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16/08/2018 às 08h48min - Atualizada em 16/08/2018 às 08h48min

A alegria e pluralidade de Simoninha

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Simoninha desembarca hoje em Uberlândia para show no London Pub | Foto: Rafael Kent/Divulgação
Músico, intérprete, produtor e empresário, o negócio de Wilson Simoninha é a música. Filho do legendário Wilson Simonal, ele se interessou por música ainda criança, durante a adolescência fez diversos cursos de música e harmonia, com Aloísio Pontes, Wilson Cunha, Chu Viana e Maria Alvin, entre outros. Parecia certo que seu caminho era este, mas ele decidiu estudar Direito, no entanto, no primeiro ano percebeu que sua vocação não era essa e abdicou de uma possível carreira nos tribunais para dedicar-se a música e a todas as suas possibilidades.
 
A trajetória artística de Wilson Simoninha começou nos anos 80, quando integrou algumas bandas até formar a Suíte Combo, ao lado de João Marcello Bôscoli - filho de Elis Regina e Ronaldo Bôscoli. Nesta mesma época participou da seleção de repertório e produção dos discos Simonal e Alegria Tropical e a partir de então não parou mais, tornou-se produtor e tecladista em turnês do Simonal e de Jorge Ben Jor, ganhou estrada, conquistou experiência e aperfeiçoou seus conhecimentos na área musical.
 
Multifacetado e mais experiente, Simoninha dedicou-se mais a produção - tanto musical como cultural - neste período idealizou e coproduziu os shows que marcaram o retorno aos palcos de Jorge Ben Jor. Como produtor cultural, entre 1992 e 1994, Simoninha trabalhou em três edições do Free Jazz Festival e duas do Hollywood Rock.
 
Em 1994, nos EUA, gravou o disco In Tempo, do saxofonista japonês Sadao Watanabe, e fez sua primeira turnê pelo Japão. Já no Brasil, em 1995, Simoninha interpretou quatro faixas do álbum João Marcello Bôscoli & Cia (Flor do Futuro, Essa Menina, Distantes Demais e Carnaval e Reveillon). No ano seguinte, estreou na rádio paulistana Musical FM com o programa Cia. da Música, no ar até 1997. Em 1998, a convite do diretor Luis Vilaça, fez a direção musical do longa-metragem Por Trás do Pano, com Denise Fraga e Luis Mello.
 
O empresário Wilson Simoninha surgiu neste mesmo ano e com Jair Oliveira, João Baptista e Dimi Kireeff criou a S de Samba, produtora que se tornou um importante nome no mercado publicitário, produzindo, em 11 anos de atuação, trilhas para campanhas de grandes empresas como Antártica, Dove, Bohemia, Volkswagen, Renault, Chevrolet, entre outras. Além disso, imprime sua marca em obras fonográficas - o álbum da cantora Luciana Mello, Nêga, o CD/DVD Simples, de Jair Oliveira - filmes como Cristina Quer Casar, de Luis Vilaça e programas de televisão - Retrato Falado e Álbum de Casamento, da Rede Globo.
 
Paralelamente à abertura da S de Samba participou do projeto Artistas Reunidos, ao lado de seu irmão, Max de Castro, e dos amigos Jair Oliveira, Luciana Mello, Daniel Carlomagno e Pedro Mariano. Este projeto rendeu apresentações em festivais internacionais de música e um disco, lançado pela gravadora Trama que naquele momento entrou no mercado fonográfico com o objetivo de apresentar ao público novos artistas que não tinham espaço nas multinacionais.
 
Durante um ano e meio Simoninha trabalhou como diretor artístico da gravadora e colocou no mercado 14 álbuns de nomes como Demônios da Garoa, Baden Powell¬¬, Jair Rodrigues, entre outros. Ao mesmo tempo, trabalhava em seu primeiro disco.
 
Volume 2 foi lançado em 2000 com um repertório formado por canções inéditas e versões modernas de clássicos da MPB, como Eu e a Brisa (Johnny Alf), Bebete Vãobora (Jorge Ben) e Nanã (Moacir Santos e Mário Telles). Sucesso de público e crítica, esse trabalho deu a Simoninha o prêmio de Melhor Cantor do Ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
 
Em 2002 participou do projeto The New Samba Revue com Patrícia Marx, Jair Oliveira, Mad Zoo e Max de Castro. Eles saíram em turnê pela Europa e fizeram 22 shows em Portugal, França, Alemanha, Holanda, Áustria, Itália, Suíça e Inglaterra.
 
Assim que retornou ao Brasil, Simoninha começou uma série de apresentações para divulgar seu segundo álbum, Sambaland Club, no qual assina nove das 13 faixas. Com muitas referências ao soul e samba-jazz e à bossa instrumental.
 
Tendo em mente a receptividade do público estrangeiro em seus shows, em 2003, ainda na gravadora Trama, idealizou um projeto: Introducing Wilson Simoninha Live Sessions at Trama Studios - que tinha como foco o mercado internacional. O álbum trazia releituras de suas canções e músicas inéditas. No início de 2004, para lançar o material na Europa, Simoninha fez 18 shows no continente.
 
Na volta apresentou ao público brasileiro um outro trabalho, realizado em parceria com Max de Castro: a caixa Wilson Simonal na Odeon (1961-1971), lançada pela EMI, com oito discos remasterizados em nove CDs, incluindo faixas só lançadas em compactos, uma série de gravações inéditas de Simonal e um livreto contando a história do cantor. Além do box, foi para o mercado Wilson Simonal Rewind, um CD com seus principais sucessos em versões remixadas por alguns dos maiores DJs do Brasil.
 
Em 2005, Simoninha foi convidado a participar do projeto MTV Apresenta. Era a oportunidade que faltava para homenagear o ídolo e parceiro Jorge Ben Jor. Depois de muita pesquisa, criou novos arranjos e buscou apresentar músicas menos conhecidas do público, como Quem Cochicha o Rabo Espicha, O Homem da Gravata Florida, Cowboy Jorge, Amante Amado e Porque é Proibido Pisar na Grama. O DVD contou com as participações de Paula Lima, Rappin’Hood, Toni Garrido, Max de Castro e Marco Mattoli.
 
Em 2006, já fora da Trama, Simoninha concebeu e dirigiu o espetáculo Soul do Brasil, que reuniu artistas de diversas gerações que navegam no universo da música negra brasileira. Com a Black Rio como banda base, apresentaram-se Hyldon, Carlos Dafé, Max de Castro, Bebeto, Luiz Vagner, Cláudio Zoli e Toni Tornado.
 
Entre o dia-a-dia da S de Samba, participações em shows e projetos diversos, Simoninha dedicou-se ao seu novo CD. Com produção de Max de Castro e participações especiais de Seu Jorge, Claudio Zoli, Milton Guedes, Luiz Vagner, William Magalhães (Banda Black Rio), maestro Proveta e do cubano Yaniel Matos, o disco traz uma composição em parceria com Jorge Ben Jor, três regravações e mais nove canções inéditas. Lançado em maio de 2008, representa uma continuidade e maturidade do trabalho de Simoninha em todos estes anos. Daí o nome: Melhor.
 
Em 2009, Wilson Simoninha participou do álbum Nego – composto por canções americanas em versões brasileiras - de Carlos Rennó e Jaques Morelenbaum; No projeto 100 anos de Ataulfo Alves; e do disco Acesa de Alcione, no qual faz um dueto com a cantora em Chutando o Balde.
 
Neste mesmo ano, em agosto de 2009, ao lado de seu irmão Max de Castro, Simoninha concebeu e comandou o show O Baile do Simonal, com repertório composto por sucessos gravados pelo cantor Wilson Simonal, nos anos 60, começo dos 70. O repertório inclui "Mustang Cor de Sangue", "Terezinha", "Na Galha do Cajueiro", "Sá Marina", "País Tropical", "Nem Vem Que Não Tem", "Lobo Bobo", "Balanço Zona Sul", "Mamãe Passou Açúcar Em Mim", "Está Chegando A Hora", "Vesti Azul", "Carango", "A Tonga da Mironga do Kabuletê”, "Que Maravilha", "Aqui É o País do Futebol", "Tributo a Martin Luther King", "Meu Limão, Meu Limoeiro", "Menininha do Portão" e "Zazueira" e muitos outros sucessos que agitam o público e fazem todos cantarem e dançarem.
 
O registro do show, gravado em agosto de 2009 no Rio de Janeiro, reúne artistas de diversas gerações em torno do cancioneiro de Simonal. O projeto contou com participações de Caetano, Maria Rita, Seu Jorge, Sandra de Sá, Paralamas do Sucesso, Diogo Nogueira, Samuel Rosa, Rogério Flausino, Orquestra Imperial, Ed Motta, Mart ́nália, Frejat, Fernanda Abreu, Marcelo D2, Alexandre Pires, Péricles e Tiaguinho.
 
O projeto vem lotando todas as casas de espetáculo por onde Wilson Simoninha, Max de Castro e seus convidados passam. Os irmãos já levaram o show ao Rock in Rio, Virada Cultural de São Paulo, Festival Black na Cena, Festival de Verão de Salvador, Morro da Urca, Parque do Ibirapuera, Ano do Brasil em Portugal, em Lisboa, entre muitos outros lugares.
 
Além da turnê do Baile, em 2012, Wilson Simoninha participou do projeto 100 Anos de Gonzagão, interpretando Forró no Escuro; e do novo álbum do Bossacucanova, nas faixas: Adeus América e Waldomiro Pena.
 
Em 2013, o artista lança seu quinto álbum solo – Simoninha Alta Fidelidade.

 
SERVIÇO
O QUE: Show com Simoninha e banda
QUANDO: hoje (16), às 23h
LOCAL: London Pub (Av. Floriano Peixoto, 39, Centro)
INGRESSOS: a partir de R$ 40
CLASSIFICAÇÃO: 18 anos
INFORMAÇÕES: 3236-5081
 
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