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10/05/2017 às 09h26min - Atualizada em 10/05/2017 às 09h26min

Instituto Lula é acusado de obstrução de justiça

Instituição teve as atividades suspensas por dificultar ações da lava jato

SÃO PAULO
Lula prestará depoimento a Sérgio Moro hoje, em Curitiba

O juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, em Brasília, suspendeu as atividades do Instituto Lula nos autos da investigação sobre obstrução de Justiça envolvendo o ex-presidente na Operação Lava Jato. A decisão acolhe pedido do Ministério Público Federal. Os réus são acusados de tramar contra a Lava Jato para silenciar o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

"(Defiro a) suspensão das atividades do Instituto Lula, localizado na Rua Pouso Alegre, 21, Ipiranga, São Paulo. Deverá a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo prestar informações sobre o cumprimento da ordem no prazo de três dias a partir do conhecimento desta decisão", ordenou o magistrado.

Na decisão, o juiz afirma que pelo "teor" do depoimento de Lula na ação penal "o Instituto Lula, mesmo que desenvolva projetos de intuito social, possa ter sido instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpetração de vários ilícitos criminais".

"Ele próprio (o réu Luiz Inácio) mencionou que chamava pessoas para conversar no referido Instituto e sobre finalidades diversas do escopo da entidade, alcunhando-o de "Posto Ipiranga" diante de inúmeros assuntos ali tratados, sem qualquer agendamento das conversas ou transparência em suas atividades. Não se sabe o teor do que ali foi tratado, mas, por depoimentos testemunhais (mais especificamente o depoimento de Léo Pinheiro prestado perante a Vara Federal em Curitiba), bem como o de várias investigações em seu desfavor, há veementes indícios de delitos criminais (incluindo o descrito nesta denúncia) que podem ter sido iniciados ou instigados naquele local."

Além de Lula, são réus, seu amigo José Carlos Bumlai, o ex-senador Delcídio Amaral, o banqueiro André Santos Esteves, o ex-assessor de Delcídio, Diogo Ferreira Rodriguez, o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, e o filho de Bumlai, Maurício Barros Bumlai. Todos são acusados de "agirem irregularmente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato".

A reportagem procurou o Instituto Lula, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

Depoimento

Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descartam a possibilidade de ele participar de um ato público em Curitiba, na noite de hoje, após prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro. Segundo pessoas próximas a Lula, a decisão será tomada apenas após o depoimento à Justiça Federal.

Para Gilberto Carvalho, o ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República na gestão Lula e um dos seus principais interlocutores, a principal preocupação é evitar que o interrogatório se transforme em um ato político. "Vamos fazer disso um ato de solidariedade a Lula e um debate político contra as reformas", disse.

A Frente Brasil Popular, que está organizando vigílias durante todo o dia, pretende concentrar a militância em frente à Catedral de Curitiba, na Praça Tiradentes A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 30 a 50 mil pessoas no local. 


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