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16/03/2017 às 09h05min - Atualizada em 16/03/2017 às 09h05min

"Um homem chamado Ove"

KELSON VENÂNCIO

"Um homem chamado Ove" pode não ser o melhor título para um filme que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor maquiagem, mas com certeza é uma excelente produção que merece ser assistida. O longa conta a história de um senhor mal-humorado de 59 anos que leva uma vida amargurada. Aposentado, ele se divide entre sua rotina monótona e as visitas que faz ao túmulo da falecida esposa. Mas, quando ele finalmente se entregou às tendências suicidas e desistiu de viver, novos vizinhos se mudam para a casa da frente, e uma amizade inesperada irá surgir.

Lançado originalmente em 2015, o filme sueco dirigido e roteirizado por Hannes Holm adapta o bestseller de Frederik Backman, que vendeu mais de 700 mil exemplares pelo mundo. O longa se tornou o quinto filme mais visto na história do cinema sueco. Perdeu a estatueta no Oscar para “O apartamento” (Irã).

O roteiro é baseado em algo que pode acontecer em qualquer família. Quem não tem um velho rabugento por perto, cheio de manias e reclamão, que mesmo com essas características meio negativas, ainda é amado por nós? É por meio dessa narrativa simples, mas eficaz, que nos apaixonamos por este filme. Ao longo da projeção, somos apresentados ao passado de Ove que desde criança sofre com as perdas da vida. Por meio de flashbacks, descobrimos as justificativas para tanta arrogância na personalidade do velho Ove.

E em meio a essa história comovente, temos as excelentes atuações de todo o elenco. Filip Berg interpreta o personagem principal numa versão mais jovem e trabalha tão bem que pensamos que é realmente a mesma pessoa com mais idade. A iraniana Bahar Pars agrada interpretando a grávida imigrante Parvaneh. Ida Engvoll também atua bem como Sonja, a mulher sorridente e sempre feliz do enigmático Ove. Mas sem dúvida, quem rouba a cena é o veterano Rolf Lassgård que faz um belíssimo trabalho como o protagonista da trama. Aliás, é uma injustiça ele não ter sido indicado ao Oscar de melhor ator. O que ele faz no filme com certeza é bem melhor que alguns atores fizeram em outros longas e que foram indicados nesta categoria.

O longa ainda tem uma belíssima fotografia que nos mostra uma Suécia cheia de casas aconchegantes, paisagens lindas no meio de montanhas e outros cenários de encher os olhos. A trilha sonora também é muito envolvente e ajuda a manter o clima de satisfação com o desenrolar da projeção.

Sim, existem outros vários filmes que abordam o tema da solidão na terceira idade, dos costumes dos velhos rabugentos e da redenção através do amor ao próximo. Mas como o do Ove acredito que seja muito difícil encontrar por aí.

Nota 9


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