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16/06/2017 às 05h19min - Atualizada em 16/06/2017 às 05h19min

Festas Juninas: tradição prevalece na rua e no quintal

Famílias movidas pela fé celebram a alegria dentro de casa com amigos e vizinhos em momento de gratidão

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
A festa junina da família de Cileide Maria de Jesus Barbosa acontece sempre no bairro Tibery e completa 52 anos em 2017 / Foto: Divulgação

 

A festa junina tomou vários contornos nos últimos anos. Está no pátio das escolas, nas grandes praças da cidade e até em bairros nobres. Ainda assim, os primórdios da tradição são mantidos por famílias inteiras nos próprios quintais, ou, quando muito concorridas, na rua em frente de casa. Tem quentão, fogueira, balões e comidas típicas. Algumas ainda realizam a quadrilha e fazem batizados na fogueira.

O ponto alto é o erguer do mastro de São João que geralmente leva na ponta imagens dos três santos do mês: São João, São Pedro e Santo Antônio. Na família de dona Cleusa de Jesus Martins, após uma pausa de três anos, eles deram continuidade à tradição iniciada pela mãe dela décadas antes. “Minha neta nasceu e nos primeiros meses teve muitas cólicas. Fizemos um voto e fomos atendidos, foi descoberta a causa e decidimos voltar a rezar o terço por mais três anos”, recorda.

Hoje, a neta Aline de Jesus Martins Rocha está com 14 anos e os terços nunca mais pararam. “A gente recebe os amigos, a família e os colegas da igreja para rezar e aproveitar esse momento de muita alegria”, conta dona Cleusa. E hoje a festa começa às 20h, no bairro Custódio Pereira, na casa da família que prepara tudo com muito carinho. Além de dona Cleusa e a neta Aline, estão sempre juntos o marido de dona Cleusa, Sebastião Martins Moreira e a filha Rejane de Jesus Martins, entre outros familiares.

No próximo dia 29 é a vez do mastro de São João ser erguido no bairro Tibery, em frente à casa de dona Cileide Maria de Jesus Barbosa. A festa junina da família completa 52 anos em 2017. “Não importa o dia da semana em que cai, é sempre dia 29. As pessoas já se acostumaram com a data e todo mundo aparece para celebrar conosco, temos autorização até para fechar a rua”, explica a aposentada extremamente animada.

Dona Cileide conta que, em 2015, quando a festa completou 50 anos, ela considerou praticamente “bodas de ouro”. “Perguntei: ‘quem vai comigo até as bodas de diamante?’ e todo mundo celebrou”, ou seja, o casamento vai longe. E para a festeira não tem tempo ruim. “Eu não acho que dê trabalho fazer essa festa. Trabalho é você estar deitado em uma cama sem ter como trabalhar, sem saúde, precisando de remédios, aí é que nada funciona. Faço isso aqui com o maior prazer”, afirma.

Ela não nega que fica um pouco ansiosa na semana da sua festa junina, mas logo que acaba já sente saudades. Aos 73 anos, dona Cileide só se aposentou depois de ver os filhos e netos criados. “Fui salgadeira, costureira, tive quatro filhos e criei outros três, mas para mim é tudo igual”, afirma ela que apesar de ter perdido dois dos filhos, não perdeu a fé.

 

DIVERSIDADE

Festa atrai pessoas de todas as idades e perfis

Dindinha é uma comunicadora por natureza. Com passagens por rádios como Difusora e TVs como a Paranaíba, é figura conhecida dos uberlandenses e por esse povo mantém um carinho especial mesmo tendo se aposentado. Ao lado de Margarida de Sousa, ela coordena uma festa junina que ultrapassou a barreira das sete décadas no bairro Osvaldo Rezende.

Ela afirma que atividades como a quadrilha atraem os mais jovens para participar. “Mantemos todas as tradições, até daquele quentão original do sul de Minas Gerais, o pé-demoleque, os terços e tudo que a festa pede. Os jovens gostam da quadrilha, as crianças gostam da fogueira e a fé não tem idade”, afirma a comunicadora.

O compromisso com a festa junina, que neste ano acontece amanhã (17), não é algo tido como uma obrigação, pelo contrário, é com prazer que as organizadoras preparam tudo para os convidados que são muitos, não fica restrito aos vizinhos do bairro. “É uma tradição que existe há séculos e no que depender de nós continuará forte”, finaliza.


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