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29/04/2018 às 09h48min - Atualizada em 29/04/2018 às 09h48min

Álbum de figurinhas da Copa é febre em Uberlândia

Uma tradição que ganha mais força a cada quatro anos leva fãs às bancas de revistas

IGOR MARTINS SILVA | APRIMORAMENTO PROFISSIONAL
Luiz Felipe Andrade começou a coleção de álbuns da Copa do Mundo em 2006 | Foto: Marina Martins/Divulgação
 
A Copa do Mundo é uma época muito especial para quem é fã de futebol. No Brasil, muitas pessoas pintam suas ruas de verde e amarelo, vestem a camiseta da seleção brasileira e vão às ruas apoiarem o maior campeão do torneio da história.

A maior competição de futebol do mundo, entretanto, não se resume apenas a partidas de futebol. O álbum de figurinhas é uma das principais tradições da Copa do Mundo. A cada quatro anos, milhares de pessoas vão às bancas de revistas atrás dos pacotes com os craques que disputarão o mundial.

Apaixonado por futebol, Luiz Felipe Andrade levou nove dias para completar o álbum de figurinhas da edição atual, que começa em junho. Colecionador da publicação desde a Copa do Mundo de 2006, o belo-horizontino de 30 anos afirmou que a época do mundial é muito divertida. “Eu comecei a colecionar com 18 anos, desde que comecei a trabalhar. Eu acabo encontrando amigos que não via há muito tempo para trocar figurinhas, literalmente”, disse.

O administrador de empresas, que reside em Uberlândia há 15 anos, afirmou que a ansiedade para a chegada do mundial cresce a cada dia e se diz animado para ver os craques em ação. “Por acontecer a cada 4 anos, a ansiedade fica a mil. Espero que os grandes jogadores como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar estejam em boas condições físicas. Torço para uma final entre Brasil e Argentina”, disse.

PAIXÃO ANTIGA

Apaixonado por álbuns de figurinhas, o oficial administrativo José Carlos Batista é colecionador nato das publicações. Além de ser fã das publicações da Copa, o mineiro de São Gotardo, radicado em Uberlândia, afirmou que também gosta das edições antigas, como os livros ilustrados da Amazônia, Pantanal e outros.

Com a paixão antiga, Batista falou sobre a maior facilidade de se colecionar álbuns nos dias atuais. De acordo com ele, no passado era tudo mais complicado. “Antigamente, as trocas eram bem mais complicadas. Você tinha que conhecer um amigo que tinha outro amigo para trocar. Se ele tivesse a figurinha que você precisava, você tinha que ir a pé até o outro lado da cidade para fazer a troca”, lembrou.

Mesmo assim, o mineiro de 42 anos gosta do fato de a internet ajudar nas trocas. “Hoje, você publica as figurinhas que você precisa nas redes sociais e em cinco minutos, aparecem várias pessoas disponíveis para trocar com você. Esta semana mesmo já fiquei sabendo de dois pontos de trocas aqui em Uberlândia, navegando pela internet.”

Ao jornal Diário de Uberlândia, o são gotardense contou uma história curiosa sobre sua coleção do álbum da Copa de 1974. Com a publicação completa, Batista conseguiu R$ 8 mil pelo álbum que, por acaso, estava sendo jogado no lixo por uma senhora. O funcionário público disse que tem planos para o futuro com a edição atual. “Estou completando dois álbuns da Copa, o de capa mole e o de capa dura. O de capa dura eu vou guardar comigo. Caso surja uma proposta interessante no futuro, eu vendo o meu de capa mole”, afirmou.

BANCAS

Movimentação não é tão intensa como na Copa do Mundo no Brasil

Dono de uma banca de revistas na região central de Uberlândia, Luís Fernando de Morais afirmou que a procura pelos pacotes de figurinhas é grande. “Quando lançou o álbum, em março, houve uma procura exagerada. Hoje, as pessoas ainda procuram muito, mas sofreu uma queda”, disse.

Por outro lado, o paulistano que reside em Uberlândia há cerca de 30 anos acredita que na edição de 2014 a busca pelos pacotes foi um pouco maior. “Eu não tenho certeza. Eu sinto que na Copa do Mundo de 2014 o movimento foi maior, não sei se pelo fato de a competição ter sido realizada no Brasil. Porém, o real estava mais valorizado, havia mais empregos e os pacotes eram mais baratos”, lembrou.

FORA DE PRIORIDADE

Mesmo com muita demanda, várias pessoas optaram por não colecionar o álbum este ano devido ao grande aumento do preço dos pacotes de figurinhas. Em 2014, por exemplo, uma embalagem com 5 cromos custava R$ 1. Na edição atual, o valor é de R$ 2.

Este é o caso de Felipe Siquieroli, que decidiu não comprar o álbum de figurinhas este ano. O uberlandense de 20 anos, que participou da brincadeira nas três últimas edições do mundial, disse que tem outras prioridades e que os preços pesariam bastante no bolso. “R$ 2 em 5 figurinhas é mais um dos preços sem sentido praticados no País”, afirmou.

De acordo com José Eduardo Severo Martins, presidente da Panini, editora responsável pela produção do álbum, o aumento é resultado de uma desvalorização de quase 40% do real, uma vez que há quatro anos o dólar custava cerca de R$ 2,36 na época da Copa do Mundo no Brasil. Nos dias anteriores ao lançamento da publicação atual, o dólar variou entre R$ 3,30 e R$ 3,50.

Para completar um álbum, incluindo os preços dos mesmos, e considerando que não haja figurinhas repetidas nos pacotes adquiridos, o custo de um álbum completo, com capa dura, fica no mínimo em R$ 298.

CUSTO BRASIL

De acordo com um estudo realizado pelo Santander Brasil, o pacote de figurinhas da Copa do Mundo custam menos no país do que no resto do mundo. A pesquisa converteu o preço cobrado em todos os países para dólar antes de chegar à conclusão. A pesquisa mostrou que as figurinhas são mais caras na Europa e mais baratas na América Latina. Ainda segundo o estudo, os pacotes dos cromos no Brasil são cerca de 41% mais baratas que nos Estados Unidos.
 
NÚMEROS

Um álbum é composto por 682 figurinhas
Cada pacote vem com 5 figurinhas
O álbum de capa dura custa R$ 25,90
O álbum sem capa dura custa R$ 7,90
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