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05/06/2019 às 12h17min - Atualizada em 05/06/2019 às 12h17min

Novas vítimas prestam queixa, e João de Deus é denunciado pela 10ª vez por crimes sexuais

FOLHAPRESS
(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O Ministério Público de Goiás ofereceu à Justiça a décima denúncia contra o médium João de Deus pelo crime de violação sexual praticado mediante fraude contra dez vítimas.

A denúncia foi divulgada nesta terça-feira (4), no mesmo dia em que o Superior Tribunal de Justiça determinou o retorno dele à prisão e cassou a liminar que possibilitou a internação médica do autointitulado médium -ele está desde 22 de março em um hospital de Goiânia para tratar de um aneurisma no abdômen.

Segundo a Promotoria, as novas vítimas do religioso relataram que foram violentadas na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). O local ficou conhecido mundialmente por ser um centro espiritual de curas de doenças.

As vítimas disseram que ao final do atendimento, o médium ficava sentado numa espécie de trono aguardando para ter contato com os visitantes. Nesse momento, elas eram obrigadas a ficar ajoelhadas diante de João de Deus que, aproveitando da situação, esfregava a mão das vítimas sobre seu órgão sexual.

Todas as violações atribuídas ao denunciado, segundo a Promotoria, foram praticadas na fila de atendimento da "sala da entidade".
De acordo com informações da força-tarefa criada pelo Ministério Público de Goiás para monitorar os casos de abusos praticados pelo líder espiritual, as novas vítimas são de São Paulo, Distrito Federal e Paraná.

Figuram ainda como testemunhas outras cinco vítimas, todas mulheres, do Distrito Federal, Goiás e São Paulo, cujos crimes estão prescritos ou sob decadência. João de Deus responde a oito ações penais por crimes sexuais no Fórum de Abadiânia. Outras duas denúncias contra ele por porte ilegal de armas também estão sob análise da Justiça.

A Promotoria de Goiás informou ainda que está em curso uma ação civil pública para ressarcimento de danos morais às vítimas.

DENÚNCIAS

A primeira denúncia contra o médium, por estupro de vulnerável e violação sexual, foi acolhida pela Justiça em 9 de janeiro deste ano. Dias depois, ele virou réu pela segunda vez por estupro de vulnerável e violência sexual mediante fraude.

Em fevereiro, João de Deus e a mulher dele, Ana Keyla Teixeira Lourenço, viraram réus por posse ilegal de arma de fogo e munições.

As denúncias seguintes também envolvem crimes sexuais, sendo a última protocolada nesta terça pelo Ministério Público de Goiás. Desde o surgimento dos casos, o Ministério Público recebeu ao menos 500 acusações de mulheres contra o médium.

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