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18/06/2017 às 06h19min - Atualizada em 18/06/2017 às 06h19min

Catedral Santa Teresinha terá recital de órgão e trompete

Sucesso em edição do ano passado, Flávio Gabriel e José Luis de Aquino se apresentarão novamente em Uberlândia

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
O órgão da catedral Santa Teresinha passou por três reparos, o mais recente foi em 2013 pelo organeiro Gorge Jann / Foto: Adreana Oliveira

 

O organista José Luís de Aquino e o trompetista Flávio Gabriel têm uma amizade de longa data. Já fizeram muitas apresentações juntos e uma delas ganhará uma segunda edição amanhã (19), em Uberlândia. Eles retornam à cidade para a série Concertos de Órgão da Catedral Santa Teresinha. A igreja localizada na Praça Tubal Vilela, no coração de Uberlândia, recebe os músicos novamente depois de tremendo sucesso no encerramento dos concertos do ano passado.

“Para nós foi uma grata surpresa recebermos o convite para retornar tão rápido, porque é sinal de que o público gostou mesmo. Geralmente isso costuma acontecer a cada dois ou três anos”, comenta o trompetista Flávio Gabriel, que faz parte do corpo de docentes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ele recorda que a catedral estava lotada no concerto do ano passado e destaca as condições do local. “O lugar nos dá as melhores condições possíveis em termo de ambiente. Geralmente os órgãos ficam guardados em porões, são lugares meio bagunçados. Ali na igreja a gente o vê como prioridade, tem um lugar de destaque”, explica Flávio.

Para ele, a estrutura é o principal diferencial deste concerto. “Ele é exibido em um telão em frente ao altar. Por exemplo, em Paris quem assiste olha para o altar e o órgão está escondido, torna-se uma experiência puramente auditiva. Na catedral as pessoas conseguem ver os músicos, é uma questão de valorização”, comenta.

Para o organista José Luís de Aquino, eventos como este permitem à população ter acesso a um grande patrimônio da humanidade que é a música. “A música mexe com os sentimentos das pessoas, faz parte da formação intelectual e até humanística. De certa forma tem seu engajamento social por mais que tenha sido muito negligenciada nos últimos tempos”, disse o organista. Para ele, um dos grandes nomes da democratização musical no Brasil é Heitor Villa-Lobos (1887-1959). “Os trabalhos dele fizeram com que o Brasil fosse referência nas Américas”.

José Luís afirma ainda que a atual conjuntura do país faz com que seja necessário despertar o belo, a emoção, é preciso levar paz às pessoas e a música é uma boa ferramenta para isso. “Nós moramos em um país tão bonito que merece ser melhor cuidado”, afirma o músico, que graças à sua profissão viajou por diversos países de primeiro mundo. “Desde os 10 anos que não faço outra coisa se não estudar. Mas me considero um privilegiado por trabalhar com algo que eu realmente gosto, porque tenho a chance de despertar algo bom nas pessoas por meio da música”, afirma.

 

RELÍQUIA

O órgão, ainda com 100 tubos, chegou à catedral em 1957

O Órgão da Catedral Santa Teresinha está no local desde 1957. Em 2013 passou por um reparo em Rodeios (SC), pelo organeiro Gorge Jann. Inicialmente tinha menos de 100 tubos e atualmente, com mil tubos, o instrumento foi uma grata surpresa para o organista José Luís de Aquino quando tocou nele pela primeira vez. “Cada timbre dele tem uma personalidade, funciona bem sozinho e em conjunto. A sonoridade que temos junto com o trompete é algo único e no recital de amanhã vamos inserir algumas peças novas no programa”, disse o músico.

Uma das organizadoras do recital, a professora e musicista Maria do Rosário Braga Pereira, espera novamente casa cheia para amanhã. “O público gostou muito do concerto deles no ano passado e achamos justo repetir para abrir a temporada 2018”, explica. Idealizado pela pianista Cora Pavan Capparelli, o projeto Concertos de Órgão da Catedral Santa Teresinha é realizado pelo terceiro ano seguido. “Mesmo sem incentivo da iniciativa privada ou público seguimos com o projeto porque acreditamos em seu potencial”, disse Maria do Rosário.

Ela afirma que a intenção é reunir talentos locais e também músicos de outros estados e até de outros países. “Dessa forma entramos em um circuito e existe uma troca”, finaliza.

 


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