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16/10/2018 às 08h50min - Atualizada em 16/10/2018 às 08h50min

Abilio Diniz é indiciado pela Polícia Federal

Empresário é suspeito ter cometido crimes contra a saúde pública, organização criminosa e estelionato

FOLHAPRESS
Abílio dos Santos Diniz foi Presidente do Conselho da BRF; ele não quis se pronunciar | Foto: Reprodução Facebook
A Polícia Federal indiciou o empresário Abilio Diniz e o ex-diretor-presidente da BRF Pedro de Andrade Faria, ontem, por suspeita de terem cometido crimes contra a saúde pública, estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa. O indiciamento se deu no inquérito decorrente da Operação Trapaça, que foi a terceira fase da Operação Carne Fraca. Outras 41 pessoas foram indiciadas, entre elas Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que nega envolvimento.

O indiciamento é uma conclusão feita pela polícia. Mas cabe ao Ministério Público Federal decidir se oferece denúncia, se solicita à autoridade policial que faça novas diligências ou ainda se arquiva a investigação. O delegado federal Maurício Moscardi Grillo diz no relatório que, com base na análise de arquivos feita durante a investigação, como trocas de mensagens pelo aplicativo WhatsApp e emails, "concluiu-se a prática das condutas delitivas não se restringia ao círculo das equipes técnica e gerencial das fábricas da BRF".

"Há, de fato, a participação do corpo diretivo da empresa na trama investigada, o qual tinha ciência de seu modus operandi, e que, não somente se omitiu em relação a fazer cessá-lo, mas, também, participou comissivamente dos atos de ocultação das fraudes, norteando sua execução", diz Grillo.

"Destaca-se a participação ativa, em caso envolvendo a detecção de resíduo tóxico em carne de frango pelas autoridades chinesas (Dioxina), de Pedro de Andrade Faria (à época diretor-presidente global do grupo BRF), Abílio dos Santos Diniz (à época Presidente do Conselho da BRF) e José Carlos Reis de Magalhães Neto, sócio da Tarpon Investimentos", prossegue o relatório.

Por meio de nota, a ABPA disse que atua dentro da lei e refuta as menções feitas pela Polícia Federal à sua atuação. "Como representação setorial, é dever da ABPA defender os interesses do setor produtivo dentro dos limites legais, como tem realizado desde a sua fundação e que nunca foi questionado". A entidade afirma também que está à disposição das autoridades para esclarecimentos.

POSICIONAMENTO BRF

"É de interesse máximo da administração da BRF que os fatos relacionados às investigações das autoridades sejam esclarecidos em toda a sua profundidade e extensão, uma vez que a empresa tem como princípio tolerância zero com qualquer tipo de conduta indevida. Neste sentido, a companhia decidiu afastar preventivamente todos os funcionários citados no relatório do inquérito da Polícia Federal até o esclarecimento dos fatos. A BRF vem mantendo conversas de forma ampla e transparente com as autoridades encarregadas das investigações, com o objetivo de colaborar com o esclarecimento dos fatos. Ao mesmo tempo, prosseguirá as avaliações internas lideradas pelo Comitê Independente de Investigação, ligado ao Comitê de Auditoria Estatutário, que tem mandato para elucidar todos os fatos que foram ou venham a ser levantados. A Companhia entende que este processo de cooperação constante com as autoridades fortalece e consolida as mudanças e aprimoramentos que a empresa implementou em seus processos e regramentos internos, com o objetivo de garantir os mais elevados padrões de segurança, integridade e qualidade."
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