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29/07/2017 às 05h00min - Atualizada em 29/07/2017 às 05h00min

O retorno dos Porcas Borboletas

Banda uberlandense lança 4º álbum e volta a se apresentar na cidade com participações de Gustavo e Tulipa ruiz

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Moita Mattos (guitarra), Pedro Gongom (bateria), Chelo Lion (baixo), Danislau (voz e violão), Ricardo Ramos (percussão) e Enzo Banzo (voz e violão) / Foto: Juka Tavares/Divulgação

 

Muita coisa mudou desde que a banda uberlandense Porcas Borboletas lançou seu primeiro disco, “Um carinho com os dentes”, em 2005. Porém, intacta continua a pluralidade do grupo ao fazer uma música que não é possível se rotular ou colocar em uma única prateleira. Prova disso é o quarto álbum da banda lançado na  quinta-feira (27), “Momento íntimo” (Matraca/YBMusic, R$ 20). Amanhã, eles voltam a se apresentar na cidade natal para marcar esse novo começo em show aberto ao público  na Praça Sérgio Pacheco, que terá as participações ilustres de Gustavo e Tulipa Ruiz.

Em 2005 para divulgar suas músicas, a banda saía com os já tão raros CDs demo e entregava de mão em mão. Depois, de forma mais profissional, já levaram os CDs “A passeio” (2009) e “Porcas Borboletas” (2013) por todos os festivais que se apresentavam. Nesta semana, “Momento íntimo” chegou às plataformas digitais e já recebeu feedbacks de fãs, admiradores e amigos dos uberlandenses que fizeram questão de conferir o trabalho no primeiro dia.

“A gente acompanhou todas essas mudanças e sempre demos um passo de cada vez. No início focamos no trabalho em Uberlândia, depois circulamos pelos festivais que eram muitos e fortes na segunda metade da década passada, e até chegamos a fazer shows no exterior. Neste momento, até mais forte que o download é a distribuição das músicas nas plataformas digitais em streaming que pegam um público diferente daquele que tínhamos no início de carreira”, conta o vocalista, violonista e compositor Enzo Banzo, que compoe a banda com  Moita Mattos (guitarra), Pedro Gongom (bateria), Chelo Lion (baixo), Danislau (voz e violão) e Ricardo Ramos, o Ricardin (percussão).

Com três integrantes morando em Uberlândia (Ricardin, Enzo e Chelo) e outros três em São Paulo (Pedro, Danislau e Moita), a tecnologia ajuda na hora de falar de trabalho, mesmo que seja virtualmente. “Faz falta um pouco o contato presencial, mas não inviabiliza as composições. Estamos sempre em contato”, conta Enzo.

Para o músico, o fato de o produto em si estar cada vez mais imaterial não dificulta as coisas para os artistas. Principalmente para os independentes, porque o acesso à música, que é como eles dão o seu recado, está facilitado. E os shows eles seguem fazendo em casas noturnas, unidades do Sesc pelo Brasil, em teatros com uma infra-estrutura mínima e em praças públicas, como será o show de amanhã. “Vai ser uma tarde linda”, aposta Enzo.

Afinal, é no palco que o Porcas alcança o seu auge. E se a crise - seja nos relacionamentos pessoais ou na economia - está aí e afeta a todos, eles falam disso nas novas músicas desapegados de um ou outro estilo. Tem pop, tem rock, tem indie e world music, tem momentos inclassificáveis. “Essa diversidade faz parte da nossa unidade. Dialogamos com este mundo em que estamos e não compomos sobre um universo distante e sublime”, diz o músico.

“Momento íntimo” traz 10 faixas produzidos por Gustavo Ruiz, músico e produtor já conhecido dos Porcas Borboletas desde o início de carreira, há 18 anos. Se conheceram em São Paulo onde o Porcas gravou o primeiro disco. Tulipa Ruiz, irmã de Gustavo, os músicos uberlandenses já conheciam “do rolê” desde 2010 e nutriam uma admiração por ambos. “Eles são filhos de um músico que admiramos muito, o Luiz Chagas, que foi guitarrista do Itamar Assumpção (1949-2003), a partir daí surgiu uma amizade duradoura”, conta Enzo.

Juntou a fome com a vontade de comer. O Porcas queria Gustavo e Gustavo queria o Porcas. Tulipa participa do disco na faixa “Você mentiu”. Enzo destaca a competência de Gustavo, que em 2015 junto a Tulipa venceu o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro por “Dancê”, com produção dele. “Foi muito bom trabalhar com ele. A gente chegava com muitas ideias e ele dava a palavra final sobre algo que nós ficaríamos discutindo por horas. Além de alguns backing vocals, Tulipa vira uma uma personagem feminina que a gente precisava para a canção que acabou ficando demais, ela não canta, fala”, diz Enzo.

Ele afirma que o show de amanhã marca a estreia dos irmãos Ruiz em palcos uberlandenses e que eles estão super empolgados com a oportunidade. Gustavo tocará todas as músicas de “Momento íntimo” na guitarra e além de “Você mentiu” haverá canções de Tulipa no repertório, semelhante a um show que fizeram juntos em São Paulo no ano passado.

O show do Porcas Borboletas amanhã faz parte do projeto Arte na Praça especial Festival de Inverno da UFUlândia (FIU), que contará ainda com shows de Trem Doido (Unicamp) e Ventos de Aruanda (Udi). A participação do Porcas está prevista para as 16h.

 

DISTRIBUIÇÃO

O disco “Momento íntimo”, do Porcas Borboletas, tem ainda participações da cantora Juliana Perdigão, do percussionista e cantor Ne+reu Gargalo (Trio Mocotó), do guitarrista Luiz Chagas (Isca de Polícia, Itamar Assumpção), da percussionista Nath Calan, do tecladista Chicão e Quique Brown (Leptospirose). 

Uma campanha de financiamento coletivo ajudou na produção do álbum e as pessoas de Uberlândia que contribuíram podem pegar a recompensa com a banda no dia do show. O disco estará à venda por R$ 20 no local e já está disponível nas plataformas digitais. 


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