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06/04/2019 às 09h00min - Atualizada em 06/04/2019 às 09h00min

Empregos só voltam em 2020, dizem empresários

Desarticulação do governo fragiliza a confiança, o que inibe investimentos e geração de empregos

FOLHAPRESS

Passado o primeiro trimestre do ano, o setor empresarial abandona a expectativa de viver uma retomada vibrante em seus negócios ainda em 2019. Sedimenta se a certeza de que o crescimento vai ficar para 2020, principalmente na indústria. A avaliação é que nem a aprovação da reforma da Previdência conseguiria mudar o cenário a essa altura.

Parte da projeção leva em consideração que a confiança, já frágil, sofreu novo golpe com a desarticulação política do governo no início de mandato. A troca de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), agravou a sensação de instabilidade política. "Quando acontecem fatos beligerantes entre Executivo e Legislativo, o povo tira o pé do acelerador, para não dizer que botou o pé no freio", afirma o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins.

"O conflito entre Poderes causa ruído e desvia o foco do que é fundamental neste momento: precisamos da aprovação de projetos para o país", diz Fernando Pimentel, presidente-executivo da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção). A leitura é que houve perda de tempo. Daqui para frente será preciso esperar ações concretas para que os novos investimentos sejam desengavetados. 

Desocupação atinge 13 milhões
A taxa de desocupação no país voltou a subir nos três meses até fevereiro, segundo o IBGE. No período, atingiram patamares recordes o número de desalentados (pessoas que desistem de procurar trabalho) e o número de trabalhadores subutilizados (pessoas que trabalham menos horas do que poderiam).

O setor da construção, espécie de locomotiva do emprego, é um exemplo da anemia que contagia o mercado de trabalho. Após amargar o fechamento de 974 mil postos entre 2014 e 2018, as contratações voltam em um ritmo muito lento. Em janeiro e fevereiro, o saldo entre fechamento e abertura de vagas foi positivo em 26 mil -número muito aquém do saldo de 109,5 mil gerado no mesmo período em 2009, momento áureo das obras. Para voltar a investir e a contratar, o setor aguarda medidas que possam melhorar o ambiente econômico. 

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