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11/09/2018 às 10h23min - Atualizada em 11/09/2018 às 10h23min

PT confirma Haddad como substituto de Lula

Legenda aposta em poder de transferência de votos do ex-presidente

AGÊNCIA BRASIL
Foto: Reprodução Facebook
A Executiva Nacional do PT confirmou, no começo da tarde desta terça-feira (11), em Curitiba, o nome de Fernando Haddad, ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, em substituição ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência neste ano.

Lula está detido na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense, desde abril, após condenação em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá (SP). O ex-presidente teve o registro de candidatura indeferido no início do mês pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A substituição foi definida por unanimidade em reunião da cúpula do partido. O deputado José Guimarães (PT-CE), que participou do encontro, afirmou que a ex-deputada federal Manuela d'Ávila (PCdoB) será confirmada como vice na chapa de Haddad. Manuela desistiu de se candidatar à Presidência após decisão do seu partido de apoiar o PT.

O TSE determinou que o PT deveria anunciar até hoje a substituição do nome de Lula na chapa presidencial, sob risco de o partido não poder lançar candidatura ao Palácio do Planalto.

A Justiça Eleitoral definiu também que o PT retire do ar as inserções e programas eleitorais em que o ex-presidente aparece como candidato. Se a medida for descumprida, há o risco de a coligação ter a propaganda suspensa pelos integrantes da Corte.

JINGLE
O PT já colocou na rua as mudanças no material de campanha de Fernando Haddad ao Planalto e adaptou o jingle feito para o ex-presidente Lula, agora pedindo voto no 13, o número do partido. A estratégia é tentar garantir ao máximo a transferência de votos de Lula para Haddad.

No lugar de "chama que o homem dá jeito", em referência ao ex-presidente, agora a música canta "chama que o 13 dá jeito". Para completar a transmutação de Lula para Haddad, o jingle também repete que "Haddad é Lula lá", "Haddad é Lula, é o povo". A comunicação do partido já vinha trabalhando nos últimos dias nas adaptações dos programas eleitorais de rádio e TV, que mostrarão agora Haddad como candidato.

Como mostrou a Folha de S.Paulo no mês passado, durante giro de Haddad pelo Nordeste, os petistas estabeleceram que uma das principais estratégias para a transferência de voto seria o apelo ao voto no 13, o número do PT, visto que a campanha é curta -faltam 25 dias para o primeiro turno- e Haddad ainda é bastante desconhecido na região.
 
INTENÇÃO DE VOTOS
Petista avança entre pobres, mas esbarra em Ciro

 
A última pesquisa do Datafolha mostra que Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) correm em faixas paralelas na disputa pelos votos da esquerda. Ciro cresceu mais na classe média e entre eleitores mais escolarizados, enquanto Haddad ganha espaço em alta velocidade nas faixas de menor renda.

O candidato do PDT avançou inicialmente sobre territórios tradicionalmente petistas, consolidando um desempenho razoável no Nordeste e no eleitorado mais pobre. Agora, ele se descola de Haddad nas demais fatias da população.

Nas últimas três semanas, Ciro cresceu quatro pontos e chegou a 14% entre eleitores com curso superior. Haddad oscilou um ponto para cima, atingindo 10%.

O pedetista continua à frente de Haddad no grupo com ensino fundamental, mas o candidato do PT teve maior crescimento: subiu de 2% para 8% nessa faixa.

A cúpula petista já projetava uma consolidação de Ciro na classe média devido ao adiamento da substituição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Haddad. O partido acreditava, no entanto, que conseguiria reter o eleitor lulista de baixa renda.

Haddad, de fato, teve um avanço considerável na população mais pobre: passou de 3%, em agosto, para 10% na pesquisa mais recente. Ciro flutuou de maneira menos intensa, de 10% para 13%. Há um empate técnico entre os dois nesse segmento.

O candidato do PDT manteve a dianteira entre os demais eleitores, com renda acima de dois salários mínimos. Ambos oscilaram três pontos: Ciro tem 13% e Haddad aparece com 8% nesse grupo.

NORDESTE
Haddad aposta na força de Lula no Nordeste para crescer nas três semanas e meia de campanha até o primeiro turno. Ciro, que é ex-governador do Ceará, será um obstáculo. O pedetista ganhou seis pontos na região e chegou a 20%. Haddad cresceu ainda mais (oito pontos), mas fica em 13%. O Datafolha ouviu 2.804 eleitores em 197 municípios no dia 10 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE com o número BR 02376/2018. O nível de confiança é de 95%.
 
Ciro e Haddad - intenções de voto no 1º turno
 
Ensino fundamental
- Ciro Gomes (PDT)
ago.18: 11%
set.18: 12%
- Fernando Haddad
ago.18: 2%
set.18: 8%
 
Ensino superior
- Ciro Gomes (PDT)
ago.18: 10%
set.18: 14%
- Fernando Haddad (PT)
ago.18: 9%
set.18: 10%
 
Nordeste
- Ciro Gomes (PDT)
ago.18: 14%
set.18: 20%
- Fernando Haddad (PT)
ago.18: 5%
set.18: 13%
 
Até 2 salários mínimos
- Ciro Gomes (PDT)
ago.18: 10%
set.18: 13%
- Fernando Haddad (PT)
ago.18: 3%
set.18: 10%
 
Mais de 2 salários mínimos
- Ciro Gomes (PDT)
ago.18: 10%
set.18: 13%
- Fernando Haddad (PT)
ago.18: 5%
set.18: 8%
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