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14/09/2018 às 08h45min - Atualizada em 14/09/2018 às 08h45min

Boas histórias jamais envelhecem

Poesias, repentes e discursos de Tair Italiano, 71 anos, são publicados pela primeira vez

ADREANA OLIVEIRA
Tair Italiano lança hoje, na Assis Editora, seu primeiro livro, que traz histórias da vida do comerciante e escritor | Foto: Assis Editora/Divulgação
Um cara bom de prosa, aquele “contador dos bão”, como dizem por aí, e um sonhador incorrigível. Essas são características que definem um pouco da personalidade de Tair Barbaresco ou Tair Italiano, que hoje, em Uberlândia, aos 71 anos de
idade, lança o seu primeiro livro. “Poeta do Povo” (Assis Editora, 96 páginas, R$ 35) é a realização de um sonho de seu autor, adiado por um longo tempo. “Às vezes a vida faz com que a gente vá se desiludindo de algumas coisas. Um pouco da fantasia vai e volta na cabeça da gente e graças a Deus as coisas mudaram muito desde que eu era mais jovem e quando peguei meu livro nas mãos percebi o quanto o desejei e ao olhar para a capa pensei: foi do jeito que eu tinha sonhado”, contou ele em uma prosa boa com o Diário de Uberlândia no início da tarde de quarta-feira (12).

Suas poesias e seus “causos” são pautados em sentimentos incentivados pelos aplausos e carinho de familiares, parentes, amigos e clientes de seu comércio que colaboraram para que o sonho do mundo literário não ficasse somente na cabeça do autor. Repentista, Tair mantinha seus versos e histórias na cabeça, apenas alguns deles foram colocados em papel antes do livro. Na concepção da obra, a jornalista Cleide Maria foi a responsável por registrar no computador essa poesia cheia de mineiridade. Para ela, esse foi “um presente valioso para a profissional que transcreveu, entre risos e lágrimas, os poemas, transformados em letras de músicas, que Tair Italiano cantarola para recordar”. “Graças à tecnologia tenho condições de lançar esse livro hoje. Quando eu era menino a aspiração por uma carreira como compositor ou artista não era vista da mesma forma como percebemos hoje. O tempo modificou as pessoas, a maioria para melhor”, comentou o escritor.

Muitas de suas escritas contam um pouco de tudo de seu cotidiano, inclusive sofrimento. Não só seu, mas de outras pessoas que conheceu e também dos animais que sempre foram companhia na vida rural. “Essa memória preserva a nossa cultura e o que conto nesse livro é a realidade, vivida por mim ou não. As boas histórias felizmente não se perdem com o tempo”, afirmou. Para Tair, a desburocratização do acesso à cultura e das ferramentas para ser um agente dela foram fundamentais para a produção de seu primeiro livro e ele chama a atenção dos pais, professores e responsáveis pelas crianças. “É preciso valorizar a sabedoria delas e aproveitar ao máximo o que elas têm a nos ensinar”, finalizou ele que convida a todos para confraternizarem na noi te literária. “Independente de comprar o livro ou não quero que as pessoas compareçam para uma conversa, é algo sempre muito inspirador”.

O AUTOR

Tair Barbaresco Simoneto nasceu em 12 de maio de 1947, na fazenda Barrinha, município de Tupaciguara, Minas Gerais. Filho de Henrique Barbaresco e de Carmélia Aurora Simoneto, Tair é o segundo de sete irmãos, Homero, Adelmo (in memorian), Ilídio, Zilza, Judite, Cícero e Delso, todos Barbaresco. Mudou-se para Uberlândia em 1971. Cinco anos depois, casou-se com Dalva Vasconcelos com quem tem um filho, Carlos Henrique Vasconcelos Barbaresco. A atuação como ruralista Tair uniu as atividades de prestador de serviços e comerciante, em uma trajetória de muito trabalho, que o privou de realizar o sonho de continuar os estudos. Mas a vida escolar, embora curta, deixou-lhe o amor pela leitura e pela escrita. Curioso, criativo e sempre atento à política brasileira, registrou em seus versos a inspiração crítica, irônica e divertida, com simplicidade.

Da descendência italiana, o poeta herdou o dom da fala, que lhe valeu o apelido de Tair Italiano. E, pelo jeito contagiante de ler o mundo, questionar e entender os fatos passados e presentes, ainda é conhecido pelos amigos como “o Poeta do Povo”.

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