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15/03/2018 às 08h47min - Atualizada em 15/03/2018 às 08h47min

Planalto oferece PF e partidos cobram apuração de morte de vereadora

TALITA FERNANDES E ANGELA BOLDRINI | FOLHAPRESS
Marielle Franco foi quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016 | Foto: Mídia Ninja

Após a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL-RJ) ter sido morta a tiros na noite desta quarta-feira (14), o governo anunciou ter colocado a Polícia Federal à disposição para apurar o caso. O assassinato ocorre em meio à intervenção federal no Rio de Janeiro, que completa um mês na sexta-feira (16).

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou ter conversado com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto. À reportagem, o ministro disse que cuidará pessoalmente do caso junto às autoridades do Rio. Ele disse ter contatado o chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, que tomou posse do cargo na terça (13).

Jungmann disse ainda que ligou para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) para prestar solidariedade.

A morte de Marielle, quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, ocorre num momento em que o governo busca melhorar sua aprovação por meio da agenda de segurança pública.

Em fevereiro, o Michel Temer criou um ministério extraordinário para cuidar do tema, para o qual destacou Jungmann, que estava à frente da pasta da Defesa.

REPERCUSSÃO

Partidos e políticos lamentaram o assassinato da vereadora Marielle Franco. O PSOL, partido de Marielle, exigiu em nota "apuração imediata e rigorosa" do crime, e afirmou que a atuação de Marielle "como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta".

"Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!", diz o texto.

A vereadora e o motorista do carro em que estavam, Anderson Pedro Gomes, foram baleados e ambos morreram. Uma assessora que a acompanhava sobreviveu. Testemunhas dizem ter ouvido dez tiros.

A morte da política de 38 anos ocorre dois dias antes de a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro completar um mês. A vereadora era contrária à medida.

O partido convocou uma manifestação em homenagem à vereadora para esta quinta-feira (15), na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Em nota, o PT afirmou que "Marielle foi executada no momento em que vinha denunciando os abusos de autoridade e a violência contra moradores das favelas e bairros pobres da cidade, por parte de integrantes de um batalhão da Polícia Militar".

"As circunstâncias em que o crime ocorreu ainda são nebulosas, e a Bancada do PT alia-se a todas as forças democráticas que exigem neste momento uma rápida e rigorosa apuração do crime pelas autoridades da área de segurança", diz o texto. "Militante dos direitos humanos e ardorosa defensora da igualdade social, Marielle deixa um exemplo para aqueles que lutam por um Brasil mais justo, solidário e desenvolvido."
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