com os amigos, ter um hobby, fazer cursos e ter uma vida intelectual rica ajuda a garantir uma reserva cognitiva, o que pode adiar os sintomas se a pessoa ficar doente.

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