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06/11/2018 às 08h56min - Atualizada em 06/11/2018 às 08h56min

Estados Unidos têm recorde de candidatas

FOLHAPRESS
As mulheres bateram recordes nas eleições legislativas americanas deste ano e se tornaram uma das esperanças dos democratas para conquistar a maioria na Câmara dos Deputados - no Senado, a tarefa é mais complicada. Marcadas para esta terça-feira, as midterms, como são conhecidas as eleições que ocorrem na metade do mandato presidencial nos EUA, tiveram neste ano dois marcos importantes.

É o pleito com maior número de inscritas para disputar uma vaga na Câmara (476, ante 298 em 2012) e no Senado (53, contra 40 em 2016). Dessas pré-candidatas, 256 venceram as primárias dos seus partidos -234 para a Câmara e 22 ao Senado, outro recorde. Caso eleitas, 2018 caminha para ser o novo "Ano das Mulheres", epíteto associado a 1992, quando 28 candidatas saíram vitoriosas, recorde que nunca foi quebrado.

Para a cientista política Lori Cox Han, o fenômeno pode ser explicado por dois fatores. Primeiro, a insatisfação com o governo Donald Trump, especialmente entre as democratas, que são maioria entre as candidatas. Além disso, um grande número de candidatos não tentou reeleição desta vez - os políticos que se candidatam a um novo mandato costumam ter vantagem. "Isso dá às mulheres uma oportunidade ainda maior para entrar na política", afirma Cox Han.

Apesar do resultado expressivo, a realidade ainda é árida, já que elas representam apenas 11,5% do total de candidatos democratas e republicanos ao Congresso. Não é um retrato muito diferente do que existe hoje, onde elas são 1 em cada 5 congressistas. Se o número de candidatas ainda é baixo, quando o recorte é partidário, a distância fica ainda maior, diz Kelly Dittmar, do Center for American Women and Politics da Universidade Rutgers.

Levantamento do centro mostra que, do lado democrata, 43% dos candidatos são mulheres. Já entre os republicanos, elas são apenas 13%.
"É muito provável que vejamos o número de mulheres republicanas cair no próximo Congresso", afirma Dittmar. Ela atribui o distanciamento entre os dois partidos à atual conjuntura política.

"Está muito mais difícil para mulheres republicanas que são moderadas, ou mesmo democratas moderadas, passar pelas primárias do partido porque esse eleitorado se polarizou muito."

Outro motivo para a diferença é a existência de organizações no Partido Democrata que buscam atrair mulheres para se tornarem candidatas. Do lado republicano, não há estrutura semelhante. 

Quanto mais mulheres com diferentes posições políticas e experiências de vida concorrem, maiores as chances de atraírem o voto feminino e terem sucesso nas eleições. "As eleitoras não votam em mulheres só por causa do seu gênero", diz Cox Han. Neste ano, além do recorde de candidaturas, há outras histórias que chamam a atenção. Como a da republicana Marsha Blackburn, que se alinhou com Trump e pode se tornar a primeira senadora pelo Tennessee, caso vença.

Em Massachusetts, a democrata Ayanna Pressley também busca deixar sua marca, caso se transforme na primeira deputada negra do estado. O desafio para os próximos pleitos, afirma Cox Han, é que mais mulheres sejam eleitas para cargos mais altos. E que mais candidatas, tanto republicanas quanto democratas, concorram para presidente.
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