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28/05/2018 às 08h19min - Atualizada em 28/05/2018 às 08h19min

Governo cede e aguarda fim da paralisação dos caminhoneiros

Foi anunciado o congelamento do preço do diesel na bomba por 60 dias

AGÊNCIA BRASIL | FOLHAPRESS
Michel Temer durante pronunciamento sobre as negociações com os caminhoneiros, na noite de domingo (27) | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite deste domingo  (27) pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. A título de comparação, o presidente disse que esse desconto equivale a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente proposto. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, as reivindicações custarão R$ 10 bilhões ao Tesouro.

O governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário. Essas determinações constam em medidas provisórias que foram publicadas em edição extra no Diário Oficial da União pouco antes da meia-noite de ontem (27). A expectativa do Palácio do Planalto é que a paralisação, que já dura oito dias, termine logo.

"Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão nobre de cada trabalhador no setor de cargas. Durante toda esta semana, o governo sempre esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo logo no início. Confirmo a validade de tudo que foi acertado", afirmou o presidente. "Assumimos sacrifícios sem prejudicar a Petrobras." Ele destacou ainda que o congelamento valerá por 60 dias e, a partir daí, só haverá reajustes mensais. "Cada caminhoneiro poderá planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações", ressaltou o presidente.

A equipe econômica foi chamada ao Palácio do Planalto para calcular o impacto das novas vantagens concedidas ao setor. Durante todo o domingo, custos, cortes e compensações foram avaliados. Além de restrições orçamentárias, empecilhos legais tiveram de ser examinados. Na primeira rodada de negociações com os caminhoneiros, quando se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação, o Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões o valor das compensações do Tesouro Nacional à estatal.

Agora, com a validade do congelamento do preço nos postos – e não na refinaria – pelo dobro do tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas. 

CAMINHONEIROS

Presidente de associação elogia acordo e diz que "assunto está resolvido"

Uma das principais lideranças do movimento dos caminhoneiros, o presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, afirmou que, com o acordo firmado com o governo neste domingo (27), o "assunto está resolvido".

"Eu acho que o assunto está definido. O caminhoneiro está antenado, ele também quer sair desse movimento agora, porque já faz sete ou oito dias. O caminhoneiro agora só tem que agradecer isso aí, no bom sentido, e continuar a vida dele", disse.

Fonseca afirmou que a desmobilização nas estradas começaria tão logo fossem publicadas as medidas provisórias prometidas pelo governo.  O governo publicou edição extra do Diário Oficial com as medidas pouco antes da meia-noite deste domingo (27).

Se cumprida a orientação das lideranças, ainda serão necessários de oito a dez dias para o abastecimento voltar ao normal, segundo os caminhoneiros.
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