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08/11/2018 às 09h05min - Atualizada em 08/11/2018 às 09h05min

Bolsonaro manterá "muita coisa" do governo Temer

Encontro entre presidente eleito e o atual marcou o início da transição

AGÊNCIA BRASIL
Temer deu um livro de presente a Bolsonaro com compilação dos projetos do seu governo | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Após a reunião que formalizou o governo de transição, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que “muita coisa” da gestão Michel Temer vai ser mantida, sem citar detalhes. Ele afirmou que “não se pode furtar” do conhecimento de quem passou pela Presidência da República. Bolsonaro agradeceu o encontro e disse que conta com a experiência de Temer para ajudá-lo.

“Se preciso for voltaremos a pedir que ele nos atenda. Porque tem muita coisa que continuará. O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela presidência”, disse Bolsonaro, que concedeu entrevista ao lado de Temer, no Palácio do Planalto.

Foi o primeiro encontro entre o presidente eleito e o atual, desde a vitória de Bolsonaro, no último dia 28. Da mesma forma, é a primeira vez que ele vem a Brasília desde a eleição. No encontro, Temer entregou simbolicamente a chave do gabinete de transição, que funcionará no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
 
UNIDADE
 
Após as declarações de Bolsonaro, Temer ressaltou que está à disposição do presidente eleito para o que ele e sua equipe necessitarem. O presidente da República afirmou que o momento é de unidade. “Vamos todos juntos”.

O presidente afirmou ainda que, se houver projetos de interesse do governo eleito em tramitação no Congresso Nacional, podem ser especificados para que ele e sua equipe tentem, assim, negociar sua prioridade nas votações.

Temer convidou Bolsonaro para que o acompanhe em viagens ao exterior, como a próxima Cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) que será em Buenos Aires, na Argentina, de 30 de novembro a 1º de janeiro, e contará com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Durante a reunião, Temer deu um livro de presente para Bolsonaro. Nele, há uma compilação dos projetos realizados do seu governo, em seis eixos: Social e Cidadania, Econômico, Infraestrutura, Brasil e o Mundo, Segurança e Defesa Nacional e Ações Regionais. A publicação começa com a frase “O Brasil é hoje um país completamente diferente de dois anos e seis meses atrás”.

Segundo Temer, durante a reunião no Planalto, foi transmitido a Bolsonaro um balanço das ações do governo nos últimos dois anos e meio e o que está programado. O presidente destacou que o programa vai ser “apreciado” pelo sucessor para analisar se deve ser mantido.

Em sua agenda na capital federal, Bolsonaro também conheceu as instalações do CCBB. A visita ocorreu pela manhã. Ele chegou de carro ao local e um helicóptero militar acompanhou o comboio no trajeto.
 
ISRAEL
Eleito reitera intenção de transferir embaixada para Jerusalém

 
O presidente eleito Jair Bolsonaro reiterou a possibilidade de transferir a Embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. “Quem decide a capital do Estado é o respectivo Estado. Não vejo o porquê desta celeuma toda”, reagiu o presidente eleito, após reunião com o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, e o futuro ministro da Justiça, o juiz federal Sergio Moro.

A cidade de Jerusalém está no centro de confrontos e disputas entre palestinos e israelenses, já que ambos os povos reivindicam o local como sendo sagrado. Para evitar o agravamento da situação, os países consideram Tel Aviv como a capital administrativa de Israel e é lá que ficam as representações diplomáticas internacionais.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o governo do presidente norte-americano Donald Trump anunciou a decisão de transferir a representação norte-americana em Israel. Em maio deste ano, foi inaugurada a embaixada dos EUA em Jerusalém provocando reações e conflitos na região.
 
PROXIMIDADE
 
O presidente eleito também comentou a proximidade física da Embaixada da Autoridade Nacional Palestina do Palácio do Planalto. Uma área destinada a representações diplomáticas estrangeiras fica a 3 quilômetros de distância do Palácio do Planalto. “Ainda vamos discutir este assunto. O problema ali é que ela [a embaixada da Palestina] está muito próxima do Palácio do Planalto. Nenhuma embaixada poderia estar assim tão próximo do presidente da República. Nenhuma.”
 
PREJUÍZOS
 
Questionado sobre se a mudança da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém não causaria prejuízos comerciais e econômicos, o presidente eleito negou a possibilidade.

“Ninguém quer perder negócios. Prematura é qualquer retaliação, de uma parte ou de outra, por uma coisa que ainda não aconteceu, mas pode acontecer.”
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