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10/05/2018 às 13h46min - Atualizada em 10/05/2018 às 13h46min

Comitê estuda medidas para prevenir assassinatos de adolescentes

AGÊNCIA BRASIL | RIO DE JANEIRO
 
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reuniu 22 instituições públicas, institutos de pesquisa e movimentos sociais para criar o Comitê para a Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro. A iniciativa foi lançada hoje (10) e é a segunda do tipo no Brasil, seguindo o exemplo do Ceará.

O lançamento foi marcado pela apresentação de dados alarmantes sobre esses homicídios, além de relatos de jovens negros e de uma mãe que teve o filho assassinado aos 19 anos.

Segundo o Unicef, 335 adolescentes foram assassinados na cidade do Rio de Janeiro em 2016, e 269 deles eram negros. O Brasil é país do mundo que mais mata adolescentes em números absolutos. Em 2015, foram 11.403 assassinatos de pessoas de 10 a 19 anos. O patamar supera todas as mortes desse tipo registradas em todos os países do continente asiático, o que inclui nações em conflito, como a Síria.

A representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, destacou que a situação do país é grave a nível internacional, com o registro de 28 mortes de adolescentes por dia.

"Atualmente, é mais perigoso ser adolescente do que ser adulto no Brasil. A probabilidade de ser assassinado sendo adolescente mais é alta do que sendo adulto", disse. "O Brasil fez muito na redução da mortalidade infantil. Vocês salvaram milhares de vidas a cada ano de crianças que não morreram antes dos seis anos. Agora, elas estão morrendo na adolescência".

O grupo se reunirá com regularidade para estudar o perfil dessas mortes no estado e propor soluções para preveni-las. Participam órgãos como o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Defensoria Pública estadual, três comissões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, as secretarias estaduais de direitos humanos e segurança pública e a prefeitura do RIo de Janeiro. Pelo lado da sociedade civil, integram o grupo entidades como o Movimento Moleque, o Observatório de Favelas e o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
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