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30/07/2017 às 05h39min - Atualizada em 30/07/2017 às 05h39min

O ícone do futsal uberlandense

Com 42 anos de dedicação ao Praia, Marcelo Duarte, o Morcego, brilhou como jogador e revelador de talentos

EDER SOARES | REPÓRTER
Morcego atualmente treina o Colégio Nacional/Praia Clube na disputa do Mineiro / Foto: Divulgação/Praia Clube

 

Ele se considera um praiano de carteirinha. É dessa forma que Marcelo Duarte, o Morcego, se define e não nega toda a sua gratidão ao Praia, clube pelo qual se revelou como jogador no começo dos anos 70 e pelo qual também se consolidou como treinador e revelador de talentos para o futsal brasileiro e internacional. Ao todo, Morcego acumula 42 anos dedicados ao Praia, sendo 21 como atleta e 21 na função de treinador.

Das orientações técnicas, táticas e das broncas dadas por Morcego saíram para o Brasil joias como Arthur Fortunato e Neto, este considerado o melhor jogador do mundo em 2012, e que neste ano, por muito pouco, não retornou ao clube praiano. Neto trabalhou por um ano com Morcego nas categorias de base do Praia.

O apelido de Morcego, ele não sabe ao certo como foi dado, mas provavelmente, segundo Marcelo Duarte, viera na época de criança. Morcego começou a jogar ainda criança, no Praia Clube, mas foi federado somente aos 13 anos. “Desde cedo eu já me destacava pela habilidade, perninhas tortas, personalidade e muita coragem. Aos poucos fui mostrando diferença entre os outros meninos”, disse o treinador.

Em 1980, o ala se mudou para Belo Horizonte, para jogar no Colégio Promove, um dos melhores times de futsal do Brasil naquela época, e também atuar pela Seleção Mineira Adulta, em 1981, então com apenas 19 anos.

 

QUEM VIU

O ala Falcão, craque da Seleção Brasileira de Futsal e tido como o maior jogador de futsal de todos os tempos, é famoso pelos dribles acrobáticos e pelas pedaladas. Mas quem jogou com Morcego e o viu atuar afirma que se fosse nos tempos atuais, quando o futsal é bem mais difundido e globalizado, ele seria um dos maiores de todos os tempos, tamanha era a sua maestria com a bola pesada.

Hugsmar Quintino trabalha no setor de eventos do Praia Clube, mas atuou ao lado de Morcego como jogador e o viu atormentar as defesas adversárias.

“Olha, sempre falei e continuo falando que foi um dos melhores jogadores de futsal que vi e que tive o prazer de jogar. Competitivo, muita raça, grande finalizador e de um passe sempre perfeito. A pedalada progressiva é dele, pedalando e indo pra cima do adversário, abrindo espaço em cima da defesa adversária. Sem dúvida alguma, hoje estaria fora do Brasil e na seleção, um dos melhores de todos os tempos”, afirmou Quintino.

Fernando Vô, comentarista da Rádio América AM, é ex-jogador de futsal e jogou ao lado do agora técnico Morcego. “Eu me dei muito bem jogando do lado dele. Tinha uma habilidade fora do comum para aquela época. Dava gosto ver o Morcego jogar. Se fosse hoje ele seria titular absoluto da seleção, mas naquela época o futsal, então conhecido como futebol de salão, não tinha tanta visibilidade como hoje. Ele fez história como jogador”, afirmou Vô.

 

TREINADOR

Atletas reconhecidos passaram pela lapidação de Morcego

A trajetória de Morcego como treinador começou em 1996 comandando as equipes de futebol society do Praia. “Naquele ano, o Adelino Machado, atual diretor de futsal, me convidou para comandar todas as categorias de futsal do Praia. Sou muito grato a todos os diretores que naquela época me deram a oportunidade. Muitas das vezes não sei dizer se sou treinador ou formador de atletas, pois gosto de fazer todas as funções”, disse Morcego.

Jogadores como Mcdovall, Pábrio, Flavinho, Luiz Gustavo, Bruno Gomes, Arthur Fortunato e Neto são alguns dos atletas que Morcego ajudou a lapidar e lançar para o futsal brasileiro e internacional. Morcego foi campeão em praticamente todas as categorias em que comandou o time praiano em competições de âmbito regional, estadual e nacional. Foi treinador do Praia também nas edições da Liga Nacional de Futsal de 2008, 2010 e 2011.

O fixo Neto, que fechou com o Sorocaba na última semana, conta que trabalhou um ano sob orientação de Morcego no Praia, quando ainda era adolescente. “Foi antes de sair para o Atlético Mineiro. Sem dúvida foi uma pessoa que me ajudou muito na minha formação, apesar de eu já ter passado anteriormente pelas mãos de outros treinadores. Tem que se valorizar o que ele faz como treinador e o que foi como jogador também, que, segundo contam, foi um talento acima da média”, disse.

 

FUTSAL DE UBERLÂNDIA

Treinador é cotado para comandar time na Liga Nacional

Com a volta da equipe de futsal adulto e o projeto para a disputa da Liga Nacional de Futsal do ano que vem, Morcego é um dos nomes cotados para comandar a equipe, ao lado de Miltinho, outro nome que pinta como provável treinador. Morcego garante que o que ele mais quer é ver o Praia Clube de volta ao cenário nacional, e que ser treinador ou não na Liga Futsal é um mero detalhe.

“Eu não tenho vaidade com relação a isso. O que importa para mim é estar ajudando o clube de alguma forma, seja do jeito que for. Acho que a volta do Praia ao cenário nacional é de fundamental importância tanto para o clube, quanto também para a Liga Nacional, que ganhará um clube grande e que vai contribuir muito para o crescimento da mesma”, afirmou Morcego, que está treinando o Colégio Nacional/Praia Clube na disputa do Campeonato Mineiro.


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