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19/10/2018 às 08h29min - Atualizada em 19/10/2018 às 08h29min

A sétima arte a serviço da educação

Segunda edição da mostra Trakinagem termina hoje e já colhe bons frutos e boas perspectivas para 2019

ADREANA OLIVEIRA
Oficina do projeto Trakinagem na Escola Estadual Enéas de Oliveira Guimarães | Foto: Thaneressa Lima/Divulgação
Desde quarta-feira (17) a Oficina Cultural de Uberlândia recebe a 2ª edição da Mostra de Cinema e Educação do projeto TraKinagem. Hoje acontecem as últimas sessões e o gostinho já é de quero mais. “Já no primeiro dia tivemos um público muito bom. Dos 65 lugares da sala ocupamos 42. Considero um público expressivo e o debate que ocorreu depois das projeções foi extremamente rico”, disse Cristiano Barbosa, idealizador do projeto que tem como objetivo refletir sobre o atual cenário da educação e debater as transformações da produção cinematográfica.

No debate da estreia o convidado foi Isaac Pipano, professor da Universidade Federal Fluminense e co-criador do projeto Inventar com a Diferença, que Cristiano considera um dos principais projetos na área de arte e educação.
Houve ainda um momento de homenagem. Paulo Torres, que criou e ficou à frente do Cine Clube por 40 anos teve o reconhecimento por seus serviços prestados à sétima arte em Uberlândia. “Ele se aposentou há dois anos e ficou muito emocionado com a surpresa. Pra mim teve um significado especial já que comecei a assistir filmes nesse Cine Clube. A contribuição dele para essa cena na cidade é ímpar”, comento Cristiano.

A curadoria desta edição da Mostra em Uberlândia, além de Cristiano, contou com o próprio Paulo e ainda Nara Sbreebow e Marcelo Branco. “Não foi tarefa fácil. Tivemos 228 filmes inscritos, o que considero um número muito alto, do montante que recebem festivais de médio porte consagrados. E é material de qualidade muito boa”, disse o cineasta.

Ao todo, são 40 curtas-metragens elaborados por professores e alunos dentro do ambiente escolar e com temática livre. Destes, 18 foram produzidos no estado de São Paulo, 11 em Minas Gerais, 10 no Rio de Janeiro e um em Pernambuco. A Mostra também prestigia as produções de cineastas com a exibição de 20 filmes de diversos cantos do país, inclusive um de Moçambique.

Entre as produções a serem exibidas cerca de 40 foram feitas no projeto TraKinagem, que passou por 12 escolas em cinco diferentes regiões de Uberlândia, inclusive duas escolas da zona rural, e contou com mais de 250 alunos e professores. Para Cristiano, que fez a primeira edição com recursos próprios em 2017 em parceria com a Escola de Educação Básica (Eseba) da UFU, o projeto caminha para se tornar referência em Uberlândia. “Neste fomos aprovados no Programa Municipal de Incentivo à Cultura e conseguimos patrocínio do Sistema Integrado Martins e do Instituto Algar. Espero que no próximo ano tenhamos ainda mais apoio”.

SOBRE O OLHAR
Cristiano Barbosa afirma que o mais positivo das oficinas foi compartilhar com alunos e professores o processo de criação da imagem. Eles aprenderam que é preciso pensar cada ângulo antes de gravar. “Quantas possíveis escolas esse exercício de cinema pode mostrar? Cada aluno tem um ponto de vista singular sobre a escola e seus arredores e com uma noção básica de cinema eles aprendem a colocar o seu recorte e como querem mostrá-lo ao espectador”.

Ele diz que atualmente as crianças e jovens utilizam muito a linguagem de vídeo, estão sempre filmando algo ou alguém. “O que fazemos é dar a eles um olhar mais crítico sobre a criação das narrativas porque por mais despretensiosa que seja uma imagem ela tem um propósito”.

SERVIÇO
O QUE: Trakinagem – Mostra de Cinema e Educação
QUANDO: hoje, das 13h às 21h30
LOCAL: Oficina Cultural de Uberlândia (Praça Clarimundo Carneiro, 204, centro)
ENTRADA FRANCA
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