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27/01/2019 às 07h16min - Atualizada em 25/01/2019 às 18h16min

Copa Davis é marco esportivo para Uberlândia

Presidente da CBT espera que “fator casa” possa dar ao Brasil uma ligeira vantagem sobre os belgas

ÉDER SOARES
Rafael Westrupp foi atleta de tênis e treinou por cinco anos com Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros. | Foto: Éder Soares
No próximo final de semana, dias 1º e 2 de fevereiro, a Arena Sabiazinho receberá amantes do tênis de todo o mundo para o confronto entre Brasil e Bélgica válido pelo playoff da Copa Davis. O evento promete marcar a história esportiva de Uberlândia, que já tem boa tradição neste esporte, sendo representado nacionalmente e internacionalmente pelo Praia Clube. O clube praiano mantém um gigante complexo de quadra de tênis e abriga muitas competições ao longo do ano.

Entre as principais personalidades que já estarão na cidade, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp, de apenas 39 anos. O catarinense foi eleito como mandatário da CBT no ano passado e comemora a redenção do tênis nacional, depois de um período nebuloso deste esporte no Brasil, no qual nem mesmo o fenômeno Gustavo Kuerten, o Guga, tricampeão de Roland Garros e que chegou ser o número 1 do mundo, foi o suficiente para que novos “Gugas” surgissem para o mundo.  

O Diário de Uberlândia esteve reunido com Westrupp na Arena Sabiazinho. Ele falou com exclusividade com a nossa reportagem sobre a sua expectativa para a etapa da Davis no Triângulo Mineiro, de sua história no tênis como jogador e dirigente, além das perspectivas para o futuro do esporte - visto como “elitista” - para que se torne popular em alguns anos.

Westrupp acredita que a etapa qualificatória da Davis em Uberlândia tem tudo para ser um sucesso. “A minha expectativa é a melhor possível, a CBT fez um trabalho muito forte com os agentes locais: Prefeitura, Futel, Praia Clube, que está entrando com um apoio institucional importante, através do seu presidente Aldorando [Aldorando Dias de Sousa], que fez toda essa sinergia entre as partes e conseguimos viabilizar tudo. Tomamos conta de toda a parte operacional do evento e entramos efetivamente no ginásio que está quase pronto”, disse.

Os tenistas belgas e brasileiros começaram a treinar no palco dos jogos. O presidente enfatiza que o ginásio será um caldeirão cheio de energias positivas a favor do time verde e amarelo.  “A estrutura está atendendo bem, o Sabiazinho está pronto para que o público possa se deleitar com um grande espetáculo. Há uma grande procura pelo evento. Entendo que existe uma cultura do tênis aqui e que irá ter uma procura maior nos últimos dias porque o brasileiro deixa sempre para a última hora”.

Rafael Westrupp acredita que o confronto entre Brasil e Bélgica será extremamente equilibrado, mas que o fato de jogar em casa poderá dar ao Brasil uma ligeira vantagem. Em setembro de 2016 os dois países se enfrentaram na Bélgica, ocasião em que os europeus dominaram amplamente o confronto e avançaram, vencendo por 4 jogos a 0.

“Temos o fator casa que é importantíssimo. Em 2016, eles nos venceram e não tivemos a menor chance. Hoje, temos a possibilidade de ter uma revanche, temos uma condição diferente do que nos foi apresentado na Bélgica. Lá a disputa foi em piso duro, o que não nos beneficiou tecnicamente, já que nossos tenistas estão mais adaptados ao saibro. Aqui, montamos uma quadra neste tipo de piso a pedido dos nossos tenistas para que eles possam ter um habitat mais confortável e que possam, dentro do nosso ‘caldeirão’, levar uma pequena vantagem. O time da Bélgica é muito experiente em Davis, tanto que fizeram duas finais nos últimos anos. Entendo que tecnicamente, dentro da quadra, os pontos serão disputados e o que pode fazer diferença será o apoio do público”.

DO RAMO

O catarinense Rafael Westrupp foi jogador de tênis, iniciando a carreira aos sete anos de idade. “Joguei juvenil em bom nível nacional e internacionalmente falando. Tive a felicidade de treinar por muitos anos com o Guga, meu grande amigo, apesar de ele ser quatro anos mais velho. Mesmo muito jovem, pude treinar com ele, fui o seu sparing dos 16 aos 21 anos.  Fui treinado pelo irmão dele (Rafael Kuerten), que depois virou empresário do Guga, quando ele ganhou Roland Garros. Sempre fui cercado de pessoas importantes dentro do tênis”, disse Westrup, que entre as inúmeras qualificações na área administrativa e esportiva é graduado em educação e administração.

De cadeira cativa para falar do amigo Gustavo Kuerten, que embora não tenha uma ligação oficial atualmente com a CBT, ajuda com ideias e projetos de base desenvolvidos pela entidade, Westrupp comenta sobre por que o Brasil não aproveitou o fenômeno “Guga”, tricampeão de Roland Garros, entre 1997 e 2001, para a população do tênis no Brasil e a fabricação de mais campeões.

“A resposta é simples. Na época, contávamos com uma Confederação Brasileira de Tênis naufragando e que estava nas mãos de pessoas nefastas, tanto que  o presidente da época foi afastado, houve uma intervenção em 2004. Graças a Deus, isso se conseguiu, em termos políticos e administrativo, iniciar uma nova escrita na história do tênis brasileiro. O Guga surgiu em um momento que a CBT estava muito desestruturada. Ele foi um fenômeno, é um gênio, tem esse viés carismático que é fundamental para um ídolo perante uma nação. O Guga é uma pessoa fenomenal, mas não aproveitamos o fenômeno Guga esportivamente falando porque tínhamos uma instituição mal administrada”, disse o presidente, que seguiu falando sobre o atual momento da CBT, totalmente diferente de décadas atrás.

“Hoje, falo com toda a segurança, que de uma década para cá, a Confederação Brasileira de Tênis é uma instituição exemplo de empresa, gerida como uma empresa. A prestação de contas acontecerá no dia 1º de fevereiro, quando estarão todos os 26 presidentes das Federações e da comissão de atletas, todos reunidos. Eu vou falar com todo o prazer e orgulho, que embora toda “a dor de barriga pós olímpica”, que tivemos uma redução orçamentária na casa de 70%, nós vamos entregar o exercício financeiro de 2018 com um superávit de R$ 900 mil”, disse Westrup, que completou.

“Hoje a CBT tem em caixa R$ 1,3 milhões de verbas próprias, isso em virtude de uma administração austera, com corte de gastos, tirando o que é supérfluo, e mesmo com essa redução temos ainda implantação de programas importantíssimos, como a base no centro de treinamentos de Barcelona, no qual temos tenistas morando e subsidiados 100% pela CBT (Felipe Meligeni e Rolando Luz). Em um ano, ambos subiram mais de 400 posições no ranking mundial profissional. Só este projeto nos custa cerca de R$ 250 mil por ano. Temos ainda o programa Juvenil-Pró, no qual tenistas viajam com os profissionais para já sair do mundo juvenil para melhor se adaptar ao profissional”.

O presidente da CBT acredita que, em curto espaço de tempo, o Brasil poderá se surpreender com grandes resultados de tenistas brasileiros.  “Hoje estou presidente, mas dentro de dois anos eu saio e quero deixar uma Confederação melhor do que peguei.  Deixo a  casa preparada para que se surja outro fenômeno como o Guga, que agora vai aproveitar a onda deste novo fenômeno” completou.

Em 2018, de forma inédita, o Brasil contou com oito tenistas entre os 100 melhores do mundo na categoria infanto-juvenil. O país ficou atrás somente dos Estados Unidos com 15 tenistas e empatado com a França, com oito, mas na frente da Austrália, Inglaterra e outros países em potencial da Europa. “Isso é fruto de muito trabalho e investimento para que estes jovens talentos possam viajar pelo mundo com seus treinadores.  O Thiago Wild, que estará aqui em Uberlândia, foi campeão do US Open Infanto-juvenil do ano passado, e está treinando com a gente desde os 14 anos.  É uma nova geração extremamente qualificada e em breve o público terá boas surpresas”.

SERVIÇO

Os ingressos para o confronto seguem à venda com valores promocionais no site:  www.ingressonacional.com.br.
Confira os valores para cada lote (ingressos válidos para os 2 dias): 
Anel superior: de R$ 290 por R$ 174 (2º lote – desconto de 40%)
Anel inferior lateral: de R$ 370 por R$ 259 (3º lote – desconto de 30%)
Anel inferior fundo: de R$ 450 por R$ 315 (3º lote – desconto de 30%)
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