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09/08/2018 às 08h18min - Atualizada em 09/08/2018 às 08h18min

A convivência que favorece as artes

Grupo de professores se reúne para o produzir artístico que acaba melhorando também o ofício de ensinar

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Diferentes estilos de arte estão em cartaz na galeria | Foto: Divulgação
O professor, em si, deve ser considerado um artista. Só assim para explicar tanta dedicação mesmo quando, para a maioria deles, as condições de trabalho e a remuneração deixam a desejar. Para os professores de artes, principalmente aqueles que trabalham com a Educação Básica, o ofício requer mais do que estar na sala de aula, requer o fazer artístico, para manter o frescor, a atualização e o interesse dos alunos pelas aulas.
 
Foi com essa proposta que em 2011 surgiram os primeiros encontros do coletivo Professor Artista, com a primeira exposição do grupo, que na época contava com oito pessoas, sendo lançada um ano depois. Atualmente, com 20 pessoas, o grupo segue produzindo e realizando encontros. A mais nova exposição coletiva conta com 13 professores, em atividade ou aposentados, que apresentam seus trabalhos na “Poiésis 2018” na galeria do Sesc Uberlândia até dia 31 de agosto.
 
“Tudo começou neste pequeno núcleo em reuniões semanais na Escola de Educação Básica da UFU (Eseba). Tínhamos o mesmo propósito: buscar nosso caminho na produção artística – encontrar nossas poéticas”, conta Léa Zumpano, que assumiu a coordenação da equipe em 2013 junto com Eliane Tinoco e Marileusa Reducino.
 
Segundo  Léa, na época, tudo começou por uma ansiedade desses professores em produzir como artista. “Nos encontros temos liberdade para falar das obras uns dos outros sem atrito, é um espaço de reformular ideias, de arriscar, compartilhar os saberes de forma criativa”, disse Leá que citou o treco de uma música de Arnaldo Antunes, “O seu olhar”, para ilustrar esse momento: “O olhar do outro melhora, melhora o meu”.
 
Sobre a valorização da arte dentro das escolas, para Léa Zumpano, no Brasil, ainda está muito no discurso. “Na questão pedagógica, segundo diretrizes da Secretaria de Educação, se você observar, contemplam arte, mas muitas vezes, por conta de corte de pessoal ou falta de estrutura, isso acaba não sendo viabilizado”, disse a artista.
 
Léa não concorda com algumas pessoas que dizem que os alunos hoje em dia estão desinteressados. “Não é o que percebemos. Eles são curiosos e é preciso que o professor torne sua aula motivadora para estimular mais seus alunos. Quem tem um profissional sério e preparado no departamento de artes sabe a diferença que isso faz”, disse.
 
Léa reforça que a arte está presente no nosso cotidiano e ela pode fazer com que as crianças e jovens vejam o mundo de forma diferente. “Muda a leitura de mundo deles porque têm acesso à uma nova língua, ou seja, das artes, sejam visuais, música, cinema, teatro, circo, dança. O homem não vive sem arte, mas muitos não têm essa compreensão”.
 
MULTIPLICIDADE
 
A “Poiésis 2018” O trabalho também é marcado pela multiplicidade de olhares e nas diferentes formas de expressão de cada artista. Vai de telas a instalações, esculturas, passando pela poesia. “Há pouco espaço de galerias em Uberlândia e essa Sesc recebe muito bem nosso trabalho, tem gente capacitada lá para receber o visitante e oferece muitas possibilidades de montagem”, disse a artista plástica Léa Zumpano.
 
Márcia Sousa optou por trabalhar com uma instalação. Há duas cadeiras, uma mesinha com um álbum de fotos sobre ela para que o visitante exercite a convivência e veja a história que ela tem a contar pelas fotos.
 
Já Maria Rosalina fala de seus medos referentes à claustrofobia. Os trabalhos de Léa têm como base a fotografia digital. “Tem muita coisa interessante. O Manuel Rocha Neto, por exemplo, usa uma bola de futebol para voltar à questão social do pão e circo”, disse Léa que convida os uberlandenses para prestigiar a mostra.
 
SERVIÇO
 
O QUE: exposição coletiva “Poiésis 2018”
QUEM: Coletivo Professor Artista: Alexandra Cardoso, Íris Avelar, Léa Zumpano, Lionizia Goyá, Manuel Rocha Neto, Mara Rúbia Colli, Márcia Sousa, Maria Guilhermina, Maria Rosalina, Marilane Melo, Marileusa Reducino, Maristela Bigulin e Soraia Lelis
ONDE: Galeria do Sesc Uberlândia (Rua Benjamin Constant, 844, Aparecida)
QUANDO: até 31 de agosto de segunda a sexta das 8h às 21h e aos sábados das 8h às 18h
ENTRADA FRANCA
INFORMAÇÕES: 3304-1200
 
 
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