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05/05/2017 às 09h10min - Atualizada em 05/05/2017 às 09h10min

Rugby Feminino luta contra carência de investimentos

Equipe de Uberlândia mantém treinos e motivação, apesar do pouco apoio

Eder Soares - repórter
Da Redação
Atletas do time de Uberlândia treinam no Parque do Sabiá

Com sete anos de existência, o Uberlândia Rugby Feminino vive uma luta incansável para se manter ativo no cenário esportivo estadual e nacional. Em meio um esporte considerado por muitos como extremamente masculino, isto pela força nas disputas, as meninas de Uberlândia seguem treinando no complexo de campos do Parque do Sabiá. Falta mais apoio para as viagens e manutenção da equipe, já que a ida a competições tem um alto custo. Para viabilizar tudo, membros da própria equipe precisam ir à luta para angariar fundos, seja na base de rifas, campanhas, vendas de produtos e patrocínios esporádicos.

“Durante boa parte da história do Uberlândia Rugby, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU)  forneceu o campo da Educação Física para treinarmos. Porém agora mudamos o local de treino, que ocorre no Parque do Sabiá. Já fomos para o Brasileiro Universitário, em Goiânia, com o apoio total da UFU e um time composto somente por universitárias”, disse a jogadora e diretora de marketing da equipe, Lara Muntaser.

O time, que já foi composto basicamente por meninas estudantes dos cursos da UFU, hoje conta também com jogadoras de outras faculdades e que não são universitárias. “Treinamos três vezes por semana, no Parque do Sabiá. Temos um campo que nos foi colocado à disposição pela Futel, chamado de ‘ninho do carcará’. Temos lá treino do adulto e juvenil masculino e adulto feminino, em horários diferentes”, afirmou Lara.  O time feminino treina às segundas e quartas-feiras, a partir das 19h. No sábado o horário é variável.

Financeiro

Conseguir recursos para manter a equipe feminina de rugby é uma grande barreira para as meninas de Uberlândia. “Os atletas utilizam os próprios recursos para financiar viagens e outras despesas: uniformes, inscrições em campeonatos e outras. Felizmente, temos também alguns apoiadores de tempos em tempos que nos ajudam a cobrir algumas dessas despesas.”, disse Lara.

Reestruturação

Para este ano, o Uberlândia Rugby Feminino passou por algumas mudanças, como explica Lara Muntaser. “Tivemos tempos difíceis, o que é bastante normal. Porém, agora, contamos com aproximadamente 15 meninas treinando frequentemente, e isso é muito bom. Temos um excelente treinador (Fábio Bitencourt) e estamos otimistas. Já participamos da Liga do Triângulo e aguardamos, para este ano, o Campeonato Mineiro, o Brasileiro Universitário e as outras etapas da Liga do Triângulo”, concluiu.

 

DIFICULDADE

Atletas ainda lidam com preconceito

Apesar de o rugby já ser um esporte globalizado e difundido em países de primeiro mundo, o preconceito, principalmente no Brasil, ainda é um problema para a evolução do esporte. “Ainda há preconceito no sentido de muitas meninas e mulheres (inclusive suas famílias também) pensarem que é um esporte violento, e que "é coisa de homem". Infelizmente também há preconceito por parte de alguns times masculinos com relação ao feminino e isso é uma questão delicada. Não são todos, mas ainda existe essa questão”, disse a diretora do Uberlândia Rugby, que completou.

“Não é raro vermos notícias de homens que são referência no esporte falando coisas negativas a respeito do feminino. Porém, relevamos e continuamos na luta. No time masculino do Uberlândia temos um grande parceiro. Gostaríamos que todos os times masculinos fossem como o Uberlândia Rugby masculino”, afirmou Lara Muntaser.

 


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