16/01/2018 às 17h53min - Atualizada em 16/01/2018 às 17h53min
Dolores O´Riordan deixa canções e saudade para fãs do Cranberries
ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Dolores O´Riordan durante show do Cranberries no ginásio Nilson Nelson, em Brasília / Foto: Adreana Oliveira Os fãs da banda irlandesa The Cranberries foram pegos de surpresa no final da tarde de segunda-feira (15), com a notícia da morte de Dolores O´Riordan, vocalista e fundadora da banda. Ela tinha 46 anos.
Ao lado do guitarrista Noel Hogan, do baixista Mike Hogan e do baterista Fergal Lawler ela deu ao mundo hits como “Linger”, “Zombie”, “Salvation” e “Ode to my family”, entre outros.
A vocalista foi encontrada sem vida em um hotel em Londres, cidade onde estava para uma sessão de gravações, segundo a imprensa internacional. Os músicos remanescentes, até o momento, não se pronunciaram e a causa da morte não foi divulgada. A família pede privacidade. Dolores deixa ricas composições e três filhos.
Com o Cranberries, que teve um hiato entre 2003 e 2010, Dolores deixa seis álbuns, os dois primeiros são os mais celebrados:“Everybody else is doing it, so why can’t we?” (1993) e “No need to argue” (1994).
Passeando pelo rock, indie rock e pop o Cranberries se destacaou em um cenário que trazia o grunge ao mundo. Entre as vocalistas da época ouvia-se a ferocidade de Courtney Love e seu Hole, a agressividade de Kathleen Hanna e sua Bikini Kill representando causas feministas. Dolores tinha uma voz forte, porém suave e tinha seu próprio estilo de compor e falar de amor e dos males do mundo, de amizades e de redenção.
A banda veio ao Brasil para turnês, uma no primeiro semestre e outra no segundo semestre de 2010. Em carreira solo Dolores veio antes, em 2007, divulgando seu álbum “Are you listening?”.
Em Brasília, com o ginásio Nilson Nelson lotado, a turnê “20 Years” foi um verdadeiro desfile de sucessos. O show foi aberto com “Analyse”, do álbum “Wake up and smell the coffee” (2001) e fechou com “Dreams”, do primeiro álbum em um momento de arrepiar.
“Linger”, “Just my imagination”, “Free to decide” e “Zombie” foram cantadas a plenos pulmões pela plateia.
No palco, bastante entrosados, os músicos davam todo o suporte para Dolores brilhar. Com uma voz única a vocalista dominava cada centímetro do palco. Muitas vezes cantava como se ninguém estivesse olhando em momentos de entrega só possível aos grands artistas.
Em outros, interagia com o público e lógico, não iria embora sem vestir uma camisa da Seleçã Brasileira de Futebol e também colocou um cocar na cabeça.
A técnica e o domínio vocal equilibravam perfeitamente com a emoção que tomava conta dos músicos e dos espectadores em vários momentos.