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28/07/2017 às 05h46min - Atualizada em 28/07/2017 às 05h46min

Inventor do spray para jogos quer indenização

Morador de Uberlândia luta para que a Fifa lhe pague direitos

EDER SOARES | REPÓRTER
Heine Allemange teve ideia de spray após ouvir comentário de Galvão Bueno / Foto: Éder Soares

 

O criador do spray para a marcação dos gramados em jogos de futebol vive uma batalha para ganhar na justiça uma indenização milionária da FIFA. Heine Allemagne, de 45 anos, é natural de Ituiutaba, foi jogador do futebol amador da cidade do Rio Tejuco, mas vive em Uberlândia. Ele pede uma indenização no valor de 35 milhões de Euros, o que daria em torno de R$ 130 milhões.

A ideia da criação do produto utilizado oficialmente pela FIFA desde 2013 nos Mundiais Sub-20, Sub-17 e no Mundial de Clubes, surgiu, segundo Heine, em 2000, quando, assistindo uma partida na Rede Globo, ele escutou o narrador Galvão Bueno dizer que duvidava que algum árbitro conseguiria, um dia, segurar a barreira de jogadores no local indicado.

“Naquele momento eu pensei comigo mesmo: o que eu poderia fazer para desenvolver algo que funcionasse? Inicialmente me veio a ideia da espuma de barbear. Mais tarde fomos para o laboratório e desenvolvemos a atual fórmula da espuma, que é à base de água e óleo vegetal”, disse Heine.

O primeiro teste com o Spuni 9,15, nome da patente do spray, foi realizado na Taça BH de Futebol Júnior ainda em 2000, e no mesmo ano a CBF fez o primeiro experimento na então Copa João Havelange, que foi o nome dado ao Campeonato Brasileiro daquele ano. Em 2003, o uso do spray passou a ser obrigatório no Brasil. A primeira vez da utilização do Spuni em uma Copa do Mundo aconteceu justamente no Brasil em 2014.

Heine Allemagne tem toda documentação do Spuni registrada desde o início do projeto. Ele garante que vem tentando negociar com a FIFA há 15 anos e que, ano a ano, vem sendo enrolado e ignorado pela entidade máxima do futebol mundial.

“A FIFA está me ignorando depois de ter usado o produto e meus esforços, a minha criação. Ela me fez promessas. Eu estive com os presidentes da entidade, com o Julio Grondona (vice-presidente falecido em 2014) e nada sai do lugar. Depois da morte do Grandona, tudo parou”, afirmou.

Segundo Heine, hoje vence o prazo de uma notificação feita por ele para que a FIFA deixe de utilizar o produto em suas competições, mas ele não está nada otimista. “Acho que ela vai continuar roubando. Eles vão continuar sendo arrogantes e frios”, disse.


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