Renato Batista diz que o projeto de patrocínio está pronto e com esperanças de resolver a situaçãoA Liga Uberlandense de Futebol (LUF) tenta chegar a um acordo com os mais de 50 clubes do Futebol Amador a fim de encontrar alternativas para que as Divisões de Acesso (2ª Divisão) e Especial (1ª Divisão), campeonatos de base e até o Campeonato Rural possam acontecer normalmente em 2017.
A LUF alega ter uma dívida a quitar de quase R$ 365 mil, valor acumulado devido ao não repasse de parte da verba para o pagamento da arbitragem do ano passado (R$ 70 mil de um total de R$ 140 mil), aluguéis do Estádio Airton Borges (R$ 50 mil) e verbas suplementares não aprovadas nos dois últimos anos, além de dívidas com funcionários e despesas extras da entidade.
Para piorar, em virtude da crise econômica, o município encerrou o convênio que repassava a verba anual para o pagamento da arbitragem (R$ 140 mil), que funcionava desde 1992.
Segundo o presidente da LUF, Renato Batista, a entidade necessita hoje de aproximadamente R$ 190 mil para quitar os débitos somente com a arbitragem. “Usamos janeiro e fevereiro para buscar patrocínio para apresentar aos clubes, mas ainda não conseguimos. Estamos com o projeto de patrocínio pronto e com a esperança de que conseguiremos resolver. Temos 18 projetos espalhados, alguns até em Belo Horizonte e Brasília”, disse Batista.
Parte dos clubes não aceitam os aumentos nas taxas cobradas pela LUF. A inscrição de atletas passou de R$ 20 para R$ 30. O alvará de funcionamento, anual, passou de R$ 50 para R$ 500, o que gerou a maior revolta por parte dos cartolas amadores, que, além disso, não aceitam pagar os custos de aproximadamente R$ 400, por jogo, de taxa de arbitragem. “Este valor de R$ 500 iremos rever, apesar de que este valor dura há 15 anos”, afirmou o presidente da LUF.
Busca de receita
Apesar do cenário desfavorável na atualidade da economia nacional, Renato Batista mostra otimismo na busca de patrocínio para viabilizar as competições do Amador em 2017.
“Dezoito empresas já receberam o projeto de patrocínio da Liga. É um projeto muito bem feito e que mostra como é a realidade do trabalho que é feito, toda a estrutura e potencial do futebol amador. Estou trabalhando com otimismo. Acreditamos nisso. Estamos lutando para que possamos juntar forças, com todas as partes: clubes e árbitros e encontrar a melhor solução”, disse Renato, que prefere isentar a prefeitura pelo corte do convênio e o débito no repasse da verba da arbitragem.
“A prefeitura está em débito hoje não apenas com a Liga, mas com todo o terceiro setor. Isso faz parte da crise atual e não acontece apenas em Uberlândia. Não tem recurso, não tem jeito. Estamos colocando a Liga à disposição do Município, porque ele é o maior parceiro histórico da Liga”, disse.
DISCÓRDIA
Parte do clubes não aceita aumento das taxas
O presidente do Clube Atlético Guará, Celisvaldo Silva (Pezão), é um dos representantes de um grupo de clubes do Futebol Amador que não aceita o aumento das taxas, além do pagamento da arbitragem. “Nós não queremos o início das competições sem que haja uma resposta por parte do Município em relação ao pagamento ou não das taxas de arbitragem”, disse Pezão, afirmando ainda que cerca de 30 clubes querem também a intervenção na Liga, via administrativo ou judicial.
Em contato com o Diário do Comércio, o secretário-geral da Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (Futel), Silvio Soares dos Santos, disse que o município está atento ao atual cenário do futebol amador, e que fará esforços para quitar o débito com a LUF.
“Sabemos o quanto o futebol amador é importante para a cidade. A Futel está trabalhando na recuperação dos poliesportivos e, além disso, estamos elaborando um projeto de apoio para o Campeonato Amador de 2017. Quanto ao repasse do restante do recurso financeiro referente ao exercício de 2016 do Município para a Liga Uberlandense de Futebol, estamos estudando a forma como este débito deixado pela gestão anterior será quitado”, disse Silvio dos Santos.
