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15/02/2019 às 08h22min - Atualizada em 15/02/2019 às 08h22min

Música para conectar corpo e mente

Uberlândia recebe oficinas de metodologia surgida na Argentina nos anos 1960 repercutida no Brasil

ADREANA OLIVEIRA
No Rio Aberto, a música é usada para ativar o centro de inteligência, ou chacras | Foto: Divulgação
Um dos principais desafios dos tempos modernos é encontrar tempo para tudo que precisamos fazer. E nessa correria rotineira é fácil, muitas vezes, nos esquecermos de nós mesmos. Com o objetivo de conectar mais a alma com o corpo e recuperar o movimento espontâneo, Selva Teles e Socorro Miranda chegam a Uberlândia nos dias 15 e 16 de fevereiro com oficinas de Movimento Vital Expressivo.

Segundo Selva, arte-educadora com especialização em trabalho psicocorporal pelo Sistema Rio Abierto – Buenos Aires e diretora e instrutora do Instituto Rio Abierto de Brasília, qualquer pessoa pode participar do encontro. “A Rio Abierto é como uma escola de autoconhecimento que usa a música para ativar o centro de inteligência, ou chacra, como os indianos chamam o centro de energia. Colocamos músicas selecionadas previamente e iniciamos os movimentos que são copiados pelos participantes de forma espontânea. É como se fosse uma meditação em movimento”, disse a instrutora, que é acompanhada pela psicóloga clínica com especialização em Psicodrama e terapeuta psicocorporal Socorro Miranda Torres.
Selva conta que o Rio Abierto, foi criado em 1966 em Buenos Aires, na Argentina, por Maria Adela Palcos com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento integral do ser humano através da prática de técnicas psicocorporais. “A ditadura na época era muito forte por lá, foi até mais forte que no Brasil. As pessoas não podiam se expressar. Sumiam pais, filhos e ninguém podia falar. Nos encontros elas se expressavam somente pelo corpo”, disse Selva.

Ela comenta ainda que essa metodologia vem de encontro à chamada Yoga das Américas. “Ao contrário dos orientais, nós temos outras necessidades na hora da meditação e isso implica em mais movimento”.

Para Selva, as pessoas até tentam se conectar mais com elas mesmas, mas muitas vezes estão preocupadas com o futuro. “Tem o trabalho, o horário do almoço que tem que estar pronto, os horários das atividades das crianças. Estamos vivendo em função do futuro e dos outros, e é isso que tem que ser mudado. Até aplicativos de mensagens nos tiram de nós mesmos”, disse.

Segundo ela, a repetição dos movimentos durante a atividade ajuda a perceber o outro porque durante a repetição dos movimentos. “É uma integração boa, forte, a pessoa presta atenção no instrutor, repete o que ele faz mas tem um outro resultado, cada um a seu jeito. No final o relaxamento é tão grande quando se alcança essa conexão entre corpo e alma que deitamos no chão”, disse.

O trabalho do Rio Aberto em Brasília (DF) já tem colhido bons resultados. Segundo Selva, internos da clínica Resiliência, para pessoas com dependência química, têm nas atividades do grupo as preferidas. Ao receberem alta eles podem continuar no espaço do projeto dentro do Resiliência Compartilhada.

SERVIÇO

Na sexta-feira (15) haverá uma aula aberta, com entrada franca, na Oficina Cultural, às 19h e um workshop será realizado no dia seguinte, das 9h às 13h, para os interessados. Para o workshop o valor é de R$ 160 (dividido em duas vezes). Para saber mais: rioabertobrasilia.com.br.

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