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09/06/2019 às 17h00min - Atualizada em 09/06/2019 às 17h00min

Tensão no trabalho pode levar à síndrome do esgotamento

OMS reconhece a chamada síndrome de burnout como um problema de saúde de profissionais

FOLHAPRESS

A síndrome de burnout, mais conhecida como esgotamento profissional, virou assunto dos últimos dias. Inicialmente, a OMS (Organização Mundial de Saúde) havia incluído na CID (Classificação Internacional de Doenças). Um dia depois, no entanto, voltou atrás e a reconheceu como "fenômeno ligado ao trabalho".

Independentemente de ser ou não uma condição médica, o problema existe e atinge profissionais de várias áreas, principalmente os ligados à saúde, educação e segurança pública. Bombeiros, agentes penitenciários e policiais correm risco maior de desenvolver o tipo de transtorno mental.

O esgotamento físico e mental intenso está diretamente associado à vida profissional, segundo os especialistas. Pressão por resultados, assédio moral, carga horária intensa e problemas com chefia integram o caldeirão de coisas encontradas nos ambientes insalubres de trabalho e que refletem na s
aúde do trabalhador.

Para Rodrigo Leite, coordenador dos ambulatórios do IPQ (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), a síndrome de burnout é o desafio do século 21, inclusive com preocupação maior do profissional de saúde na avaliação das condições de trabalho do paciente.

"Há casos em que a situação de estresse é crônica e gera incapacidade total, a ponto de a pessoa mudar até de carreira", afirma. O psiquiatra testemunhou casos de professores que não conseguiam sequer passar em frente da escola.

O psicólogo Augusto Jimenez lembra que na década de 1990 prevaleciam os sintomas físicos, como tendinite, doença comum causada pela repetição dos movimentos. Hoje, as doenças no trabalho estão relacionadas à mente dos indivíduos.

"O sentimento de incapacidade é gerado a partir da cobrança de todos lados nos tempos atuais, aliada à tecnologia, seja no trabalho ou na vida", diz Jimenez, ao apontar os sintomas de fadiga, cansaço e insônia que contribuem para o desenvolvimento da síndrome.

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