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12/09/2018 às 08h22min - Atualizada em 12/09/2018 às 08h22min

Sons para quem não tem medo de ser feliz

Timbre chega à 5ª edição mantendo a consistência no line up que reúne novidades e artistas consagrados

ADREANA OLIVEIRA
A banda Porcas Borboletas é uma das atrações do Festival Timbre de sábado (15) | Foto: Divulgação
“Passo mal de saudade dessa terra”. Assim reage Danislau à pergunta da repórter ao músico, cantor, compositor, poeta e professor que há alguns anos trocou Uberlândia pela capital paulista. Danislau agora já está contando as horas para voltar à terrinha. Neste final de semana, com sua banda Porcas Borboletas, ele volta aos palcos na 5ª edição do Festival Timbre, que começa amanhã e segue até domingo.

O Porcas é atração do sábado e vem de uma sequência de shows do disco “Momento Íntimo” (Sobe o Som), lançado em julho. Na mesma noite sobe ao palco Elza Soares. “Nunca estive com ela ou vi o show, estou ansioso para vê-la também”, disse Danislau que afirma que toda vez que volta a Uberlândia “lava a égua”. “Quando estamos em Uberlândia o show sai da categoria de espetáculo e vai para o campo do ritual. Estamos vindo de uma sequência muito boa de shows da turnê do ‘Momento íntimo’. Com nosso quarto álbum temos condição de fazer um repertório mais forte, que estou amando e tocar no Timbre é a glória, não tem nem pro Lollapalooza aqui”, brinca.

Danislau Moita Mattos (guitarra), Pedro Gongom (bateria), Chelo Lion (baixo), Ricardo Ramos (percussão) e Enzo Banzo (voz e violão) para uma grande festa. “Já são quase 20 anos de carreira e quem é de Uberlândia fala que tem essa ligação pessoal, emocional com a banda. A cada música uma lembrança, uma experiência”, disse o músico.

Apesar dessas quase duas décadas de serviços prestados à produção autoral, o Porcas, assim como inúmeras bandas do cenário nacional, continua na labuta da independência. Sem reclamar. “Para nós o proveito econômico da coisa nunca foi real. Sabemos que é diferente você ter 20 anos de carreira fazendo sucesso e vivendo só disso do que 20 anos de um trabalho penoso que nem sempre tem esse reconhecimento econômico. Mas já estamos acostumados. Mesmo com os cabelos brancos estamos aí para mostrar ao mercado que a música vai além do negócio. Somos a resistência”, afirmou.

Para ele o Timbre mantém a essência dos bons festivais, que reúnem nomes consagrados com novidades e não uma mera repetição e “dos hype difíceis de entender”. Danislau diz que é função do festival provocar. “É bom para quem toca e para quem assiste. Eu não quero sair de casa e deixar dois filhos para ver mais do mesmo. Quero ser surpreendido e é isso que tem faltado em muito festival não só underground como no mainstream. A impressão que tenho é que está tudo muito repetitivo em qualquer uma das cenas”, comentou.

Marcelo D2, outra atração do sábado, já esteve em Uberlândia em início de carreira com o Planet Hemp, num show memorável no estádio Airton Borges e é outro artista que Danislau reverencia. “Veja no que o Marcelo se transformou hoje e como nossa cidade sempre teve vocação para provocar. O sertão das Minas Gerais, a cultura afro, a sertaneja, a universitária fazem de Uberlândia um centro cultural riquíssimo que pode promover festas lindas”, finalizou o músico que logo vai matar a saudade de casa.

No quadro abaixo você confere todas as atrações do Timbre, que também valoriza os artistas locais distribuídos em todo o line up. Os shows de quinta-feira e domingo têm entrada franca e sábado e domingo todos têm direito a meia-entrada mediante doação de um brinquedo ou 1kg de alimento não perecível.
 
PLUTÃO JÁ FOI PLANETA


A banda Plutão Já Foi Planeta (RN) apresenta-se no palco do Teatro Municipal em seu primeiro show em Uberlândia | Foto: Diego Marcel/Divulgação


E outra banda que participa dessa festa linda a qual Danislau se refere é Plutão Já Foi Planeta. Lá de Natal (RN), eles começaram em 2013 e mostraram que para seguir firme na música é preciso bem mais do que ter uma certa expressão em um reality show musical, como é o caso deles em “SuperStar” (Globo).

Formada por Natália Noronha (voz, violão, baixo, synth), Sapulha Campos (voz, guitarra, ukulele), Gustavo Arruda (voz, guitarra, baixo), Vitória de Santi (baixo, synth) e Renato Léllis (bateria), a banda tem dois discos lançados “Daqui Pra Lá” (2014) e “A última palavra feche a porta” (2017). “Será nosso primeiro show em Uberlândia. Temos referência do acolhedor público mineiro por Belo Horizonte até agora e estou super animada por esse show aí, vamos mostrar um pouco de tudo que produzimos até agora”, disse Natália em entrevista ao Diário de Uberlândia.

Natália nota que os festivais começam a se preocupar mais em mesclar suas programações e não só isso. “O Brasil já tem uma cultura musical miscigenada e rica por natureza e isso precisa ser destacado cada vez mais, assim como a presença de mais mulheres e mais mulheres negras nos line ups dos festivais. Só assim refletirão verdadeiramente a nossa cultura e desse poder feminino cada vez mais latente”, comentou a vocalista.

A banda mudou para São Paulo há um ano e meio, o que facilitou a logística para mais viagens e para chegar a mais cidades brasileiras. No ano passado, Plutão Já Foi Planeta foi uma das atrações do Lollapalooza Brasil e para Natália foi um degrau a mais que a banda subiu. “Temos noção da importância nacional e internacional do Lolla e temos muitas bandas amigas que se apresentaram também. Sei que é um festival no qual tocaram e ainda vão tocar grandes bandas e estar entre elas é muito bacana”, disse.

Natália afirma que o clima entre os músicos é dos melhores. No momento estão focados na turnê mas devem fazer uma pausa em breve para novas composições que devem integrar um novo trabalho para 2019. “Acredito que o palco reflete o que somos na vida. Somos muito amigos. Se ficar alguns minutos com a gente perceberá que quando não tocamos estamos brincando o tempo todo”.

Natália tem uma certeza: a música estará em sua vida para sempre. “Espero que tocando mas se não for será de uma outra forma”, comentou ela que sempre teve o incentivo da família para tocar e cantar. O primeiro violão foi presente do pai quando a menina tinha oito anos e as primeiras lições vocais foram no coral de uma igreja. “Música é parte da minha história”, finalizou.
 
5º Festival Timbre
PROGRAMAÇÃO
 
AMANHÃ (13)
LOCAL: Granja Marileusa
HORÁRIO: 19h
ENTRADA FRANCA
Atrações: Joana Bentes (MG), Pássaro Vivo (MG) e Young Lights (MG)
 
SEXTA-FEIRA (14)
LOCAL: Teatro Municipal de Uberlândia (Palco Interno)
HORÁRIO: 19h30
ATRAÇÕES: Gabriel Gonti (MG) convida OutroEu (RJ), Plutão Já Foi Planeta (RN) e Supercombo (ES)
INGRESSOS: a partir de R$ 50 à venda na Loja Blessed Tattoo Uberlândia ou pelo site www.ingressolive.com/festivaltimbre
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
 
SÁBADO (15)
LOCAL: Esplanada do Teatro Municipal de Uberlândia
HORÁRIO: a partir das 16h
 
INGRESSOS: a partir de R$ 50 à venda na Loja Blessed Tattoo Uberlândia ou pelo site www.ingressolive.com/festivaltimbre
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
PALCO BUDWEISER: Piêit (MG), Porcas Borboletas (MG), Elza Soares (RJ), Marcelo D2 (RJ) e BaianaSystem (BA)
PALCO NATURA MUSICAL: Minimal (MG), Lagum (MG), Uganga (MG) convida Clemente (SP), Drik Barbosa (SP) e Karol Conka (PR)
PALCO J&L: DJs a definir
 
DOMINGO (16)
LOCAL: Praça Sérgio Pacheco (Conexão Arte na Praça)
HORÁRIO: 13h
ENTRADA FRANCA
CLASSIFICAÇÃO: LIVRE
ATRAÇÕES: Deminux (MG), Musa Híbrida (RS), Julia Branco (MG), Mina das Minas (MG) e Carne Doce (GO)
*Nos eventos com bilheteria, todos têm direito à meia-entrada: basta levar comprovante estudantil, 1 brinquedo para doação ou 1kg de alimento não perecível
INFORMAÇÕES: festivaltimbre.com.br
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