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02/02/2019 às 11h16min - Atualizada em 02/02/2019 às 11h16min

Documentário presta homenagem a Virgílio

Prefeito de Uberlândia por quatro mandatos foi primordial para desenvolvimento da cidade

ADREANA OLIVEIRA
Foto: Divulgação
Vírgilio Galassi (1923-2008) é o paulistano mais uberlandense que Celso Machado Conheceu. O político que foi prefeito de Uberlândia por quatro mandatos foi de primordial importância para o desenvolvimento da cidade. Por essas e por outras, Virgílio é tema do documentário “Sr. Uberlândia”, produção especial do “Uberlândia de Ontem e Sempre” que será exibida em dois capítulos nos próximos dois domingos.

Há aproximadamente três meses Celso Machado, produtor do documentário, uma co-produção com a TV Paranaíba, começou a fazer um levantamento do material em vídeo, em vários formatos, de Virgílio Galassi. A ideia até então era disponibilizar este acervo para a família do político.

“Foi o apoio da família que permitiu a produção do documentário que tem 48 minutos, por isso, para ir ao ar, foi dividido em dois capítulos. Um conceito que tenho é que um acervo é sempre é valioso quando transformamos essas informações em comunicação. Ao produzir este documentário damos vida ao acervo e ampliamos a repercussão dessas informações para um maior número de pessoas”, comentou Celso Machado.

Entrevistas que foram veiculadas em programas como “Terra da Gente”, a série “Uberlândia 2000” são verdadeiras relíquias para o produtor do documentário. Retratam diferentes fases da vida de Virgílio Galassi que, apesar de ter nascido na capital paulista, tinha verdadeira paixão por Uberlândia. “Uma das coisas que esse documentário reforça é a capacidade que Uberlândia tem de fazer com que as pessoas desenvolvam esse carinho por ela”, disse Celso Machado.

Virgílio Galassi gostava de uma boa prosa. Segundo Celso, ao assistir o documentário o telespectador vai perceber que Virgílio não só conta, como interpreta uma história. “Ele fala do sogro, de como entrou na política e de como recebeu a notícia de que Rondon Pacheco seria o governador de Minas Gerais. Tem ainda o discurso lindo que ele fez quando recebeu título de prefeito do século, em 2000”, afirmou Celso, que admite se sentir privilegiado pelo convívio com Virgílio.

NA FAZENDA

Um dos destaques do documentário é uma entrevista realizada com Virgílio Galassi na fazenda dele, em Campo Florido (MG). “Tem ele lá montado no cavalo, em um momento de lazer e no meio da entrevista ele afirmou que não se candidataria para um terceiro mandato e que ali estaria encerrando sua carreira política. E ele não só voltou para um terceiro como também para um quarto mandato”, recordou Celso.

Uma das características mais instigantes do político era sempre pensar e agir com o olhar no futuro. No estilo do documentário a narrativa é predominantemente de Virgílio. “É muito interessante vê-lo e ouvi-lo falando sobre a criação do Distrito Industrial, ainda como vereador, nos idos de 1964. Ele também nos conta sobre a criação do complexo Parque do Sabiá e fala sobre questões da avenida Rondon Pacheco”, disse o produtor.

OS SENHORES

Segundo Celso Machado, Virgílio Galassi, dependendo de seu interlocutor, não seria chamado somente de “Sr. Uberlândia”. Poderia ser também o “Prefeito Pedinte” ou o “Sr Otimismo”. Virgílio pediu e ganhou a área para levantar o Distrito Industrial, para o Camaru e os terrenos para a construção do Parque do Sabiá. Um dos empresários entrevistados na época chegou a comentar que “se o Virgílio fosse padre a igreja de Uberlândia será maior que a do Vaticano”, conta Celso.

“Ele pedia para a cidade e não para uso próprio, era uma característica muito dele, foi um político exemplar, uma definição do que é o homem à frente do poder público. Outro empresário comentou que ele era o prefeito do otimismo, mas não de um otimismo irresponsável. Ele colocava Uberlândia em um caminho sagrado, mas não no sentido da oração, e sim no sentido do trabalho”, disse Celso.

POPULARIDADE

Celso Machado comenta que Virgílio Galassi foi um político popular sem ser populista. “Não fazia o estilo dele sair abraçando as pessoas na rua. Ele falava a verdade que a cidade precisava ouvir mesmo, às vezes, não sendo considerado algo politicamente correto. Ele acreditava que o benefício social é criar riqueza porque da distribuição da pobreza não sai desenvolvimento social”, comentou o produtor.

Segundo Celso tanto Virgílio como outro ex-prefeito de Uberlândia, Paulo Ferolla, nunca olharam suas carreiras com o olhar do político e sim com o olhar do administrador público. “Me sensibilizou muito uma entrevista de 1980 quando perguntei qual era a visão que o homem Virgílio tinha do político Virgílo. Ele dá uma aula de gestão pública”, comentou Celso.

OUTRAS HISTÓRIAS

O produtor Celso Machado afirma que ao contar histórias como a de Virgílio Galassi mais do que reverenciar quem tanto fez pela cidade demonstra que a cidade é agradecida a ele, que sempre admitiu não realizar nada sozinho. “Fico feliz de poder relembrar para quem conheceu e mostrar para quem não conheceu quem foi ele numa cidade que recebe tanta gente de fora, seja estudante ou trabalhador”.

Ele afirma que Uberlândia é o que é hoje não só por sua posição geográfica, mas pelas atitudes de dirigentes como Virgílio Galassi. Depois desse documentário, Celso Machado percebeu que há outras histórias que merecem ser contadas dessa forma, não só de políticos, como de pessoas comuns que ajudam a transformar o cotidiano dessa Uberlândia tão amada por quem nasceu aqui ou por quem a escolheu como lar.

“O desenvolvimento existe por conta do trabalho das pessoas que são inspiradas e incentivadas por uma cidade tão acolhedora e muitas outras histórias estão por ai, esperando para serem contadas. A ideia é que esse formato de documentário no ‘Uberlândia de Ontem e Sempre’ chegue a ser trimestral”, finalizou Celso.

SERVIÇO
A 1ª parte do documentário “Sr. Uberlândia” será exibida amanhã, às 10h30 pela TV Paranaíba e a segunda parte no domingo (10) no mesmo horário com reprise aos sábados às 16h
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