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10/05/2017 às 09h45min - Atualizada em 10/05/2017 às 09h45min

Toni Garrido em um tributo à música brasileira

Em “Noites de Orfeu” vocalista da Cidade Negra sai da zona de conforto e mostra amadurecimento na carreira

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Da Redação
Toni Garrido e banda ensaiaram aproximadamente um mês, tempo dedicado ao estudo das canções

Toni Garrido é um artista completo, daquele tipo que compõe, canta, interpreta e se precisar também dança. Ele completa 50 anos em setembro e comemora em grande estilo com um novo projeto. Além da banda Cidade Negra, ele está em turnê com o espetáculo “Noites de Orfeu”, com sessões hoje e amanhã no Teatro Municipal de Uberlândia.

Toni foi Orfeu no longa de mesmo nome dirigido por Cacá Diegues em 1999 e no espetáculo atual presta uma homenagem à parceria entre os imortais Vinicius de Morais e Tom Jobim. Vinícius escreveu a peça “Orfeu da Conceição” em 1954. A trilha sonora ficou por conta de Tom com letras do Poetinha. Além de canções do LP lançado em 1956 pela Odeon, “Noites de Orfeu” traz composições de outros grandes nomes da música brasileira como Baden Powell e Carlos Lyra. “50 anos de Orfeu”, de Haroldo Costa, também inspira a produção idealizada por Toni Garrido.

O músico veio várias vezes a Uberlândia, mas dessa vez tem aquele gostinho especial da estreia que marca um momento de segurança na vida e carreira de Toni. “Este espetáculo representa na minha vida a realização de um sonho marcado pela liberdade e amadurecimento artísticos. Eu estou saindo um pouco da zona de conforto me metendo numa história que é diferente do que eu faço todo dia. Assim, eu busco um conforto também nesse tipo de música que eu adoro e representa muito bem o Brasil”, disse Toni.

Só mesmo um artista múltiplo e que leva a arte como missão de vida poderia obter o resultado que Toni consegue com “Noites de Orfeu”. Para ele, a inserção de mais arte na vida de crianças e jovens seja uma saída para a criação de seres humanos mais compreensivos, felizes e solidários. “A arte salva. A arte modela, modula, educa, ajuda, acompanha. A arte não te deixa solitário. Mesmo o indivíduo solitário quando se relaciona com a arte tem o espectro aumentado absurdamente. Ela faz você acreditar na vida, nas pessoas, no mundo. Quem não acredita em Deus pelo menos se relaciona com ele, não acreditando, mas respeitando. Arte é a superação de tudo e está acima de tudo”, comenta.

Para Toni, a função dos artistas, cada um na sua área, é colocar o lúdico no mundo, cuidar da manutenção do invisível. “Música você não vê, você sente, mas cria a partir de uma energia. Artistas, atores, cantores músicos têm uma camada de Deus, de Divino, muito sutil. Só quem tem essas ferramentas na mão é que conseguem manipular essa força invisível”, explica.

MEMÓRIA

Em “Noites de Orfeu” o repertório conta com pérolas como “Valsa de Euridice”; “Felicidade”; “Ela é Carioca”; “Desafinado”; “Chega de saudade”, entre outras. Ao trazer essas canções para os holofotes novamente Toni Garrido e banda mostram um compromisso com a memória da música brasileira. E o público jovem tem prestigiado o espetáculo.

“Essa obra é atemporal, essas músicas felicitam quem tem de 40 a 90 anos. A molecada que é antenada gosta de saber que tem um registro vivo dessa obra, um estudo vivo dessas canções para se relacionarem com ela. Vinicius e Tom são absolutamente benditos, queridos e reconhecidos no Brasil e no mundo como homens muito especiais da arte e da música. É muito legal ver que as novas gerações, as que se interessam por música e por cultura brasileira estão completamente abertas a eles e ao som que eles fizeram”, afirma Toni.

 

BANDA

Grandes nomes acompanham o cantor desde o início do projeto

Toni Garrido levou o conceito de “Noites de Orfeu” para a banda, ou melhor, a superbanda que o acompanha. “Estou com um time incrível de músicos que estão comigo desde o início. Fizemos mais ou menos um mês de ensaio. Eu levei o conceito e as canções, fizemos os arranjos e passamos este um mês estudando como tocar essas canções da melhor forma”, afirma ele.

Os músicos são de famílias que contribuíram com a construção do que o público verá no palco. Traz nos pianos o maestro Osmar Milito, que foi o grande amigo de Tom, no violão, Marcel Powell, filho de Baden, que herdou o talento e o virtuosismo do pai, Zé Luis Maia está no contrabaixo e Ronaldo Silva na bateria e percussão.

Um quarteto de cordas formado por músicos de Uberlândia foi especialmente selecionado por Milito. E Toni não quer parar por ai. “Faço um convite às orquestras sinfônicas da cidade: adoraria fazer esse show com orquestra”.

E Toni, inquieto, segue em “Noites de Orfeu” e prepara um show especial do Cidade Negra em homenagem a Gilberto Gil que será apresentado no Rock in Rio. “Uma homenagem de reggaeiro para reggaeiro. Cantaremos os reggaes de Gil nos moldes da homenagem que ele fez a Bob Marley”, explica Toni que terá participação no show do maestro Spok e da banda Digital Dubs. E o álbum novo do Cidade Negra também está confirmado para breve.

“Sigo cantando. Filhos crescendo, Brasil mudando, eu tento fazer a minha parte de cidadão também às vezes entra no meu trabalho, às vezes não. Tem muita coisa acontecendo e eu espero a proteção divina de todos, paz e amor no mundo. Espero o público uberlandense para compartilhar com a gente este espetáculo lindo feito com muito amor”, finaliza.

 

SERVIÇO

O QUÊ: Noites de Orfeu

QUANDO: 10 e 11 de maio às 20h30.

ONDE: Teatro Municipal de Uberlândia

INGRESSOS: www.megabilheteria.com, Lojas Provanza (Uberlândia Shopping e Center Shopping) e Concessionária Toyota Futura - Av. João Naves de Ávila, 4565 - Santa Mônica e na bilheteria do teatro a partir das 12h.

VALORES: Setor A: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada). Setor B: R$ 90 (inteira) e R$ 45 meia-entrada. Setor C: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada)


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